Segundo dados do Ministério da Saúde, aproximadamente 14.000 suicídios ocorrem no Brasil a cada ano, especialmente entre jovens e idosos. O Setembro Amarelo é uma campanha que busca educar a população sobre os sinais de alerta que indicam que uma pessoa está pensando em suicídio; confira!
O Setembro Amarelo começou oficialmente em 2015, numa parceria entre a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e o Conselho Federal de Medicina (CFM). Esses órgãos tem como objetivo conscientizar a população brasileira a respeito da importância de discutir a saúde mental, quebrando o tabu em torno do suicídio e promovendo ações salvam vidas.
Ao longo deste mês, instituições, organizações e a sociedade em geral se unem para iluminar monumentos de amarelo, realizar eventos e compartilhar informações que incentivem o diálogo aberto e o acolhimento a pessoas com ideações suicidas.
Neste texto, exploramos a origem do mês amarelo, seus objetivos e a importância de falar sobre o suicídio de forma responsável e empática. Basta acompanhar os tópicos seguintes!
O que é o Setembro Amarelo e qual a importância?
Trata-se de uma campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio, que acontece todos os anos no Brasil e no mundo, durante o mês de setembro. Neste mês, a iniciativa pretende:
- Informar e sensibilizar a população sobre o tema;
- Combater o estigma associado a transtornos mentais;
- Incentivar o diálogo aberto sobre saúde mental.
A cor amarela foi escolhida, também, porque representa a luz e a esperança, remetendo à ideia de que há sempre uma alternativa, mesmo nos momentos de maior desespero.
No Brasil, o Setembro Amarelo é de extrema importância, pois o suicídio é um grande problema de saúde pública. Além de encorajar as pessoas a procurarem ajuda, o movimento também capacita profissionais de saúde e a sociedade para identificar sinais de alerta e oferecer o suporte adequado.
Qual a história por trás do Setembro Amarelo?
O Setembro Amarelo teve origem em 1994, nos Estados Unidos, com a história de um jovem chamado Mike Emme, que cometeu suicídio aos 17 anos. Mike era conhecido por seu Mustang 1968 amarelo, e, após sua morte, seus amigos e familiares distribuíram cartões com fitas amarelas e mensagens de apoio, incentivando aqueles que passavam por momentos difíceis a buscarem ajuda.
No Brasil, a campanha foi iniciada em 2015 pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). Desde então, várias ações e eventos têm sido organizados por todo o país para promover a conscientização e prevenção do suicídio.
Como reconhecer quem precisa de ajuda?
A maior taxa de suicído ocorre entre os jovens (adolescentes e jovens adultos) e pessoas idosas. Por isso, você deve ficar de olho nesse grupo e tentar identificar comportamentos de alerta, como:
- Mudanças de comportamento e humor
Pessoas que apresentam pensamentos suicidas passam por flutuações repentinas de humor, indo de um estado muito triste a excessivamente alegre. Com essa mudança, vem o comportamento de se afastar de amigos, familiares e atividades que antes eram prazerosas.
Em alguns casos, ocorrem condutas perigosas, como o uso excessivo de álcool ou drogas, dirigir de maneira imprudente e a automutilação.
- Alterações físicas
O indivíduo deprimido sofre com as mudanças no sono, como insônia, sono excessivo, ou alteração nos padrões de sono. Em seguida, ocorre a perda ou ganho significativo de peso, advindos das mudanças drásticas nos hábitos alimentares.
Em dado momento, o cansaço se torna extremo e ocorre a falta de energia para realizar tarefas diárias.
- Sinais verbais
Comentários sobre não ver sentido na vida, sentir-se um fardo, ou expressar sentimentos de desesperança são comuns neste caso. Desse modo, a pessoa menciona que gostaria de morrer, que os outros estariam melhor sem ela, ou discute métodos para acabar com a própria vida.
Fique atento aos seus amigos e familiares que têm o costume de se despedir de pessoas próximas, como se não fossem mais as ver, ou que começam a distribuição de bens pessoais sem motivo aparente.
- Sinais comportamentais
Pessoas que pensam em se matar costumam organizar documentos importantes, fazer um testamento ou planos de despedida. Do mesmo modo, elas pesquisam métodos de suicídio ou adquirirem itens que possam ser usados para este fim.
Atente-se para quem demonstra desespero ou acredita que nada vai melhorar ou que não há saída para seus problemas.
- Outros sinais
Tentativas anteriores aumentam o risco de novos comportamentos suicidas. Perdas significativas, como morte de entes queridos, divórcio, perda de emprego, ou crise financeira também são gatilhos.
Pessoas diagnosticadas com doenças mentais, como depressão, transtorno bipolar, esquizofrenia e transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), têm tendência a desenvolver pensamentos nocivos e desejos suicidas.
Dados atualizado sobre suicídio
Segundo a OMS, aproximadamente 703.000 pessoas morrem por suicídio a cada ano no mundo. Isso equivale a uma morte por suicídio a cada 40 segundos, representando cerca de 1,4% de todas as mortes globais, sendo a 17ª principal causa de morte em 2019.
O suicídio é a quarta principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos, atrás de acidentes de trânsito, tuberculose e violência interpessoal. Ele também é significativo entre pessoas com idades entre 70 anos ou mais, especialmente em homens.
As mulheres tendem a tentar o suicídio mais frequentemente, mas com métodos menos letais. Alguns dados importantes sobre o assunto são:
- Mais da metade dos suicídios globais ocorrem na Ásia, sendo a Índia e a China responsáveis por cerca de 40% de todas as mortes por suicídio;
- A Europa possui algumas das taxas de suicídio mais altas, especialmente em países do Leste Europeu, como a Lituânia e a Rússia;
- O Brasil é o país da América Latina com o maior número absoluto de suicídios; no entanto, a taxa mais alta é observada em países como a Guiana;
- A África registra taxas mais baixas de suicídio relatadas, mas isso pode ser influenciado pela subnotificação e pela falta de dados confiáveis.
Os métodos de suicídio variam conforme a região, sendo alguns dos métodos mais comuns o envenenamento com pesticidas, enforcamento e o uso de armas de fogo.
Como cuidar da saúde mental?
Cuidar da saúde mental é fundamental para enfrentar os desafios da vida com adaptação e equilíbrio emocional. A saúde mental é influenciada por uma combinação de fatores biológicos, psicológicos e sociais.
Abaixo estão algumas práticas e estratégias para manter e melhorar a saúde da mente:
- Dormir bem, de 7 a 9 horas por noite;
- Consumir uma dieta equilibrada e rica em nutrientes, com frutas, vegetais, grãos integrais, proteínas magras e gorduras saudáveis;
- Fazer atividade física, como caminhada, corrida, ioga e dança, pois elas liberam endorfinas que ajudam a melhorar o humor;
- Ter uma rede de apoio social forte, como amigos, familiares e grupos comunitários, além de falar sobre seus sentimentos com alguém de confiança para processar emoções difíceis;
- Realizar técnicas como meditação, respiração profunda, mindfulness, ioga e exercícios de relaxamento muscular progressivo;
- Identificar os estressores em sua vida e desenvolver estratégias para lidar com eles, como a organização do tempo, a delegação de tarefas, e o estabelecimento de prioridades;
- Buscar ajuda profissional, como a terapia cognitivo-comportamental (TCC), terapia psicodinâmica ou aconselhamento para tratar problemas de saúde mental;
- Respeitar os próprios limites emocionais e físicos, aprendendo a dizer “não” quando necessário, bem como praticar a auto compaixão e ser gentil consigo mesmo;
- Envolver-se em atividades que proporcionem alegria e satisfação, como atividades de lazer, leitura, música, arte ou voluntariado;
- Estabelecer e alcançar metas realistas;
- Gerenciar o uso de mídia social, definindo limites para o tempo gasto online e priorizar interações pessoais;
- Praticar a gratidão, reconhecendo as coisas boas em sua vida e escrever diariamente pelo que você é grato para focar no positivo, reduzindo os sentimentos de negatividade.
Como prestar suporte às pessoas com depressão?
Para prestar suporte a pessoas com depressão tente:
- Escutar com empatia e sem julgamentos;
- Oferecer apoio emocional e estar presente;
- Encorajar a busca por ajuda profissional, como terapia e psiquiatria;
- Evitar minimizar sentimentos ou dar conselhos simplistas;
- Acompanhar regularmente essa pessoa e oferecer apoio.
O que pode ser feito no Setembro Amarelo?
Para colaborar com a campanha do mês amarelo, é muito importante que você compartilhe nas redes sociais informações sobre como prevenir o suicídio que dê dicas para ajudar alguém em crise . Além disso, sempre que possível participe de eventos e atividades de conscientização.
Muitas pessoas usam o amarelo em roupas e acessórios para promover a campanha e fazem doações para organizações que trabalham com saúde mental e prevenção ao suicídio.
Como tratar a depressão?
O tratamento da depressão envolve uma combinação de abordagens. Nesse sentido, o tratamento psicológico, como a cognitivo-comportamental (TCC) e o aconselhamento, ajudam a mudar padrões de pensamento e comportamento.
A medicação com antidepressivos pode ser prescrita por um médico, para equilibrar substâncias químicas no cérebro. Além disso, o paciente precisa adotar mudanças no estilo de vida, incluindo exercício regular, alimentação saudável e sono adequado, que também são cruciais para a recuperação.
O apoio social, mediante grupos de apoio e conexões com amigos e familiares, também fornece suporte emocional valioso. Estratégias de enfrentamento, como técnicas de relaxamento e gerenciamento do estresse, ajudam a lidar com os sintomas e promover o bem-estar geral.
Cuide da sua saúde mental! Setembro Amarelo nos lembra da importância de buscar apoio. Se você está enfrentando dificuldades emocionais, o programa Saúde Emocional da Seguros Unimed pode ser o que você precisa. Com uma equipe de psicólogos e psiquiatras prontos para ajudar, você não está sozinho nessa jornada.