Vacinas reduzem drasticamente a incidência de doenças infecciosas e suas complicações. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), a medicina moderna criou vacinas capazes de evitar 20 tipos de doenças graves. Além disso, a imunização é responsável por evitar entre 3,5 e 5 milhões de mortes anualmente.
As vacinas obrigatórias são importantes para a prevenção de muitas doenças e para proteger a saúde pública. No Brasil, o Calendário Nacional de Imunização (CNI) estabelece as vacinas essenciais para crianças e adultos, assegurando a cobertura necessária para combater doenças infecciosas graves.
Outro órgão que desempenha um papel crucial na promoção e coordenação de campanhas de vacinação, em caráter global, é a Organização Mundial da Saúde (OMS). Ela estabelece diretrizes e recomendações, ajudando a prevenir a propagação de doenças e proteger a saúde pública.
Para te ajudar a colocar o cartão de vacinas em dia, esse artigo mostrará quais são essas vacinas indispensáveis, detalhando a importância de cada uma delas. Confira!
Vacinas obrigatórias para crianças
As vacinas infantis garantem proteção contra doenças graves e fatais, evitando surtos de doenças na comunidade. As principais são:
BCG
Importantíssima para a saúde do recém-nascido, ela é dada já nas primeiras 24 horas de vida em dose única. Ela é a responsável pela cicatriz no nosso braço.Sua missão é proteger a criança contra a tuberculose, especialmente formas graves como a tuberculose miliar e a tuberculose meníngea.
Em sua formulação, existe uma forma enfraquecida do bacilo da tuberculose bovina (Mycobacterium bovis), cepa semelhante ao bacilo responsável pela tuberculose em humanos (Mycobacterium tuberculosis), mas que não causa a doença gravemente.
Hepatite B
A vacina da hepatite B protege contra um vírus causador de doenças hepáticas graves, como hepatite crônica, cirrose e câncer de fígado.
Ela é composta por antígenos do vírus inativados, que estimulam o sistema imunológico a produzir uma resposta protetora sem causar a doença. A vacina é administrada ao nascer e aos 2, 4 e 6 meses de idade (vacina pentavalente).
A vacina Pentavalente é uma combinação que protege contra cinco doenças graves:
- Difteria;
- Tétano;
- Coqueluche;
- Hepatite B;
- Haemophilus influenzae tipo b (Hib).
Administrada em três doses – aos 2, 4 e 6 meses – ela simplifica o calendário de vacinação infantil, reduzindo o número de injeções necessárias e assegurando uma ampla proteção desde os primeiros meses de vida.
VIP (Vacina Inativada Poliomielite)
A VIP protege contra a poliomielite, também conhecida como paralisia infantil, uma doença viral altamente contagiosa que causa deformidades permanentes, afetando principalmente crianças pequenas.
A vacina VIP contém poliovírus inativado, ou seja, vírus mortos que não causam a doença, mas induzem uma resposta imunológica eficaz, sendo administrada em três doses da vacina injetável – VIP (2, 4 e 6 meses) e mais duas doses de reforço com a vacina oral bivalente – VOP (gotinha) aos 15 meses e aos 4 anos de idade.
VORH (Vacina Oral Rotavírus Humano)
Previne infecções causadas pelo rotavírus, um dos principais agentes de diarréia aguda em crianças pequenas, levando a desidratação severa e hospitalização, especialmente em crianças menores de 5 anos.
A VORH é administrada oralmente, em forma de gotas, com duas ou três doses, dependendo da formulação específica da vacina, aos 2 e 4 meses. Ela contém uma cepa atenuada do rotavírus, que estimula a resposta imunológica do organismo, sem causar a doença.
Vacina pneumocócica 10-valente (Conjugada) – (Pneumo 10)
Doenças evitadas: infecções invasivas (como meningite e pneumonia) e otite (infecção ouvido) média aguda, causadas pelos 10 sorotipos da bactéria Streptococus pneumoniae.
A primeira dose é administrada aos 2 meses de idade.
Vacina meningocócica C (conjugada) – (Meningo C)
Protege contra a doença meningocócica (meningite) causada pelo sorogrupo C. Deve ser aplicada aos 3 e 5 meses de idade, com reforço aos 12 meses de idade.
Vacina Covid-19
A vacina Covid-19 está recomendada com esquema de duas doses (aos 6 e 7 meses de idade), respeitando os intervalos mínimos recomendados (4 semanas entre a 1ª e 2ª dose).
Caso não tenha iniciado e/ou completado o esquema primário até os 7 meses de idade, a vacina poderá ser administrada até 4 anos, 11 meses e 29 dias, conforme histórico vacinal.
Para indivíduos imunocomprometidos, o esquema vacinal são de três doses (aos 6, 7 e 9 meses)
Vacina Febre Amarela (VFA)
Protege contra a febre amarela, uma doença viral transmitida por mosquitos e que pode causar febre alta, dores musculares e, em casos graves, hemorragias e insuficiência hepática.
Esta vacina é indicada para pessoas a partir dos 9 meses de idade, com uma dose única oferecendo proteção de longo prazo. A imunização é especialmente recomendada para residentes de áreas endêmicas, como regiões da Amazônia, e para viajantes que se dirigem a essas áreas.
Também é importante para aqueles que planejam viagens internacionais para países com risco de febre amarela, conforme exigido por algumas nações.
MMR (sarampo, caxumba e rubéola) + Varicela (Catapora)
A vacina MMR é uma imunização combinada que protege contra três doenças virais graves: sarampo, caxumba e rubéola. Contém os vírus atenuados para cada uma dessas doenças, e é administrada em duas doses.
Vacina adsorvida hepatite A (HA – inativada)
A vacina adsorvida contra a hepatite A (HA – inativada) é uma vacina que protege contra a hepatite A, uma infecção viral que afeta o fígado e pode causar sintomas como febre, cansaço, dor abdominal, icterícia (coloração amarelada da pele e dos olhos) e urina escura
Ela é recomendada para pessoas a partir dos 12 meses de idade, especialmente para aquelas que vivem em áreas onde a hepatite A é comum, para viajantes destinados a essas regiões, e para indivíduos com condições de saúde que aumentam o risco da infecção.
Além disso, é indicada para pessoas que trabalham em setores com alta exposição ao vírus, como serviços de alimentação e saúde, e para quem tem contato próximo com portadores da doença.
O esquema vacinal normalmente inclui duas doses, com a primeira administrada aos 12 meses e a segunda dose aplicada de 6 a 12 meses depois, para assegurar uma proteção duradoura.
DTP (difteria, tétano e coqueluche)
A vacina DTP é uma imunização combinada que protege contra três doenças graves: difteria, tétano e coqueluche. As 3 doses primeiras doses são dadas com a vacina pentavalente (DTP+Hib+Hepatite B) e um reforço aos 15 meses de idade, e um segundo reforço aos 4 anos de idade somente com a tríplice bacteriana (DTP).
HPV (para meninas e meninos, conforme idade)
A vacina contra o HPV (Papilomavírus Humano) é projetada para proteger contra os tipos de HPV que comumente causam cânceres genitais e verrugas genitais. O HPV é uma infecção viral sexualmente transmissível que pode levar ao câncer do colo do útero, câncer anal, câncer de garganta e verrugas genitais.
A vacina é recomendada para meninas e meninos a partir dos 9 anos. Para crianças e adolescentes, a vacinação contra o HPV é administrada em duas doses, se iniciada antes dos 15 anos, e em três doses se iniciada aos 15 anos ou mais.
Vacina meningocócica ACWY (MenACWY- Conjugada)
Protege contra quatro tipos de bactérias do meningococo: A, C, W e Y, que são responsáveis por infecções graves como meningite meningocócica e septicemia. Esta vacina é especialmente recomendada para adolescentes e jovens adultos, comumente administrada entre 11 e 12 anos de idade, e reforçada aos 16 anos.
Ela também é indicada para pessoas com certas condições de saúde que aumentam o risco de infecção meningocócica, bem como para viajantes que se dirigem a áreas onde a doença é mais comum. A vacinação ajuda a prevenir a propagação dessas bactérias e reduzir o risco de surtos de meningite.
Vacinas obrigatórias para adultos
À medida que envelhecemos, o sistema imunológico enfraquece, tornando a atualização das vacinas ainda mais crucial. Por isso, não podemos nos esquecer das vacinas para adultos mais importantes, listadas a seguir:
Vacina dTpa – acelular contra Difteria, Tétano, Pertussis (coqueluche)
É uma vacina acelular que protege contra três doenças graves: difteria, tétano e coqueluche (pertussis). A difteria é uma infecção bacteriana que afeta as vias respiratórias e pode levar a complicações sérias, como insuficiência respiratória.
O tétano é causado por uma toxina bacteriana que pode provocar rigidez muscular e espasmos, sendo uma condição frequentemente associada a ferimentos. A coqueluche é uma infecção respiratória altamente contagiosa, conhecida por causar crises severas de tosse.
A vacina dTpa é geralmente administrada a adolescentes a partir dos 11 anos e a adultos, especialmente aqueles em contato próximo com bebês, para proteger contra essas doenças e contribuir para a imunização coletiva. Ela é uma versão aprimorada das vacinas anteriores, oferecendo uma proteção eficaz com menos efeitos colaterais.
Vacina Tríplice viral SCR (Duas doses)
A vacina tríplice viral SCR protege contra três doenças virais: sarampo, caxumba e rubéola. É recomendada para crianças a partir de 12 meses de idade, com uma segunda dose geralmente administrada entre 4 e 6 anos.
A primeira dose da vacina é crucial para garantir a proteção inicial contra essas doenças, enquanto a segunda dose reforça a imunidade e contribui para a erradicação de surtos.
O Sarampo é uma doença altamente contagiosa que pode levar a complicações graves, como pneumonia e encefalite. Caxumba pode causar inflamação das glândulas salivares e, em casos graves, afetar os testículos ou ovários.
A Rubéola é conhecida por causar erupções cutâneas e febre, e pode ter consequências graves para mulheres grávidas, como malformações congênitas no bebê. A vacinação tríplice viral é fundamental para a prevenção dessas doenças e para promover a saúde pública.
Vacina Hepatite B (HB – recombinante)
A vacina contra a Hepatite B é crucial para prevenir uma infecção viral que pode levar a sérias doenças hepáticas, incluindo hepatite crônica, cirrose e câncer de fígado.
A vacina é composta por antígenos do vírus da hepatite B, que estimulam o sistema imunológico a produzir anticorpos contra a infecção.
Influenza
A vacina contra a Influenza é administrada anualmente, para proteger contra as cepas do vírus da gripe que mais circulam naquele ano. É especialmente recomendada para grupos de risco, como idosos, gestantes e pessoas com condições de saúde crônicas, ajudando a reduzir a gravidade dos sintomas, hospitalizações e mortalidade associada à gripe.
Pneumocócica 23-valente
A vacina Pneumocócica 23-valente protege contra 23 tipos de bactérias pneumocócicas, responsáveis por doenças graves como pneumonia, meningite e infecções no sangue. Recomendada, principalmente, para idosos e pessoas com condições de saúde de alto risco, ela ajuda a prevenir complicações severas.
Vacina contra a febre amarela (VFA – atenuada)
A febre amarela causa sintomas graves, como febre alta, calafrios, dores musculares e, em casos mais severos, falência hepática e hemorragias. Por isso, a vacina é altamente eficaz e administrada em uma única dose, proporcionando proteção de longo prazo, muitas vezes por toda a vida.
Recomendada para pessoas que vivem em áreas endêmicas ou que planejam viajar para essas regiões, a vacina contra a febre amarela também é exigida para entrar em alguns países.
Importância da vacinação em adultos
À medida que envelhecemos, o sistema imunológico pode enfraquecer, tornando-nos mais vulneráveis a infecções graves.
Doenças como influenza, pneumonia e hepatite B, quando não prevenidas por vacinação, levam a complicações sérias e até à morte. Além disso, adultos com condições crônicas ou doenças subjacentes têm maior risco de complicações severas e hospitalizações, se contrair essas doenças.
Além da proteção individual, a vacinação desempenha um papel essencial na prevenção de surtos epidemiológicos. Isso porque a imunização ajuda a alcançar a imunidade de grupo, reduzindo a propagação de doenças e protegendo aqueles que não podem ser vacinados, como recém-nascidos ou pessoas com condições de saúde que contraindicam a vacinação.
Ao manter altas taxas de vacinação na população, é possível prevenir surtos de doenças infecciosas, diminuir a carga sobre os sistemas de saúde e promover um ambiente mais saudável para todos.
Como acompanhar o cartão de vacinação?
Manter um registro atualizado e definir quais vacinas são necessárias são atos que garantem a proteção contínua contra doenças. Uma abordagem prática para acompanhar o cartão de vacinação, inclui manter o cartão em um local acessível e revisar regularmente as datas das doses e reforços.
Anote as datas das próximas vacinas e agende lembretes no calendário do seu celular ou em uma agenda. Além disso, considere usar aplicativos de saúde que permitem armazenar e gerenciar informações sobre vacinas digitalmente. Esses aplicativos, muitas vezes, oferecem notificações para reforços e atualizações, facilitando o acompanhamento das vacinas.
A importância dos aplicativos de saúde é crescente, pois oferecem uma forma conveniente e organizada de acompanhar o histórico de vacinas. Muitos aplicativos permitem armazenar os registros das vacinas, o agendamento de doses futuras e o recebimento de lembretes automáticos.
Desmistificando mitos sobre vacinação
Um dos mitos comuns sobre a vacinação é a ideia de que as vacinas causam as doenças que elas visam prevenir.
Na realidade, elas são formuladas com versões inativadas ou atenuadas dos patógenos, ou com fragmentos de seus componentes, o que não é suficiente para causar a doença, mas sim para estimular o sistema imunológico a reconhecer e combater o vírus ou bactéria caso de fato seja exposto.
Outro mito é que as injeções causam efeitos colaterais graves; porém, a maioria dos efeitos colaterais é leve e temporária, como dor no local da aplicação ou febre baixa.
As vacinas passam por rigorosos ensaios clínicos, antes de serem aprovadas para uso e são continuamente monitoradas para garantir que continuem seguras e eficazes.
Quais são as vacinas obrigatórias que todos devem tomar?
Resumidamente, as vacinas mais importantes se resumem em:
- BCG;
- Hepatite B;
- Pentavalente;
- VIP (Vacina Inativada Poliomielite);
- VORH (Vacina Oral Rotavírus Humano);
- Meningocócica C conjugada
- Meningocócica ACWY SCR (Sarampo, Caxumba e Rubéola);
- DTPa (Difteria, Tétano e Coqueluche);
- HPV;
- Influenza;
- COVID 19
- Pneumocócica 10 e 23-valente;
- Febre amarela.
Dessa lista, as cinco vacinas mais importantes são a BCG, Hepatite B, MMR, DTPa e a de febre amarela.
O que é o esquema vacinal completo?
O esquema vacinal completo refere-se ao conjunto de doses e reforços necessários para garantir a proteção efetiva contra doenças específicas, conforme as recomendações de saúde pública.
Esse esquema inclui a administração inicial das vacinas em idades pré-definidas e a repetição das doses ou reforços, conforme necessário, para manter a imunidade ao longo do tempo. Seguir o esquema vacinal completo é crucial para garantir a eficácia da imunização e a proteção contra doenças infecciosas.
A vacinação não apenas protege cada indivíduo, mas também contribui para um ambiente mais seguro e saudável para todos.
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