Mais de 55 milhões de pessoas vivem com demência no mundo, esse número pode chegar a 139 milhões até 2050, segundo o relatório World Alzheimer Report da Alzheimer ‘s Disease International. Infelizmente, muitos casos não são diagnosticados, e a demência é mal compreendida até mesmo por profissionais de saúde. Entenda!
Degradante para o corpo e a mente, a síndrome demencial afeta milhões de pessoas pelo mundo. A estimativa é que, a cada 3 segundos, surja um novo caso da doença. Embora ela seja uma preocupação crescente para a maioria da população, muitos acreditam que não há como preveni-la.
A falta de comunicação e informação sobre o diagnóstico causa um equívoco de que a demência é uma parte normal do envelhecimento. No entanto, é crucial entender que, embora o risco de desenvolver demência aumenta com a idade, a doença não deve ser considerada uma consequência inevitável do envelhecimento.
Existem fatores de risco modificáveis, como hábitos de vida e condições de saúde, que podem ser geridos para reduzir a probabilidade de desenvolvimento da demência.
Para tratar essas doenças crônicas é essencial conhecer os sinais precoces de demência e a sua atuação, bem como os recursos físicos e mentais disponíveis. Confira algumas das principais informações a respeito da demência e seu tratamento a seguir!
O que é Síndrome Demencial?
As doenças demenciais são aquelas que apresentam sintomas progressivos de deterioração das funções cognitivas, como a memória, linguagem, raciocínio, e habilidades sociais, e que são graves o suficiente para interferir nas atividades diárias.
Nesse sentido, o termo demência não se refere a uma doença específica, mas ao conjunto de diferentes condições que afetam o cérebro, resultando em deterioração cognitiva.
As 4 condições demenciais mais comuns são:
- Doença de Alzheimer, responsável por cerca de 60% a 70% dos casos e pela degeneração progressiva das células cerebrais;
- Demência vascular, resultante de problemas na circulação sanguínea que afetam o fornecimento de oxigênio ao cérebro, comum após um acidente vascular cerebral (AVC);
- Demência com corpos de Lewy, quando ocorrem depósitos anormais de proteínas nas células do cérebro, que afetam o movimento, a cognição e o humor;
- A demência frontotemporal que causa a degeneração dos lobos frontais e temporais do cérebro, afetando o comportamento, a personalidade e a linguagem.
Fatores de risco associados à Síndrome Demencial
O risco de demência aumenta com a idade, especialmente após os 65 anos. Além disso, ter parentes próximos com este diagnóstico é outro sinal de alerta, devido a fatores genéticos.
Pacientes com doenças cardiovasculares também vão ser mais propensos a condição, principalmente aqueles que sofrem de hipertensão, diabetes, colesterol alto e obesidade, capazes de aumentar o risco de demência vascular e Alzheimer.
Fatores como sedentarismo, tabagismo, consumo excessivo de álcool e má alimentação também são contribuintes, assim como lesões na cabeça e a pouca estimulação cognitiva ao longo da vida.
Sintomas iniciais da Síndrome Demencial
Apesar de diferentes para cada pessoa, os sintomas de demência apresentam mudanças sutis e progressivas na memória, comportamento e habilidades cognitivas. Por isso, você deve ficar atento a:
- Alterações na memória: como a dificuldade em lembrar eventos recentes, como conversas, refeições ou atividades realizadas no mesmo dia. A perda de memória também se manifesta no esquecimento de nomes de pessoas próximas, objetos cotidianos, ou compromissos agendados, mesmo que esses tenham sido discutidos ou anotados recentemente;
- Mudanças no comportamento: alterações de humor sem causa aparente, como irritabilidade, ansiedade, ou apatia, são comuns nos estágios iniciais da demência. A pessoa pode perder o interesse em atividades que antes apreciava, além de começar a se isolar socialmente;
- Dificuldades cognitivas: a demência afeta a capacidade de pensar de forma clara e lógica, dificultando o planejamento, tomada de decisões ou resolução de problemas simples do dia a dia. Do mesmo modo, ocorre a desorientação temporal e espacial; quando a pessoa confunde sobre o dia da semana, a estação do ano, ou até mesmo se perder em lugares familiares.
O que é síndrome demencial avançada?
Se não tratada, a demência avança progressivamente, deteriorando severamente as habilidades mentais e funcionais, afetando a capacidade do indivíduo de realizar atividades diárias e de viver de forma independente.
O principal método que nos ensina como identificar demência avançada é por meio da observação, já que a pessoa passa a não reconhecer familiares próximos, amigos ou até mesmo seu próprio reflexo no espelho.
As lembranças de eventos recentes e passados são perdidas, e a memória de curto prazo é extremamente limitada. Com o tempo, também ocorre uma perda significativa da habilidade de falar ou compreender a linguagem, quando o paciente tem dificuldades para encontrar palavras, formar frases coerentes ou entender o que está sendo dito.
Infelizmente, as habilidades motoras também são gravemente afetadas, e a pessoa perde a capacidade de andar, sentar ou até engolir, necessitando de ajuda para todas as atividades diárias, incluindo vestir-se, comer e ir ao banheiro.
Agitação, agressividade, paranoia, alucinações e apatia são comuns, bem como a perda de controle da bexiga e do intestino, exigindo o uso de fraldas e assistência contínua de cuidadores.
Devido à imobilidade e à perda de habilidades motoras, há um risco aumentado de complicações, como infecções (particularmente pneumonias), desnutrição, desidratação e úlceras por pressão.
Importância do diagnóstico precoce
O diagnóstico de síndrome demencial permite o início imediato de tratamentos farmacológicos e não farmacológicos que podem retardar a progressão da demência. Isso inclui o uso de medicamentos que ajudam a gerenciar sintomas cognitivos e comportamentais, e intervenções como terapia ocupacional e cognitiva.
Com a detecção precoce, pacientes e familiares têm a oportunidade de planejar o futuro de maneira mais eficaz, tomando decisões sobre cuidados de longo prazo, aspectos financeiros e legais, e se preparando para as necessidades de assistência.
Além disso, os pacientes diagnosticados precocemente têm a oportunidade de participar ativamente nas decisões relacionadas ao seu cuidado e tratamento, mantendo um nível de autonomia e dignidade por mais tempo.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico da demência é feito por meio de uma combinação de avaliações clínicas, testes cognitivos e exames de imagem. Assim, o médico começa com uma análise do histórico médico e familiar, seguida por testes para verificar a função cognitiva e excluir outras causas de sintomas semelhantes, como deficiências vitamínicas ou doenças psiquiátricas.
Exames de imagem cerebral, como tomografia ou ressonância magnética, ajudam a identificar alterações no cérebro. Do mesmo modo, uma avaliação neuropsicológica detalhada pode ser realizada para entender melhor os déficits cognitivos específicos.
Tratamentos para as doenças demenciais
O tratamento das doenças demenciais gerencia os sintomas, retarda a progressão da doença e melhora a qualidade de vida dos pacientes e seus cuidadores. Embora não exista uma cura para a maioria das demências, várias abordagens são utilizadas para tratar os sintomas e proporcionar suporte.
Aqui estão os principais tipos de tratamento:
Farmacológicos
Alguns medicamentos são usados para os sintomas cognitivos, entre eles os inibidores da colinesterase que ajudam a melhorar a função cognitiva e a memória, ao aumentar os níveis de acetilcolina no cérebro.
Já os medicamentos usados para tratar os sintomas comportamentais e psicológicos são os antidepressivos, que aliviam a depressão e a ansiedade; assim como os antipsicóticos, responsáveis por controlar sintomas severos de agitação, alucinações ou comportamento agressivo.
Terapias não farmacológicas
Neste caso, temos a terapia cognitiva, focada em melhorar a memória e resolução de problemas, o que inclui atividades estruturadas para estimular o cérebro.
Já a terapia ocupacional ajuda os pacientes a manter habilidades para atividades diárias e a adaptar o ambiente, promovendo a independência.
Intervenções psicoeducacionais e de suporte
A psicoeducação oferece apoio emocional e informações para pacientes e cuidadores, ajudando a entender a doença e a desenvolver estratégias de enfrentamento. Igualmente, os grupos de apoio fornecem suporte emocional e prático para cuidadores e familiares.
Cuidados de suporte e gestão
Inclui a adaptação do ambiente doméstico e a criação de rotinas estruturadas para facilitar o dia a dia do paciente. Dessa maneira, reúne cuidados em casa ou em instituições especializadas, dependendo do estágio da doença e das necessidades do paciente.
Cuidados Paliativos
Centram-se no alívio dos sintomas e na melhoria da qualidade de vida, oferecendo suporte físico, emocional e espiritual.
Estratégias para manter a saúde mental
Consumir alimentos ricos em nutrientes, como frutas, vegetais, grãos integrais, e proteínas magras, são atitudes que ajudam a manter o cérebro saudável e funcionar adequadamente.
Além disso, atividades físicas, como caminhar, nadar ou praticar esportes, promovem a saúde geral e o bem-estar mental, ao liberar endorfinas e melhorar a circulação sanguínea.
Para ter mais saúde mental, os pacientes com demência devem
:
- Manter uma rotina de sono adequada, pois ela regula o humor e a função cognitiva;
- Realizar técnicas como meditação, yoga e respiração profunda, para reduzir o estresse e melhorar o estado emocional;
- Envolver-se em atividades que desafiem o cérebro, como ler, fazer palavras-cruzadas, quebra-cabeças, ou aprender novas habilidades;
- Participar de cursos ou workshops sobre temas de interesse, estimulando o cérebro e promove o crescimento pessoal e intelectual;
- Engajar-se em atividades criativas, como pintura, música ou artesanato, para exercitar a mente e expressar-se emocionalmente;
- Interagir com amigos e familiares a fim de combater a solidão e isolamento, promovendo um sentido de pertencimento e suporte emocional.
A síndrome demencial é uma condição crônica que requer tratamento contínuo. Felizmente, os beneficiários da Seguros Unimed acessam ao Programa Cuidando de Perto, desenvolvido para ajudar pessoas com doenças crônicas a viver melhor.
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