Olá! Tudo bem?
No contexto internacional, mesmo com a pandemia apresentando novas ondas de contágio, as economias vêm apresentando resiliência. A vacinação prossegue demonstrando que é a melhor forma de debelar a pandemia. Vale destacar os EUA que, com o novo pacote já aprovado de USD 1,9 trilhão para distribuição às famílias, a expectativa da aprovação do programa de investimentos de USD 2,2 milhões em infraestrutura e o ritmo acelerado de vacinação, reforçam a expectativa de que a maior economia do planeta pode ganhar ainda mais tração em 2021. A China não fica atrás: a economia chinesa mostra sinais consistentes de recuperação com volumes crescentes no ritmo de exportações e importações e já projeta crescimento de 6% do PIB em 2021. Ainda que se tenha incertezas sobre o ritmo de vacinação e de crescimento econômico na Zona do Euro e Reino Unido, o cenário global parece demonstrar que terá crescimento mais sustentável ao longo de 2021.
As incertezas no cenário do Brasil foram o principal foco de volatilidade nos mercados financeiros no mês de março.
O país enfrenta uma nova onda de contaminação da Covid-19 em 2021, ainda mais grave do que a observada em 2020, obrigando vários estados e municípios a adotarem severas medidas de restrição. Medidas que trazem incertezas quanto à retomada da economia, que ensaiou uma recuperação mais consistente no final do ano passado. Condição que também trouxe mais pressão por um novo auxílio emergencial para as camadas mais pobres da população. A tramitação da nova PEC Emergencial trouxe preocupações com um possível estouro do teto de gastos. Foi uma negociação difícil entre Executivo e Legislativo que acabou por limitar o valor total do novo auxílio em R$ 44 bilhões e com alguns gatilhos fiscais para garantir que não haja desrespeito ao teto de gastos.
E as contas públicas?
A votação do Orçamento de 2021, também, foi foco de preocupação pelas chamadas “pedaladas” como forma de abrir espaço para emendas parlamentares. Está no projeto orçamentário o valor total de emendas parlamentares de R$ 51,6 bilhões, o maior nível da história. As negociações prosseguem para que se tenha um texto revisado para evitar riscos com o descumprimento do teto dos gastos públicos e para evitar que o Presidente da República se veja obrigado a fazer qualquer tipo de veto justo em um momento em que aumentam as críticas quanto ao descontrole da pandemia por parte do governo federal.
Ainda no “front” político…
A chamada reforma ministerial, que começou com a substituição do Ministro da Saúde e das Relações Exteriores e culminou na substituição de todo o comando das Forças Armadas, inclusive do Ministro da Defesa, trouxe incertezas de como será o Governo daqui por diante. A reforma ministerial foi motivada pela pressão do “Centrão”. Após as eleições das Presidências do Senado e da Câmara, respectivamente Rodrigo Pacheco (DEM-MG) e Arthur Lira (Progressistas-AL) estão exigindo mais participação no governo para manter o apoio a Bolsonaro. Os últimos embates sinalizam que os projetos de interesse do Governo só avançam se o Centrão quiser. Razão pela qual se consolida a percepção de que será pouco provável que reformas e privatizações avancem este ano, enfraquecendo ainda mais a agenda liberal do Governo Bolsonaro.
Diretamente do Banco Central
Por fim, mas não menos importante, foi a mensagem do Banco Central (BC). A inflação, permanecendo em patamares elevados e perigosamente no teto da meta, obrigou o BC a iniciar o ciclo de aperto monetário. A alta dos juros era esperada, mas surpreendeu a magnitude da alta elevando a Selic de 2,00% aa para 2,75% aa. Além disso, a Ata do Copom foi mais dura considerando que a pressão inflacionária pode ser o maior entrave da economia e que precisa ser contida mesmo que custe o crescimento. Ainda no comunicado, sinalizou que haverá um novo ajuste de 0,75% na próxima reunião. O movimento do BC foi o gatilho para uma significativa mudança na estrutura das curvas de juros que impulsionou um forte movimento de “reprecificação” de ativos no Brasil.
Bolsa em alta
A Bolsa encerrou o mês no campo positivo a despeito da alta da Selic. Depois de 2 meses no campo negativo, em março, a Bolsa fechou com alta de 6%. Movimento que foi derivado pela forte liquidez dos mercados internacionais com parcela de recursos alocados nos mercados emergentes e pela postura de mais austeridade do BC no controle da política monetária. No gráfico abaixo está a evolução do Ibovespa em 2021. No destaque do gráfico observa-se como o movimento da Bolsa, ainda que com muita volatilidade, foi ascendente em março.
Por sua vez, o dólar, um termômetro de percepção de risco, manteve sua trajetória de alta, encerrando o mês com alta de 3%. No pior momento do mês, em 09 de março, o dólar bateu R$ 5,84 com alta de 5,6%. A taxa arrefeceu após a decisão do Copom de aumentar a Selic, mas ainda demonstrando movimento de alta ao longo de 2021.
O movimento mais significativo foi na curva de juros. No gráfico abaixo está a evolução do IMA Geral (ex-C), indicador de preço de todos os títulos públicos de renda fixa. A “reprecificação” das taxas de juros está em curso desde o início do ano, demonstrando as incertezas quanto às contas públicas e com a dinâmica da inflação. O gráfico em queda indica o preço dos ativos caindo e, consequentemente, a alta dos juros. No destaque do gráfico observamos ajuste mais intenso após reunião do Copom.
A dinâmica do mercado se fez presente no retorno dos fundos na rentabilidade do mês.
O RV15 encerrou o mês com rentabilidade de 0,14%, equivalente a 71% do CDI. O Crédito Privado com rentabilidade de 0,10%, equivalente a 48% do CDI. O RF100C com rentabilidade de -0,13%, equivalente a -64% do CDI. Os três fundos foram fortemente impactados pela mudança na estrutura de taxa de juros pós-Copom. No RF100C o impacto foi maior, pois possui uma alocação maior em taxa de juros pré-fixadas, posição mais sensível a mudanças nas taxas de juros.
Multiestratégia
Por sua vez, encerrou o mês com rentabilidade de 0,57%, o equivalente a 282% do CDI. A ótima performance no mês deve-se às posições mais “defensivas” nos juros, à exposição em bolsa e às operações de moedas que capturaram o movimento do dólar contra o real, bem como por arbitragens entre diversas moedas.
Destaques para o RV15 e o RF100C
Os fundos mais longevos da Seguros Unimed demonstram que no longo prazo enfrentam com resiliência os períodos de maior volatilidade dos mercados e, cada um dentro do seu propósito de gestão, entregam rentabilidade consistente e ótima relação risco x retorno para os clientes de Previdência.
Um abraço e até a próxima.
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Luiz Sacchetto é administrador de empresas com mais de 30 anos de experiência em finanças. Já atuou em bancos e em empresas dos setores agrícola, farmacêutico, químico e de seguros. Atualmente é Gerente Nacional de Vendas do ramo Previdência na Seguros Unimed.