O trânsito parou. Motoristas frustrados buscam distrações dentro de seus carros para enfrentar o tempo indeterminado de engarrafamento. A imagem ilustra uma situação recorrente para muitos brasileiros que vivem em grandes cidades. Enquanto o trânsito não flui, alguns ciclistas deixam para trás dezenas de veículos que seriam capazes de alcançar uma velocidade até dez vezes superior a de uma bicicleta, não fosse o trânsito parado. Deixar de lado o estresse diário no trânsito é só um dentre os vários benefícios que usufruem os que decidem trocar o volante pelo guidão.
Pedalar é um exercício aeróbico e, como tal, queima calorias, melhora a função respiratória, fortalece os músculos do corpo, melhora a função cardiovascular, além de deixar as pernas torneadas. Muita gente busca essa alternativa de locomoção e acaba ganhando fôlego e bem-estar. Chegar ao trabalho ou faculdade pedalando traz muito mais disposição para enfrentar os dias.
Mas quem adota a bicicleta como meio de locomoção faz mais do que um bem para o próprio corpo. O meio ambiente também ganha muito com a inclusão da bicicleta na mobilidade urbana. Para se ter uma ideia, quando se decide deixar o carro em casa por um dia, evita-se o lançamento de cerca de seis quilos de gás carbônico no ar, segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Essa quantidade de substância é liberada a cada 30 quilômetros, distância usual que uma pessoa motorizada percorre em uma cidade grande diariamente. Além de não liberar quaisquer substâncias nocivas ao meio ambiente, o uso de bicicletas no lugar de carros ajuda a desafogar o trânsito e diminuir a poluição sonora nos centros urbanos.
Por todos esses benefícios, diversas cidades do mundo implantam medidas a favor do uso da bicicleta. Na Alemanha, por exemplo – país exemplo no uso da bicicleta – são 750 quilômetros de ciclovias somente na capital, Berlim. O Brasil, por sua vez, com suas dimensões continentais – é o quinto maior país do mundo – tem pouco mais de mil quilômetros de ciclovias em todo o território, espalhadas em treze cidades, segundo levantamento da ONG Mobilize Brasil.