A Síndrome do Pôr do Sol, também conhecida como síndrome do entardecer ou crepuscular, não é uma doença, mas uma condição com tendência a ocorrer em pessoas com diagnóstico de doenças neurodegenerativas, como a demência e o Alzheimer.
Seus sintomas são complexos de serem identificados, uma vez que os comportamentos são difíceis de serem analisados e também comuns em outros tipos de doenças.
Por isso é importante estar atento ao contexto e às atitudes do paciente, para que, assim, seja possível auxiliar o médico especialista no diagnóstico. Veja a seguir como lidar com a crise do entardecer.
O que é a Síndrome do Pôr do Sol?
A síndrome é, na verdade, um conjunto de sintomas comportamentais como mudanças de humor e confusão mental, que aparecem, principalmente, no final do dia, quando o sol está se pondo. É por isso que a demência piora à noite.
Entre os sintomas mais comuns estão as mudanças comportamentais, fadiga e apatia, além de desorientação e dificuldade de reconhecer o ambiente e as pessoas com quem convive.
O tratamento deve ser feito com objetivo de evitar o aparecimento dos sintomas ou controlar as crises. Com orientação de um profissional, é possível usar medicamentos, como ansiolíticos, antidepressivos e estabilizadores de humor.
Também é possível combinar a medicação com tratamentos de terapia de luz e musicoterapia para auxiliar no relaxamento, no ciclo do sono e no ciclo circadiano.
Quais são as causas e os fatores de risco?
Ainda não é possível afirmar a causa exata dessa síndrome, porém, entende-se que o surgimento de doenças neurológicas, possa acontecer alterações do relógio biológico, que afetam o sono e o humor dos pacientes, especialmente aqueles com idade avançada.
Isso porque a velhice já está associada a uma diminuição natural das funções cognitivas e do sistema nervoso, por isso diagnósticos de Alzheimer e demais demências são os principais fatores de risco para o desenvolvimento desta síndrome.
Além disso, ainda existem os fatores de risco que podem agravar o episódio, sendo eles os aspectos biológicos, ambientais e psicológicos:
Luz solar reduzida
A redução da luz natural próximo ao pôr do sol pode desorientar o paciente e aumentar sua confusão mental, já que a luz é responsável por ajudar a regular os padrões de sono e vigília.
O que pode ocasionar no transtorno afetivo sazonal, também conhecido como depressão de inverno. Ele está relacionado à menor exposição ao sol e as mudanças das estações, resultando em um menor nível de serotonina e melatonina, desregulando o ciclo circadiano.
Psicológico e emocional
A síndrome pode ser agravada por estresse ou ansiedade, o que pode culminar também na depressão.
Ansiedade
Pessoas com ansiedade crônica, se não medicadas corretamente, apresentam mais chances de desenvolver a síndrome.
Distúrbios no sono
Dificuldade em dormir, sono desregulado ou insônia recorrente podem aumentar as chances de desenvolver a síndrome, uma vez que hormônios e a atividade cerebral ficam desregulados.
Falta de energia
A falta de energia mental e física pode aumentar a agitação do paciente, deixando-o mais vulnerável a episódios de confusão mental e irritabilidade. Faz, inclusive, com que os sintomas da doença fiquem mais aparentes no final do dia, quando o indivíduo está mais cansado.
Quanto tempo dura a Síndrome do Pôr do Sol?
Os episódios da síndrome, duram em média de 1 a 3 horas, entre o pôr do sol e o início da noite. Porém, em alguns casos os sintomas podem se estender durante toda a noite.
Os casos mais duradouros acontecem conforme o grau da doença neurodegenerativa e das condições específicas do paciente, sendo influenciado até mesmo pelo local em que ele está.
Quando buscar ajuda profissional?
Consultar um profissional é fundamental para o diagnóstico correto e o tratamento eficaz dessa condição. Neste caso, médicos como neurologistas e geriatras, especialistas em doenças como Alzheimer, podem ajudar no diagnóstico e no tratamento.
Assim que identificar os primeiros sintomas persistentes e as mudanças de comportamento, é hora de procurar ajuda para que a síndrome não afete drasticamente a qualidade de vida do paciente e nem de seus cuidadores.
Leia também: Como prevenir o Alzheimer? 5 ações que especialistas dizem ajudar
O que fazer quando uma pessoa está com Síndrome do Pôr do Sol?
Nem sempre é fácil cuidar de uma pessoa com doença degenerativa e a síndrome pode agravar a confusão mental, deixando o paciente mais vulnerável e difícil de ser cuidado. No entanto, manter a calma e seguir algumas dicas podem ajudar. Veja:
Mostrar calma e paciência
Essa é uma das formas de aliviar a confusão mental e a agitação da pessoa. Ao ver que seu cuidador está tranquilo, o paciente começa a entender que esta é só uma fase e logo irá passar.
Criar um ambiente adequado
Diminua a intensidade da luz e deixa-a mais suave assim como uma luz natural. Reduza ruídos e movimentações bruscas para a pessoa poder se sentir confortável e segura, ajudando a perceber o local com mais clareza.
Manter uma rotina
Estabelecer uma rotina diária e que se torne previsível, com horários regulares, momentos de descanso e horários para alimentação, ajuda a reduzir a ansiedade e os sintomas da Síndrome do Pôr do Sol.
Fique atento à segurança
Caso a mudança de comportamento envolva irritabilidade e agressividade, é importante garantir que a pessoa esteja em um ambiente livre de objetos perigosos. Caso precise se afastar, faça com cuidado e sem movimentos bruscos.
Monitore o sono
Distúrbios do sono são comuns nesta síndrome. Acompanhe os padrões de sono da pessoa e, sempre que possível, crie um ambiente tranquilo e relaxante para o descanso.
Lembre-se que essas são algumas dicas para aliviar os sintomas e proporcionar conforto durante a síndrome, porém, cada paciente pode reagir de uma forma e nem sempre as mesmas abordagens irão funcionar da mesma maneira para todas as pessoas.
Por isso, fique atento aos sinais e, além de consultar um médico, tente descobrir, aos poucos, o que melhora os sintomas daquela pessoa que está sofrendo com a síndrome perto de você.
Convivendo com o diagnóstico
Conviver com o diagnóstico da Síndrome do Pôr do Sol é um desafio constante para os pacientes e para quem vive ao seu redor.
Essa é uma experiência desgastante por afetar os comportamentos da pessoa, causando, entre outros sintomas, dificuldade de reconhecer os entes queridos e o ambiente onde está.
Tudo isso, além de tornar a rotina de cuidados cansativa, também pode causar tristeza e chateação, especialmente em que convivia com o paciente antes da demência. No entanto, entender que esses comportamentos, na verdade, são sintomas — e não são intencionais —, é fundamental para que a relação cuidador-paciente seja mais leve e tranquila.
Dicas para cuidadores
Os cuidadores, sejam eles familiares ou profissionais especializados, também merecem atenção e cuidados. Por terem uma rotina desgastante, é fundamental que estes busquem apoio para cuidar da própria saúde mental e física.
Grupos de apoio e terapia podem ajudar a lidar com a situação de forma mais leve, além de promover troca com outras pessoas que estão na mesma situação.
Se o membro da família for o cuidador principal do paciente, também vale considerar o apoio de um profissional ou de outra pessoa próxima. Dividir as tarefas do dia a dia pode tornar a rotina mais fácil.
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Agora que você já sabe tudo sobre essa síndrome, ficou mais fácil identificá-la e cuidar de quem você ama.
Lembre-se que, assim que identificar os primeiros sintomas depressivos sazonais ou algum outro, você deve procurar atendimento médico. O tratamento com apoio especializado e com medicação sob supervisão médica, ajudam a deixar essa jornada mais leve, garantindo a saúde e segurança do paciente e dos cuidadores.
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