Remoção do siso: quando fazer, como funciona e quais os cuidados

A remoção do siso está entre os procedimentos odontológicos mais realizados. Conhecidos como “dentes do juízo”, eles costumam nascer por volta dos17 anos. 

Quando não houver espaço adequado para sua erupção, poderá haver dores, inflamações, infecções e outros problemas. 

Nesses casos, a extração se tornará necessária para prevenir complicações. Entenda a seguir como funciona esse processo! 

O que é o dente do siso e por que ele precisa ser removido? 

O dente do siso, também chamado de terceiro molar, é o último a se formar e erupcionar em cada lado da arcada dentária 

Alguns indivíduos desenvolvem os quatro molares, dois inferiores e dois superiores, enquanto outros não têm nenhum.

A retirada só é indicada quando surgem complicações, como a limitação de espaço, que faz com que as coroas fiquem comprimidas contra a gengiva, provocando dor e favorecendo infecções. 

Em certos casos, eles podem nascer inclinados, pressionando os dentes próximos e causando desalinhamento. A dificuldade de higienização nessa região também favorece o acúmulo de placas bacterianas, contribuindo para o aparecimento de cáries e gengivites.

Quais são os sinais de que o dente do siso precisa ser extraído?

Entre os principais sinais estão a dor ou o desconforto contínuo na parte posterior da boca ou na mandíbula. Outros sintomas são:

• Inchaço na gengiva, ao redor da coroa dentária;
• Dificuldade para abrir a boca completamente;
• Gengiva vermelha, inflamada ou sangrando;
• Mau hálito constante ou gosto ruim na boca;
• Infecções frequentes na gengiva ao redor do siso, como a pericoronarite;
• Cárie no molar ou no dente ao lado;
• Pressão ou dor nas outras coroas, causando desalinhamento;
• Molar nascendo torto ou deitado;
• Formação de cistos ou lesões no osso da mandíbula;
• Dificuldade para higienizar a região;
• Dor de cabeça ou dor irradiada para o ouvido.

Como é feito o procedimento de remoção do siso?

Antes da cirurgia, o dentista solicita uma radiografia panorâmica para avaliar a posição dos dentes, e a proximidade de  nervos ou de outras estruturas, o que permite planejar uma abordagem segura.

Com o planejamento concluído, o procedimento é feito. A seguir, veja as etapas envolvidas:

1. Aplicação da anestesia

A extração do siso é feita com anestesia local, que bloqueia completamente a dor na região. 

2. Acesso ao dente

Se a coroa estiver inclusa na gengiva ou no osso, o dentista fará um pequeno corte na gengiva e, se necessário, removerá uma porção do osso ao redor da arcada com instrumentos específicos, como brocas cirúrgicas.

3. Remoção do dente

O dente é inicialmente  movimentado com alavancas e, em seguida, retirado. Quando o molar tiver tamanho aumentado ou raízes curvas, o dentista o dividirá em partes menores para tornar a extração possível.

4. Limpeza da área

Após a retirada da estrutura dentária, o profissional  irriga o local para remover fragmentos de osso ou tecido e garantir que não haja infecção nem sangramento excessivo.

5. Sutura da gengiva

Por fim, a gengiva é suturada com pontos reabsorvíveis ou não reabsorvíveis, que serão retirados após alguns dias. Essa etapa contribui para a cicatrização e diminui o risco de infecções.

Quais são os cuidados após a remoção do siso?

O cuidado imediato está em manter a gaze pressionada sobre o local por 30 a 60 minutos para favorecer a coagulação. Depois desse tempo, outros cuidados são:

• Nas primeiras 24 a 48 horas, aplique gelo externamente em ciclos de 15 minutos com, e de 15 minutos sem;
• Tomar os medicamentos prescritos, sejam eles analgésicos, anti-inflamatórios ou antibióticos;
• Descansar e evitar esforço físico por pelo menos dois dias;
• Dormir com a cabeça elevada na primeira noite;
• Alimentar-se com comidas frias ou mornas e de consistência pastosa, como purês, sopas frias, sorvetes ou iogurtes;
• Fazer higienização bucal com cuidado, evitando a área operada nas primeiras 24 horas;
• Retornar ao dentista para a remoção dos pontos e avaliação.

Quais são os riscos e complicações associados à remoção do siso?

A remoção do molar é um procedimento frequente e seguro, porém, como toda cirurgia, poderá apresentar riscos e complicações, sobretudo quando a coroa estiver inclusa ou posicionada desfavoravelmente. 

A seguir, confira as principais complicações que podem ocorrer.

Inchaço e dor

É comum haver inchaço na face e dor moderada a intensa, principalmente nas primeiras 48 horas, como parte do processo inflamatório natural. 

Em alguns casos, o inchaço se estende para o pescoço ou causa dificuldade para abrir a boca, mas tende a melhorar com repouso, gelo e medicação.

Infecção

A infecção é uma complicação comum, especialmente quando a higienização for insuficiente ou houver acúmulo de restos alimentares na ferida, provocando dor intensa, pus, febre e mau hálito.

Alvéolo seco (osteíte alveolar)

O alvéolo seco acontece quando o coágulo de sangue que protege o osso do alvéolo (local do dente removido) se desfaz ou não se forma corretamente. Ela é caracterizada por dor forte e latejante, que começa entre o 2º e o 4º dia após a cirurgia.

Sangramento prolongado

Sangramentos leves nas primeiras horas são comuns, mas, se forem intensos ou não cessarem, poderão indicar distúrbios na coagulação ou rompimento de vasos. Por isso, é recomendado manter a compressão com gaze e evitar esforços físicos. Se o quadro persistir, será preciso recorrer ao dentista.

Lesão de nervos

Quando os molares inferiores estiverem muito próximos ao nervo alveolar inferior ou lingual, poderá ocorrer formigamento, dormência ou perda de sensibilidade no lábio, queixo e língua. Esse acontecimento, geralmente, é temporário, sendo raros os casos em que pode se tornar permanente. 

Danos às estruturas dentárias vizinhas ou estruturas ósseas

Durante a extração, poderão ocorrer danos acidentais aos dentes adjacentes, especialmente se já tiverem restaurações ou raízes frágeis. 

Em casos raros, a mandíbula poderá ser fraturada, principalmente em pacientes com ossos muito finos ou coroas profundamente inclusas.

Abertura de comunicação com o seio maxilar

Nos molares superiores, se as raízes estiverem muito próximas dos seios da face, poderá ocorrer uma comunicação buco-sinusal, criando uma passagem entre a boca e o seio maxilar, exigindo cuidados especiais e, às vezes, cirurgia corretiva.

Veja também: Siso inflamado: o que fazer e como tratar?

Quanto tempo leva a recuperação da remoção do siso?

A recuperação após extração do siso costuma levar entre sete e 10 dias, mas esse tempo poderá variar conforme a complexidade da cirurgia, o número de dentes removidos e a resposta individual do organismo. 

A maioria das pessoas consegue retomar atividades leves após dois a três dias, mas esforços físicos devem ser evitados por pelo menos cinco a sete dias. 

Essa cicatrização da gengiva leva cerca de uma semana, enquanto a recuperação óssea completa poderá levar de algumas semanas a meses.

Qual o valor da remoção de um siso?

O valor da remoção depende de alguns fatores, como a localização da clínica, a condição do dente, o tipo de anestesia e os exames adicionais. Nesse sentido, a faixa de preço, aproximada, por dente é:

• R$ 300 a R$ 600: extração simples (estrutura erupcionada, sem complicações);
• R$ 600 a R$ 1.200: retirada de dente incluso ou com cirurgia mais complexa;
• R$ 1.500 a R$ 3.000: remoção de todos os quatro sisos em uma única sessão.

Deve-se lembrar de que alguns planos odontológicos cobrem a cirurgia do siso total ou parcialmente, especialmente se houver indicação clínica. 

É o caso da Unimed Odonto, que oferece cobertura para a remoção do siso, incluindo procedimentos simples e cirurgias mais complexas. 

O plano Essencial Plus cobre extrações simples, enquanto o Pleno inclui molares e exames como radiografia panorâmica. Agora, saiba como funciona!