O funcionamento equilibrado do organismo está intimamente ligado ao nosso cardápio diário. “A base alimentar clássica, com alimentos frescos e naturais, sempre será uma boa escolha para a saúde da população”, diz Simone Gomes, nutricionista da equipe multiprofissional de terapia nutricional do Hospital Vila Nova Star, em São Paulo.
Na teoria, a maioria das pessoas sabe a necessidade de priorizar o consumo de frutas e verduras. Na prática, a população dos centros urbanos, especialmente, adota outro comportamento.
Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, apenas um em cada 10 adultos come frutas ou vegetais suficientes no país.
O prato dos brasileiros também deixa a desejar: tem muito carboidrato e pouca variedade de vitaminas. Uma pesquisa do professor de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Walter Belik, divulgada em novembro de 2020, apontou que as despesas mensais dos brasileiros com o pão francês (cerca de R$ 1,2 bilhão) são quase o dobro do valor gasto com banana (R$ 410 mi), laranja (R$ 163 mi) e maçã (R$ 162 mi), dos três juntos.
Quanto comer?
A proporção preconizada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) é de cinco porções diárias de frutas e verduras. A distribuição ideal baseia-se em duas porções de frutas e três de vegetais.
A recomendação foi ratificada por um estudo realizado por docentes da Harvard Medical School e do Brigham and Women’s Hospital, em Boston, e divulgado pela American Heart Association. As análises do grupo levaram em conta dados de mais de 2 milhões de pessoas.
O estudo concluiu que, em comparação com aqueles que consumiram duas porções de frutas e vegetais por dia, os participantes que consumiram cinco porções diárias de frutas e vegetais tiveram risco 13% menor de morte por todas as causas; risco 12% menor de morte por doenças cardiovasculares; risco 10% menor de morte por câncer; e risco 35% menor de morte por doença respiratória.
Sem pesar no bolso
Comer bem não significa gastar mais. “Escolher as frutas e vegetais da safra garante bons nutrientes e um valor mais acessível para as famílias”, afirma Simone. “Aprender a aproveitar o alimento fresco na sua totalidade pode ser uma medida válida para garantir as recomendações de ingestão diária”, complementa a nutricionista.
Alguns casos, como o de diabéticos, precisam ser orientados por um especialista para evitar descontroles em taxas como a de glicemia. “A indicação de cinco porções diárias de frutas e verduras serve para toda a população saudável”, reforça a especialista.
Os vilões dos cardápios são os alimentos industrializados, chamados de processados ou ultraprocessados, dependendo da maneira como são fabricados. A perda nutricional, a adição excessiva de sal, açúcar e conservantes associam seu consumo a doenças do coração, obesidade e outras patologias crônicas, como diabetes e hipertensão. Bolachas recheadas, temperos em cubos, salgadinhos de pacotes, refrigerantes e bebidas aromatizadas estão entre eles. O Guia Alimentar da População Brasileira, produzido pelo Ministério da Saúde, dá uma dica prática para distinguir os produtos ultraprocessados: o número elevado de ingredientes (frequentemente cinco ou mais) e, sobretudo, a presença de itens com nomes pouco familiares e não usados em preparações culinárias (como gordura vegetal hidrogenada, óleos interesterificados, xarope de frutose, isolados proteicos, agentes de massa, espessantes, emulsificantes, corantes, aromatizantes e realçadores).
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