A Lesão por esforço repetitivo / LER é uma síndrome que engloba um grupo de doenças que podem afetar o aparelho locomotor. Os sintomas muitas vezes surgem após certas atividades no ambiente de trabalho, podendo resultar no afastamento do profissional. Saiba mais no texto abaixo.
A lesão por esforço repetitivo/LER afeta profissionais de várias áreas, provocando dores e dificuldades de movimentação de partes do corpo muito usadas durante as atividades do dia a dia. Os incômodos surgem principalmente nas mãos, cotovelos e ombros, mas podem afetar praticamente qualquer parte do corpo.
Esta condição reumatológica leva muitas pessoas a buscarem ajuda médica. Em muitos casos, o problema pode ser resolvido em pouco tempo, mas o quadro pode se agravar se houver demora no início do tratamento ou se não forem feitas modificações na rotina e no ambiente de trabalho.
Neste texto, destacamos os principais aspectos desta síndrome, como seus tipos, fatores de risco, sintomas, tratamentos disponíveis e formas de prevenção. Acompanhe!
O que é a Lesão por Esforço Repetitivo (LER)?
A lesão por esforço repetitivo é uma síndrome que afeta tendões, músculos e ossos que estão frequentemente expostos a cargas e movimentos repetitivos. O problema atinge diversos tipos de trabalhadores, como costureiras, redatores, pianistas, tenistas, ginastas e outros profissionais que usam determinada parte do corpo com muita frequência.
O que causa a LER?
A Ler em si não é uma doença, mas engloba um grande grupo de enfermidades cuja origem está associada ao desgaste ou inflamação de estruturas usadas de maneira repetitiva, sem o devido descanso e em posições inadequadas.
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Qual a diferença entre LER e DORT?
Já sabemos que LER é a sigla para Lesão por esforço repetitivo. Mas o que nem todo mundo sabe é que ela foi formalmente substituída pela sigla DORT: Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho.
Essa nomenclatura serviu para caracterizar o problema de forma mais fiel. A substituição ocorreu por 2 motivos principais:
- As dores e outros sintomas no sistema musculoesquelético apresentados por trabalhadores nem sempre estavam associados a qualquer lesão nas estruturas;
- Não são somente os esforços repetitivos que prejudicam o trabalhador no ambiente de trabalho. Há uma série de situações que causam sintomas similares, como levantar objetos pesados, ficar em uma postura inadequada por muito tempo e usar aparelhos que transmitem grande vibração.
Quais são as Lesões por esforço repetitivo?
Como mencionamos, as lesões por esforços repetitivos podem ser de vários tipos e atingir diferentes partes do corpo. As principais doenças que comumente se iniciam por esse tipo de esforço estão descritas abaixo.
Bursite
Em nossas articulações há pequenas bolsas com um líquido em seu interior. Elas são chamadas de bursas e funcionam como uma espécie de amortecedor para reduzir o impacto entre ossos, tendões e músculos.
Quando uma bursa passa por um processo inflamatório, temos um quadro de bursite, que pode provocar dor e inchaço na articulação atingida, além de limitação dos movimentos.
Tendinite
A tendinite é a inflamação do tendão, uma estrutura responsável por conectar o músculo ao osso e possibilitar nossa movimentação. O paciente com o problema costuma se queixar de dor e inchaço.
Síndrome de túnel do carpo
Em nosso punho há o nervo mediano, que passa pelo canal do carpo. Em algumas situações, ele pode ficar inflamado, causando um contato anormal com as estruturas da região e deixando a área extremamente sensível. O problema afeta a movimentação de toda a mão.
Tenossinovite
A tenossinovite é uma inflamação da bainha sinovial, uma estrutura que envolve e protege os tendões.
Sinovite
Quando a membrana sinovial que recobre as articulações passa por um processo inflamatório, temos um caso de sinovite.
Mialgias
Mialgia é um termo geral para se referir a dores musculares, que podem surgir em qualquer parte do corpo, geralmente associadas a movimentos repetitivos.
Epicondilite lateral ou medial
É um tipo de inflamação que atinge o tecido que liga o músculo do antebraço ao cotovelo. A enfermidade é conhecida como cotovelo de golfista ou cotovelo de tenista, pois o problema atinge com maior frequência esse tipo de atleta.
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Principais fatores de risco para o desenvolvimento dessa lesão
O principal fator de risco para o problema é desenvolver uma atividade profissional que possua as seguintes características:
- Movimentos repetitivos;
- Postura incorreta;
- Força excessiva;
- Vibração;
- Problemas de ergonomia;
- Estresse psicológico.
Também estão mais suscetíveis a essas enfermidades pessoas com algum problema de saúde prévio nas articulações e trabalhadores que não descansam o suficiente entre as jornadas de trabalho, além de atletas que praticam exercícios físicos de forma excessiva.
Por fim, a idade também é considerada um fator de risco, já que com o envelhecimento as estruturas do nosso corpo se tornam naturalmente mais frágeis, contribuindo para um desgaste acelerado e o surgimento de inflamações quando executamos atividades repetitivas.
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Sintomas comuns da lesão por esforço repetitivo
Há muitos sintomas associados à lesão por esforço repetitivo. Os principais são:
- Dor no local e que também pode irradiar para outras partes;
- Sensibilidade ao toque;
- Inchaço;
- Dificuldades para mover a articulação afetada;
- Rigidez na articulação;
- Formigamento.
Tratamentos disponíveis para aliviar os sintomas e tratar a lesão
O primeiro passo para iniciar o tratamento é diagnosticar corretamente o problema. Pois a abordagem pode variar conforme a enfermidade e os sintomas apresentados. Mas, de maneira geral, existem algumas opções frequentemente receitadas nesse tipo de problema:
- Repouso. O paciente deve deixar a parte afetada do corpo em repouso até que ela se recupere. Por esse motivo, pacientes com LER geralmente ficam alguns dias afastados do trabalho;
- Aplicação de compressas quentes e frias, dependendo do tipo de lesão e da indicação médica;
- Uso de analgésicos e anti-inflamatórios para reduzir a dor e a inflamação;
- Sessões de fisioterapia para devolver a mobilidade da região e fortalecer a musculatura, a fim de proteger as articulações;
- Em casos muito graves, quando o problema evolui sem o tratamento adequado, a cirurgia passa a ser uma opção. Mas essa intervenção é reservada a casos raríssimos, já que geralmente o paciente reage bem diante do tratamento clínico.
Dicas para prevenir a LER
Embora LER/DORT tenha tratamento, a melhor opção é prevenir o problema, o que pode ser feito por meio de atitudes simples e efetivas no dia a dia, como:
- Fazer pausas regulares durante o trabalho e alongar-se. Não há uma definição exata sobre o período ideal entre cada pausa, mas adotar paradas a cada 1 hora costuma ser o suficiente;
- Evite ficar muito tempo na mesma posição, pois isso pode sobrecarregar músculos, tendões e outras estruturas;
- Mantenha uma postura adequada. Quem trabalha sentado deve manter a coluna reta e os pés paralelos e alinhados no chão, evitando cruzar as pernas;
- Se você trabalha com digitação, evite apoiar os pulsos durante a atividade. Embora a postura possa parecer cômoda, os nervos da região podem ser pressionados, provocando dor;
- Utilize móveis e equipamentos de trabalho que favoreçam a ergonomia. Por exemplo, sua cadeira deve permitir ajustes para que você se sente na altura certa em relação à mesa. O monitor e o teclado devem estar afastados o suficiente para que você posicione os braços de maneira cômoda, ao mesmo tempo em que mantém a coluna ereta;
- Beba muita água durante o dia para manter o corpo em boas condições;
- É importante entender que o problema não se desenvolve apenas no trabalho. Uma pessoa que passa muitas horas diante do computador jogando por lazer ou usando o celular para conversar com os amigos também pode desenvolver enfermidades desse tipo;
- Não ignore os sintomas. Se começar a sentir dor e outros incômodos, procure um médico.
Como comprovar lesão por esforço repetitivo?
Para comprovar uma lesão por esforço repetitivo é necessária uma avaliação detalhada, que começa com uma consulta com o reumatologista. A partir daí, o especialista pode executar diferentes passos para diagnosticar o problema:
- Avaliação do histórico médico: forneça ao profissional uma descrição detalhada dos sintomas, quando eles surgiram, quadros anteriores com características similares e comportamentos do dia a dia que aliviam ou aumentam a dor;
- Exame físico: o médico irá avaliar o paciente fisicamente, verificando pontos de inchaço, sensibilidade e amplitude dos movimentos. Em alguns casos ele pode realizar testes específicos para avaliar, por exemplo, a resistência e a função muscular;
- Exames de imagem: se for preciso, o profissional irá solicitar exames de imagem, como radiografia e ressonância magnética para visualizar as estruturas internas em busca de lesões e para confirmar o diagnóstico.
Após o diagnóstico, é fundamental que o paciente siga o tratamento à risca e tome as precauções necessárias para que o problema não retorne. Pois, se os mesmos hábitos forem mantidos, os sintomas irão aparecer periodicamente e podem se tornar cada vez mais graves, necessitando de um maior tempo de tratamento.
As doenças de origem ocupacional levam muitas pessoas a se afastarem do trabalho todos os anos. Por isso, é fundamental que os gestores e colaboradores trabalhem juntos para prevenir e se educar sobre o problema.
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