Na esteira das consequências causada pela COVID-19 estão os transtornos mentais.
Afinal, são tempos de receio com perda de emprego, medo de contágio e incertezas sobre o futuro, somados às mudanças abruptas na rotina.
Neste cenário, as mulheres seriam mais vulneráveis a abalos emocionais, de acordo com um estudo da empresa americana Kaiser Family Foundation, que trabalha com pesquisas na área de saúde pública.
“O papel da mulher se multiplicou em vários: profissional, mãe, esposa, cuidadora, professora”, diz a psicóloga paulista Renata Sá. “Devido ao isolamento, todos esses papéis estão sendo vividos ao mesmo tempo, 24 horas por dia. Para as que não têm apoio de outros familiares, companheiros ou amigos, tem sido ainda mais difícil assumir tantas funções”, acrescenta.
Especialistas recomendam cuidado, particularmente a quem já enfrentava sofrimento psicológico, pois a pessoa pode ter seu quadro agravado com a sobrecarga de trabalho e tensão provocados pela pandemia.
Outro aspecto que pode eventualmente impactar negativamente as mulheres são as mudanças hormonais, capazes de deixá-las mais suscetíveis a sintomas como ansiedade e insegurança.
Nesse sentido, a menopausa também provoca reflexos no bem-estar. “A menopausa já é uma fase de instabilidade emocional; a pandemia pode intensificá-la porque também acarreta uma série de alterações”, afirma Renata. “Além de cuidar da adaptação ao período é importante não interromper o tratamento da menopausa ou não deixar de procurar ajuda médica e auxílio psicológico caso surjam dificuldades”, completa a psicóloga.
Cuidar da saúde mental neste período não está sendo fácil, mas algumas atitudes simples podem fazer a diferença. Veja as dicas da psicóloga Renata Sá.
Trabalhar em casa não é trabalhar o tempo todo
Misturar tarefas profissionais com as de casa, com momentos de descanso ou com as refeições, por exemplo, gera tensão e preocupação para resolver tudo ao mesmo tempo. Que tal se dedicar inteiramente a uma atividade por vez?
Organize o seu tempo e espaço
Estruturar e organizar a rotina em casa é essencial para se adaptar. Entramos em quarentena sem planejamento, acreditando que seria rápido e passageiro. Já sabemos, agora, que algumas mudanças persistirão por mais tempo e outras serão permanentes. Então é o momento de estabelecer prioridades, novas regras, horários e divisão de tarefas com os familiares – inclusive, exigir responsabilidade e participação das crianças, de acordo com sua maturidade.
Lazer deve fazer parte da agenda
Encontrar alternativas de lazer e momentos para se colocar como prioridade. Há muitas opções de atividades, cursos, entretenimento que podem ser feitos de dentro de casa ou em ambientes externos que sejam seguros neste momento. Cuidar da alimentação, fazer exercícios agradáveis, meditar, ouvir música etc. “O importante é que seja algo prazeroso para a própria pessoa”, diz a psicóloga. “Às vezes, não percebemos a importância de valorizar nossos desejos e necessidades, mas são eles que impedem o acúmulo de toda a sobrecarga de estresse e nos ajudam a encontrar motivação para o dia-a-dia”, finaliza a especialista.
Fato! Em 2020, esse tipo de mal se tornou frequente e todos os problemas causados pela situação extrema foi o estopim para trazer a tona essa situação gritante.