Entender os impactos do HIV/AIDS na odontologia é fundamental para ajudar pacientes soropositivos a cuidarem melhor da sua saúde bucal.
Os tratamentos de portadores com HIV/AIDS na odontologia exigem alguns cuidados especiais. Isso porque essa condição altera o sistema imunológico, tornando as pessoas mais suscetíveis a vários problemas, incluindo aqueles que afetam a saúde bucal.
Sem o acompanhamento odontológico adequado, esses portadores podem desenvolver complicações que afetam sua cavidade oral.
Caso essas complicações não sejam identificadas e tratadas corretamente, eles podem apresentar uma piora no seu estado geral de saúde geral, colocando suas vidas em risco.
Apesar da existência de campanhas de conscientização como o Dezembro Vermelho, os problemas associados à falta de cuidados com a saúde bucal de pacientes soropositivos ainda não são conhecidos por parte da população.
Afinal, a falta de informação sobre relação entre saúde bucal e HIV/AIDS alimentam o preconceito contra os portadores dessa condição.
Além disso, o desconhecimento sobre esse tema ainda contribui para que as pessoas soropositivas não façam um acompanhamento odontológico adequado.
Considerando a importância do tema e o impacto do HIV/AIDS na odontologia, neste artigo, explicaremos as principais manifestações bucais dessa condição em pacientes soropositivos.
Além disso, vamos mostrar os protocolos de segurança que devem ser utilizados para proteger tanto profissionais de saúde quanto pacientes. Assim, será mais fácil entender que não existem motivos para temer ou evitar pessoas com essas condições no consultório.
A HIV/AIDS na odontologia: a condição gera impactos na saúde bucal?
Para entender a relação entre saúde bucal e HIV/AIDS, é importante lembrar as características dessa doença. A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) é uma doença causada pelo Vírus da imunodeficiência humana (HIV).
Trata-se de uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST), ou seja, o HIV é transmitido principalmente por meio de relações sexuais desprotegidas (sem preservativos) com pessoas soropositivas.
Ao entrar no organismo de pessoas saudáveis, esse vírus ataca seu sistema imunológico, responsável pela manutenção da defesa do corpo contra infecções.
Ou seja, esse ataque promove o enfraquecimento das defesas do organismo. Por esse motivo, a pessoa se torna mais vulnerável ao desenvolvimento de doenças oportunistas, incluindo infecções bucais.
Embora ainda não exista cura para essa doença, pacientes soropositivos podem fazer tratamentos para conviver com essa doença.
O tratamento mais efetivo até o momento é a terapia antirretroviral (TARV), que ajuda a manter o HIV sob controle, melhorar a qualidade de vida e aumentar a longevidade dos seus portadores.
No entanto, como a AIDS também têm impactos significativos na saúde bucal, é fundamental que pacientes soropositivos façam um acompanhamento odontológico.
Isso é essencial tanto para evitar problemas na cavidade oral quanto para preservar o estado geral de saúde dos seus portadores.
Quais as infecções mais comuns em pacientes soropositivos?
Os problemas na cavidade oral são considerados um dos primeiros sinais da doença, motivo que reforça a importância de entender os impactos do HIV/AIDS na odontologia.
Para isso, é necessário conhecer quais as principais manifestações bucais dessa IST e por que elas são perigosas.
Confira esses problemas a seguir.
- Úlceras aftosas;
- Cáries dentárias;
- Lesões bucais causadas por HPV, como condiloma acuminado, verruga vulgar e hiperplasia epitelial focal;
- Sarcoma de Kaposi, um tipo de câncer que causa a formação de nódulos arroxeados ou amarronzados na pele ou na mucosa da boca;
- Candidíase oral, uma infecção fúngica que causa placas brancas na boca, língua e gengiva;
- Leucoplasia pilosa, condição que causa a formação de manchas brancas com aspecto capilar na boca;
- Infecção por herpes simples;
- Doenças periodontais, como gengivite e periodontite mais agressivas.
Quais são os protocolos de segurança utilizados na odontologia para pacientes com HIV?
Os protocolos de segurança utilizados em odontologia para pacientes com HIV são os mesmos utilizados nos demais atendimentos.
Eles envolvem uma série de procedimentos e técnicas que evitam a transmissão de todas as doenças infecciosas, incluindo a AIDS.
Isso garante a proteção dos profissionais de saúde envolvidos no atendimento odontológico e os pacientes, sejam eles soropositivos ou não.
Confira abaixo quais são esses protocolos e por que eles são importantes.
Protocolos de biossegurança
Os protocolos de biossegurança envolvem cuidados e procedimentos que devem ser seguidos de forma rigorosa nos consultórios odontológicos.
Eles envolvem etapas que devem ser executadas antes, durante e depois da consulta, garantindo que as pessoas que frequentam o local sejam mantidas em máxima segurança. Dessa forma, elas ficam protegidas contra os riscos biológicos, físicos e químicos comuns em consultórios.
Alguns desses protocolos tratam da esterilização e desinfecção do ambiente e de superfícies de trabalho, bem como de instrumentos e acessórios utilizados pelo dentista. Eles são essenciais para evitar a transmissão de patógenos por conta do contato com sangue e fluidos corporais.
Dentistas, auxiliares e demais profissionais que entram em contato com os pacientes também precisam usar Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) adequados.
Esses EPIs incluem máscaras, luvas e toucas descartáveis, entre outros equipamentos capazes de evitar o contato desses profissionais com fluidos e sangue dos pacientes.
Aliás, também existem protocolos de segurança que devem ser implementados para proteger as pessoas que frequentam o consultório odontológico, inclusive pacientes soropositivos.
Esses protocolos envolvem medidas rigorosas para prevenir a contaminação cruzada entre pacientes, como descarte seguro de resíduos biológicos, uso de barreiras de proteção, entre outras estratégias.
Anamnese
Todas as pessoas atendidas pelo dentista devem passar por um processo chamado de anamnese. Trata-se de uma avaliação detalhada das características e do histórico do paciente.
Isso permite que o dentista entenda qual o seu estado geral de saúde, se ele tem alguma queixa em relação a sua saúde bucal, se ele usa alguma medicação, qual o seu estilo de vida, entre outros detalhes.
Tudo isso ajuda o dentista a definir quais procedimentos ele deve realizar durante a consulta e quais tratamentos podem ser indicados para o paciente.
Como pessoas soropositivas são mais suscetíveis a certos problemas bucais, quem tem HIV/AIDS precisa informar o dentista sobre essa doença. Afinal, essa condição pode influenciar no diagnóstico e tratamento bucal dos pacientes.
Exame físico
O exame físico da cavidade oral complementa os dados obtidos durante a anamnese. Isso porque esse exame permite que o dentista identifique quaisquer problemas na dentição, gengivas, bochechas, língua, entre outras estruturas da boca.
Caso necessário, ele também solicita a realização de exames complementares, como radiografias e tomografias, para fechar algum diagnóstico e iniciar os tratamentos.
Vale lembrar que o dentista é capacitado para identificar sintomas e sinais relacionados ao HIV. Isso porque doenças bucais podem ser os primeiros sintomas da infecção por essa IST. Por esse motivo, se ele suspeitar que o paciente está infectado, poderá encaminhá-lo a um infectologista.
Tratamentos bucais adequados
O dentista pode adotar diferentes abordagens de tratamentos bucais para pacientes com HIV/AIDS. Na abordagem tradicional, o paciente é submetido aos mesmos tratamentos indicados para pessoas que não são soropositivas.
Essa abordagem é utilizada no controle de doenças bucais comuns, como cárie e gengivite. Além disso, ela também envolve orientações de prevenção e cuidados com higiene oral.
O dentista também pode adotar uma abordagem específica para pessoas com HIV. Nesse caso, são realizados procedimentos para tratar as lesões bucais relacionadas à AIDS.
É possível contrair HIV no dentista?
As chances de contrair o HIV durante uma consulta com o dentista são baixas. Isso porque os profissionais que atuam na área de odontologia são obrigados a seguir protocolos de segurança rígidos para prevenir doenças e agentes infecciosos.
Conforme explicado, esses protocolos envolvem desde a esterilização de instrumentos até o uso de EPIs e descarte correto de resíduos biológicos.
Todos esses procedimentos são determinados pela Vigilância Sanitária e devem ser seguidos à risca. Caso contrário, o consultório pode ser interditado e o proprietário, multado e até processado.
Em outras palavras, as pessoas não devem ter medo de se consultarem com o dentista. Geralmente, elas não são contaminadas nesse local.
Qual o papel da equipe odontológica nos cuidados de pacientes soropositivos?
O trabalho e a conduta dos profissionais da odontologia são fundamentais para conscientizar, acolher e cuidar de todos os pacientes, inclusive daqueles infectados com o vírus da AIDS.
Esses profissionais são treinados e capacitados para criar um ambiente odontológico seguro para todos os pacientes. Assim, eles garantem que os tratamentos sejam realizados com riscos mínimos de transmissão de quaisquer infecções.
Além desse cuidado com a biossegurança, dentistas e auxiliares são capacitados para apoiar, orientar e personalizar o plano de tratamento odontológico de pacientes soropositivos, considerando as particularidades da sua condição e estado de saúde.
No entanto, isso só é possível quando a equipe odontológica adota uma postura humana, profissional e ética durante o contato com esses pacientes. Esse atendimento humanizado e respeitoso é fundamental para promover tanto a prevenção e o tratamento correto de lesões bucais associadas à AIDS.
Ou seja, o dentista e sua equipe devem estar preparados do ponto de vista técnico e humano para ajudar pacientes soropositivos a cuidar da sua saúde bucal.
Vale lembrar que manter esses cuidados é muito mais fácil com o apoio de um bom plano odontológico, como os da Unimed Odonto. Conheça nossos planos, faça uma cotação online e comece a cuidar da sua saúde bucal!