Na SOP, existem desequilíbrios hormonais que dificultam a ovulação e diminuem as chances de uma gravidez, entenda.
A maternidade é um momento especial na vida de uma mulher, mas para aquelas que enfrentam uma gravidez com ovário policístico, existem preocupações adicionais. Isso acontece devido às alterações hormonais que o corpo da mulher com SOP enfrenta, o que, muitas vezes, leva à infertilidade ou a uma gravidez de alto risco.
Felizmente, essa doença tem diversos métodos de tratamento, administrados por uma equipe médica especializada. Se você não sabe muito sobre o assunto, leia este artigo e descubra o que é a SOP, como ela afeta a fertilidade feminina e quais são os riscos e cuidados específicos durante a gravidez para mulheres que lidam com essa síndrome.
O que é a síndrome do ovário policístico (SOP)
A Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) é uma condição que afeta a função reprodutiva das mulheres. Nela, os ovários ficam repletos de pequenos folículos (cistos) que não se desenvolvem adequadamente para liberar um óvulo, o que leva à ausência de ovulação ou ovulação irregular.
As mulheres com SOP apresentam níveis elevados de andrógenos (hormônios masculinos), que causam sintomas como excesso de pelos no corpo e rosto (hirsutismo), acne e queda de cabelo. Além disso, a SOP causa menstruações irregulares, infrequentes ou ausentes, o que afeta ainda mais a fertilidade.
Entre os sintomas mais comuns da SOP, temos:
- Ciclos menstruais irregulares ou ausentes.
- Excesso de pelos no rosto e corpo (hirsutismo).
- Acne e pele oleosa.
- Queda de cabelo (alopecia).
- Ganho de peso ou dificuldade para perder peso.
- Manchas escuras na pele, especialmente nas dobras do corpo (acantose nigricans).
Como a síndrome do ovário policístico pode afetar a fertilidade feminina?
A SOP afeta a saúde e a fertilidade feminina de várias maneiras, devido ao seu impacto sobre os ciclos menstruais e a ovulação. Com ela, mulheres em fase reprodutiva sofrem com ciclos menstruais irregulares ou anovulatórios (nos quais não ocorre a ovulação). Sem ovulação regular, fica difícil prever os períodos férteis.
Nas mulheres que sofrem com a SOP, os ovários adquirem pequenos folículos que não se desenvolvem adequadamente para liberar um óvulo maduro, resultando na ausência de óvulos disponíveis para fertilização. Infelizmente, os níveis de andrógenos ficam elevados, também interferindo no desenvolvimento e liberação dos óvulos.
Mas não para por aí, a gravidez com ovário policístico fica ainda mais difícil de acontecer numa mulher com SOP devida a proporção anormal entre LH e FSH, hormônios que regulam a ovulação.
Outro fator contrário é a resistência à insulina. Mulheres com SOP têm tendência a essa resistência, o que desencadeia a produção excessiva de androgênios pelos ovários e aumenta o risco de diabetes tipo 2, afetando a saúde reprodutiva e causando infertilidade feminina.
Impactos da síndrome do ovário policístico na gravidez
Quando a gravidez com ovário policístico ocorre, a paciente lida com muitos problemas associados a sua síndrome, entre eles:
Alterações hormonais
As alterações hormonais continuam a afetar a mulher durante a gestação. Os níveis elevados de andrógenos, embora diminuam durante a gravidez, ainda afetam o desenvolvimento fetal e a saúde da mãe. A resistência à insulina também persiste, e pode agravar-se durante esse período, devido às alterações hormonais naturais da gestação.
Aumento do risco de diabetes gestacional
A gravidez com ovário policístico tem um risco maior de desencadear a diabetes gestacional, pois a resistência à insulina é uma característica central da SOP. Durante a gravidez, a demanda por insulina aumenta!
Uma mulher com diabetes apresenta risco elevado de complicações, como parto prematuro, macrossomia fetal (bebê grande), e cesariana. Também aumenta o risco de a mãe desenvolver diabetes tipo 2 após a gravidez.
Pré-eclâmpsia
A pré-eclâmpsia é uma condição grave caracterizada por hipertensão e danos a órgãos, geralmente os rins, que podem ocorrer após a 20ª semana de gestação. Nesse sentido, mulheres com SOP têm um risco maior de desenvolver pré-eclâmpsia, possivelmente devido à resistência à insulina e inflamação crônica associadas à SOP.
Os sintomas incluem hipertensão, proteinúria (proteína na urina), inchaço, dores de cabeça severas e alterações visuais. É uma condição perigosa que requer atenção médica imediata.
Qual a chance de uma mulher com ovário policístico engravidar?
Embora a SOP possa apresentar desafios à fertilidade, muitas mulheres com a condição conseguem engravidar, seja naturalmente ou com a ajuda de tratamentos de fertilidade. Para isso, é necessário um planejamento cuidadoso para a regulação menstrual, que envolve os seguintes passos:
- Consulta com um ginecologista especialista em fertilidade e reprodução: para uma avaliação completa, a paciente deve realizar exames de sangue e verificar os níveis hormonais, além de ultrassonografia para avaliar os ovários e o útero.
- Mudanças na alimentação: manter um peso saudável é crucial. A perda de 5-10% do peso corporal melhora a ovulação e aumenta as chances de gravidez.
- Gestão do estresse: com técnicas como ioga e meditação, o estresse diminui, regulando os hormônios.
- Medicações: existem no mercado medicamentos indutores de ovulação para mulheres com resistência à insulina.
- Inseminação Intrauterina (IIU) ou fertilização in vitro: em casos de falha com medicamentos orais, a gravidez induzida pode apresentar resultados eficientes.
O que acontece se uma mulher engravidar com ovários policísticos?
A gravidez com ovário policístico não tratado eleva a chance de perda gestacional por aborto espontâneo. Além do risco de diabetes gestacional, a mamãe com SOP ainda precisa enfrentar a chance de desenvolver pré-eclâmpsia, condição caracterizada por hipertensão e danos a órgãos, perigosa para ela e o bebê.
Em alguns casos, a SOP aumenta o risco de parto prematuro, além de desencadear problemas na formação do feto, como a macrossomia fetal, na qual o bebê nasce maior do que a média, aumentando o risco de complicações durante o parto.
Como fica o ovário policístico na gravidez?
Durante a gravidez, os níveis de progesterona e estrogênio aumentam significativamente, suprimindo a ovulação. A placenta assume a produção de muitos hormônios necessários para manter a gravidez, influenciando a função ovariana.
A supressão da ovulação e os altos níveis hormonais reduzem temporariamente a atividade dos cistos nos ovários. Por isso, muitas mulheres relatam uma melhora nos sintomas relacionados à SOP, como a redução do hirsutismo e da acne.
Embora a atividade dos cistos seja reduzida, a estrutura policística dos ovários permanece. Infelizmente, os cistos não desaparecem, mas tornam-se menos ativos ou evidentes durante a gravidez.
Tratamentos para a síndrome do ovário policístico
Apesar de sua existência ainda ser um mistério para os médicos, os tratamentos para SOP conseguem promover o equilíbrio hormonal. Eles devem ser personalizados, considerando os sintomas específicos, a gravidade da condição e as metas de saúde da paciente.
Algumas das principais medidas para tratar a doença incluem:
- Mudanças no estilo de vida: com uma dieta específica para reduzir a resistência à insulina e regular o ciclo menstrual, além de exercícios físicos para desinflamar o corpo e promover bem-estar mental.
- Medicamentos: pílulas anticoncepcionais combinadas ajudam a regular os ciclos menstruais, reduzir níveis de androgênios (hormônios masculinos) e melhorar a acne. A Metformina, usada no tratamento do diabetes tipo 2, melhora a resistência à insulina e regula os ciclos menstruais. Já os antiandrogênicos, como a espironolactona, reduz os níveis de hormônios masculinos e ajudam com sintomas como acne e crescimento excessivo de pelos.
- Procedimentos médicos: a perfuração ovariana é um procedimento cirúrgico minimamente invasivo que pode estimular a ovulação. Técnicas de reprodução assistida, como a fertilização in vitro (FIV), também são consideradas, se outros tratamentos não forem eficazes.
- Tratamentos para sintomas específicos: incluem antibióticos tópicos e orais, tratamentos dermatológicos, métodos de remoção de pelos (depilação a laser, eletrólise) e medicamentos antiandrogênicos.
- Suporte Psicológico: com tantos efeitos colaterais, a Sop exige aconselhamento e terapia para tratar a ansiedade e depressão.
- Suplementos e terapias complementares: um suplemento que pode ajudar a melhorar a resistência à insulina e regular os ciclos menstruais é o mio inositol. Além disso, algumas mulheres com SOP têm deficiência de vitamina D, e a suplementação pode ser benéfica.
Cuidados durante a gravidez com ovário policístico
Durante a gravidez, mulheres com síndrome do ovário policístico (SOP) devem tomar cuidados específicos para garantir uma gestação sem riscos. A adoção de uma alimentação saudável é fundamental para manter um peso adequado e controlar os níveis de açúcar no sangue, auxiliando na prevenção de complicações como diabetes gestacional.
O acompanhamento pré-natal monitora o desenvolvimento do bebê e detecta precocemente quaisquer anomalias. Já o controle glicêmico rigoroso é vital para evitar picos de glicose, que podem prejudicar tanto a mãe quanto o feto a ter um parte tranquilo.
Recapitulando, ao ler sobre a gravidez com ovário policístico, entendemos que, para uma mulher com SOP, a gravidez apresenta desafios únicos que exigem atenção especial. Desse modo, é crucial compreender os riscos associados, como diabetes gestacional e pré-eclâmpsia, e buscar cuidados pré-natais regulares para monitorar o bem-estar da mãe e do bebê.
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