A função do sistema imunológico é proteger o organismo contra agressores externos ou internos causadores de doenças. Sendo assim, quando somos infectados por um vírus ou por uma bactéria, por exemplo, nosso sistema trabalha para eliminar o invasor e restaurar a nossa saúde. No entanto, na ocorrência de doenças autoimunes o corpo identifica nossas próprias células como agentes invasores, levando a autodestruição.
Para saber mais sobre essas doenças, continue nesse conteúdo.
O que são doenças autoimunes
No entanto, em alguns casos o sistema imunológico pode confundir elementos do próprio corpo com agentes invasores. Quando isso acontece, ele passa atacar o organismo, originando assim uma doença autoimune.
Algumas pessoas já nascem com a predisposição a desenvolver uma doença autoimune, e alguns fatores externos podem desencadear esse tipo de enfermidade, como:
- bactérias;
- vírus;
- hormônios;
- estresse;
- alguns tipos de remédios.
A doença autoimune pode ser sistêmica, ou seja, ataca vários órgãos e tecidos do corpo, ou local, caso em que ela ataca somente uma parte do organismo.
Essas enfermidades ainda não têm cura. Sendo assim, a pessoa vai precisar tratar essa condição por toda a vida.
Há mais de 50 tipos de doenças autoimunes, e cada uma delas possui um conjunto de sintomas. Além disso, também existem tratamentos apropriados para cada enfermidade.
Aqui, elencamos as doenças autoimunes mais comuns, quais são os sintomas de cada uma delas e quais são os tratamentos disponíveis.
1. Diabetes Tipo 1
A diabetes tipo 1 impede que o pâncreas, um órgão do corpo humano, produza insulina suficiente para quebrar a glicose, um tipo de açúcar.
O corpo quebra a glicose para produzir energia, e o organismo de quem tem diabetes tipo 1 não consegue realizar esse processo de uma maneira eficaz por causa da falta de insulina.
Além da diabetes tipo 1, também existe a diabetes tipo 2. O que diferencia essas condições é que o tipo 1 é uma doença autoimune e hereditária que costuma ser diagnosticada ainda na infância. Isso significa que a pessoa já nasce com uma predisposição ao desenvolvimento dessa enfermidade.
Já a diabetes tipo 2 é uma doença desenvolvida por causa do estilo de vida da pessoa e é normalmente diagnosticada na fase adulta.
Os principais sintomas de diabetes tipo 1 são:
- sede excessiva;
- aumento do apetite;
- vontade de urinar constante;
- cansaço;
- fraqueza;
- náusea;
- problemas de visão.
A principal forma de tratar esse tipo de diabetes é por meio de injeções de insulina. Além disso, em alguns casos também é importante que o paciente monitore o nível de glicose dele após as refeições.
2. Tireoide de Hashimoto — Hipotireoidismo
A tireoide é uma glândula cuja função é produzir hormônios que regulam várias atividades do organismo, como o metabolismo.
O sistema imunológico de quem tem tireoide de Hashimoto começa a produzir anticorpos para destruir a glândula da tireoide, que podem reduzir a atividade dessa glândula ou, nos casos mais graves, destruí-la.
Os sintomas mais comuns dessa condição são:
- aumento de peso;
- prisão de ventre;
- cansaço;
- baixa tolerância ao frio;
- pele seca e áspera;
- voz fina;
- cabelos finos;
- unhas quebradiças;
- pálpebras caídas;
- câimbras;
- inchaço na região do pescoço.
A principal forma de diagnosticar essa condição é por meio de um exame de sangue.
O tipo de tratamento mais comum para quem tem tireoide de hashimoto é a suplementação dos hormônios tireoidianos. Contudo, é importante dizer que essa reposição só pode ser feita com orientação médica.
3. Doença de Graves — Hipertireoidismo
A Doença de Graves é um tipo de hipertireoidismo. Essa condição faz com que a glândula da tireoide produza mais hormônios do que o necessário.
Os principais sintomas dessa enfermidade são:
- perda de peso;
- irritabilidade;
- vontade constante de urinar;
- palpitações cardíacas;
- aumento do apetite;
- cansaço;
- intolerância ao calor;
- falta de libido;
- inchaço na região do pescoço;
- tremores;
- pele úmida e quente;
- sudorese excessiva.
O tratamento da doença de graves pode ser feito por meio de medicamentos que equilibram as funções da tireoide. No entanto, em alguns casos pode ser necessário fazer uma cirurgia.
4. Artrite reumatoide
A artrite reumatoide é uma doença autoimune caracterizada pela inflamação e inchaço das articulações. Essa condição causa dor e pode limitar os movimentos do paciente.
Os principais sintomas dessa enfermidade são:
- dor e inchaço em uma ou mais articulações;
- vermelhidão na região da articulação;
- presença de nódulos na região da articulação;
- dificuldade para movimentar uma parte do corpo;
- cansaço.
De acordo com o Colégio Americano de Reumatologia, o diagnóstico de artrite reumatoide é feito quando o paciente apresenta pelo menos quatro dos seguintes sintomas por, no mínimo, seis semanas:
- sentir rigidez articular por pelo menos uma hora durante a manhã;
- apresentar artrite em pelo menos três articulações;
- apresentar artrite nas articulações das mãos: punhos, articulações do meio dos dedos e entre os dedos da mão;
- artrite simétrica (nos dois lados do corpo);
- presença de nódulos de reumatismo;
- presença do fator reumatoide no sangue;
- apresentar erosões nas articulações;
- apresentar descalcificação localizada
O tratamento para essa condição é feito por meio de medicamentos, como corticoides e anti-inflamatórios. Em alguns casos, pode ser necessário fazer uma cirurgia. Além disso, também pode ser importante que o paciente faça um tratamento com um fisioterapeuta.
5. Lúpus Eritematoso Sistêmico
O lúpus é uma doença autoimune que pode atingir vários órgãos, mas também pode se manifestar apenas na pele.
Os sintomas dessa condição podem variar de acordo com o órgão que ela atinge. No entanto, os sinais mais comuns do lúpus são:
- lesões na pele;
- fotossensibilidade;
- dor;
- inchaço;
- cansaço;
- falta de ar;
- convulsões;
- anemia;
- presença de problemas no coração, nos rins, no pulmão e no sangue.
O diagnóstico dessa enfermidade é feito pela análise dos sintomas do paciente e por exames de sangue.
Como o lúpus pode atingir diferentes órgãos, o tratamento não é o mesmo para todos os pacientes com essa condição. Contudo, na maioria dos casos, os médicos receitam remédios antimaláricos, corticoides e imunossupressores.
6. Doença celíaca
A doença celíaca faz com que o sistema imunológico ataque as células do próprio corpo, causando inflamações e outros problemas. Nesse caso, o glúten, substância presente no trigo, causa o processo inflamatório.
A melhor forma de tratar essa condição é retirar totalmente o glúten da dieta. Todos os produtos alimentícios industrializados vendidos nos supermercados precisam informar se contém glúten.
Os principais sintomas da doença celíaca são:
- desconforto abdominal;
- diarreia;
- prisão de ventre;
- anemia;
- deficiências nutricionais.
Para diagnosticar essa condição, os médicos costumam solicitar um exame de sangue, contudo, em alguns casos pode ser necessário fazer uma biópsia do intestino.
7. Esclerose múltipla
Na esclerose múltipla, o sistema imunológico ataca a bainha de mielina, uma capa que reveste os neurônios, o que causa problemas no sistema nervoso central.
Essa condição não se desenvolve rápido. O paciente pode apresentar alguns sintomas por determinados períodos e depois não sentir mais nada, e isso tende a se repetir ao longo dos anos.
Para diagnosticar essa enfermidade, os médicos costumam solicitar exames de imagem e exames de sangue, além de analisar os sinais apresentados pelo paciente.
Os principais sintomas de esclerose múltipla são:
- fadiga;
- problemas de visão;
- perda de equilíbrio;
- problemas na coordenação motora;
- incontinência ou retenção urinária;
- sensação de dor ou de queimação no rosto;
- sensação de dormência ou de formigamento em algumas partes do corpo;
- rigidez muscular;
- perda de força muscular;
- espasmos;
- mudanças de humor.
Assim como as outras doenças autoimunes, a esclerose múltipla não tem cura. No entanto, existem tratamentos capazes de retardar a evolução da enfermidade e de aliviar os sintomas. Na maioria dos casos, os médicos receitam remédios anti-inflamatórios e corticoides. Além disso, também é importante que o paciente faça tratamento com um fisioterapeuta.
8. Vitiligo
O organismo de quem tem vitiligo ataca os melanócitos, células responsáveis pela produção de melanina.
Quem tem essa condição apresenta manchas brancas na pele. Essas manchas podem aparecer em qualquer parte do corpo, no entanto, elas são mais comuns no rosto, nos joelhos, nos cotovelos e nas pernas.
Essa enfermidade é benigna, isso significa que ela não causa nenhum mal para a saúde da pessoa. Contudo, existem tratamentos para essa condição, que consistem principalmente no uso de pomadas nas regiões com manchas.
9. Doença de Crohn
A Doença de Crohn é uma enfermidade inflamatória que afeta o sistema digestivo, principalmente o intestino.
Os principais sintomas dessa enfermidade são:
- dor abdominal;
- diarreia crônica;
- perda de peso;
Os casos mais graves dessa condição ainda podem causar obstrução intestinal e perfurações no intestino.
O diagnóstico da Doença de Crohn é feito por meio de exames de sangue, laboratoriais, de imagem, além de colonoscopia e endoscopia.
Essa condição é dividida em três fases: leve, moderada e grave. Sendo assim, o tratamento indicado vai depender da fase em que o paciente se encontra.
Pacientes na fase grave precisam recorrer a medicamentos mais fortes e, em alguns casos, passar por cirurgias.
10. Síndrome de Sjögren
Essa síndrome faz com que as células de defesa do corpo ataquem as glândulas exócrinas, responsáveis por secretar fluídos, impedindo, dessa forma, que elas realizem as suas funções.
Os principais sintomas dessa enfermidade são:
- Boca seca (xerostomia);
- Olhos secos (xeroftalmia);
- Inchaço nas glândulas salivares;
- Pele seca;
- Fadiga;
- Secura vaginal.
O diagnóstico dessa doença é feito por meio de exames de sangue, exames nos olhos, exames de imagem e biópsia.
É possível receitar medicamentos para os pacientes com essa condição e, nos casos mais graves, pode ser necessário fazer uma cirurgia.
As doenças autoimunes são enfermidades sérias que podem afetar muito a vida das pessoas. No entanto, essas condições têm tratamentos que ajudam a aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
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