A doença autoimune ocorre quando o sistema imunológico começa a atacar o próprio organismo. Ainda não há cura para esse tipo de enfermidade, mas existem tratamentos que podem aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente.
As doenças autoimunes representam um grupo diversificado de condições nas quais o sistema imunológico não reconhece as estruturas normais do organismo e as vê como uma ameaça. Isso pode resultar em inflamação crônica, dano tecidual e disfunção de órgãos..
Essas condições podem ter um impacto significativo na qualidade de vida das pessoas afetadas e frequentemente requerem um manejo complexo e prolongado. Leia o artigo e entenda o que são as doenças autoimunes, os desafios no diagnóstico e uma visão sobre os tratamento dessas condições. Boa leitura!
O que são doenças autoimunes?
A função do sistema imunológico é proteger o organismo contra agressores externos ou internos causadores de doenças. Sendo assim, quando somos infectados por um vírus ou por uma bactéria, por exemplo, nosso sistema trabalha para eliminar o invasor e restaurar a nossa saúde.
No entanto, na ocorrência de doenças autoimunes, o corpo identifica nossas próprias células como agentes invasores, levando a autodestruição. Isso acontece por causa de uma falha na identificação do que é estranho ao organismo, já que o sistema imunológico é composto por uma rede complexa de células e proteínas que defendem o corpo.
Algumas pessoas já nascem com a predisposição a desenvolver uma doença autoimune, e alguns fatores externos podem desencadear esse tipo de enfermidade, como:
- bactérias;
- vírus;
- hormônios;
- estresse;
- alguns tipos de remédios.
As doenças autoimunes podem ser classificadas em sistêmicas, quando afetam múltiplos órgãos e tecidos do corpo, ou locais, quando se restringem a uma área específica. Existem mais de 50 tipos diferentes de doenças autoimunes, cada uma com seu próprio conjunto de sintomas e tratamentos específicos.
É importante notar que, atualmente, não há cura definitiva para essas condições. Portanto, os pacientes geralmente necessitam de tratamento contínuo ao longo da vida para gerenciar os sintomas e melhorar a qualidade de vida.
Veja 10 exemplos de doenças autoimunes e seus tratamentos
1. Diabetes Tipo 1
A diabetes tipo 1 impede que o pâncreas, um órgão do corpo humano, produza insulina suficiente para quebrar a glicose, um tipo de açúcar. O corpo quebra a glicose para produzir energia, e o organismo de quem tem diabetes tipo 1 não consegue realizar esse processo de uma maneira eficaz por causa da falta de insulina.
Além da diabetes tipo 1, também existe a diabetes tipo 2. O que diferencia essas condições é que o tipo 1 é uma doença autoimune e hereditária que costuma ser diagnosticada ainda na infância. Isso significa que a pessoa já nasce com uma predisposição ao desenvolvimento dessa enfermidade.
Já a diabetes tipo 2 é uma doença desenvolvida por causa do estilo de vida da pessoa e é normalmente diagnosticada na fase adulta. Os principais sintomas de diabetes tipo 1 são:
- sede excessiva;
- aumento do apetite;
- vontade de urinar constante;
- cansaço;
- fraqueza;
- náusea;
- problemas de visão.
A principal forma de tratar esse tipo de diabetes é por meio de injeções de insulina. Além disso, em alguns casos também é importante que o paciente monitore o nível de glicose dele após as refeições.
2. Tireoidite de Hashimoto — Hipotireoidismo
A tireoide é uma glândula cuja função é produzir hormônios que regulam várias atividades do organismo, como o metabolismo.
O sistema imunológico de quem tem tireóide de Hashimoto começa a produzir anticorpos para destruir a glândula da tireoide, que podem reduzir a atividade dessa glândula ou, nos casos mais graves, destruí-la. Os sintomas mais comuns desta condição são:
- aumento de peso;
- prisão de ventre;
- cansaço;
- baixa tolerância ao frio;
- pele seca e áspera;
- voz fina;
- cabelos finos;
- unhas quebradiças;
- pálpebras caídas;
- câimbras;
- inchaço na região do pescoço.
A principal forma de diagnosticar essa condição é por meio de um exame de sangue.
O tipo de tratamento mais comum para quem tem tireoide de hashimoto é a suplementação dos hormônios tireoidianos. Contudo, é importante dizer que essa reposição só pode ser feita com orientação médica.
3. Doença de Graves — Hipertireoidismo
A Doença de Graves é um tipo de hipertireoidismo. Essa condição faz com que a glândula da tireoide produza mais hormônios do que o necessário. Os principais sintomas dessa enfermidade são:
- perda de peso;
- irritabilidade;
- vontade constante de urinar;
- palpitações cardíacas;
- aumento do apetite;
- cansaço;
- intolerância ao calor;
- falta de libido;
- inchaço na região do pescoço;
- tremores;
- pele úmida e quente;
- sudorese excessiva.
O tratamento da doença de graves pode ser feito por meio de medicamentos que equilibram as funções da tireoide. No entanto, em alguns casos pode ser necessário fazer uma cirurgia.
4. Artrite reumatoide
A artrite reumatoide é uma doença autoimune caracterizada pela inflamação e inchaço das articulações. Essa condição causa dor e pode limitar os movimentos do paciente.
Os principais sintomas dessa enfermidade são:
- dor e inchaço em uma ou mais articulações;
- vermelhidão na região da articulação;
- presença de nódulos na região da articulação;
- dificuldade para movimentar uma parte do corpo;
- cansaço.
O diagnóstico da artrite reumatoide envolve uma combinação de exames clínicos, históricos médicos e testes laboratoriais, incluindo:
Exames de sangue: para detectar marcadores inflamatórios e autoanticorpos, como o fator reumatoide (FR) e o anticorpo antipeptídeo citrulinado (anti-CCP).
Exames de imagem: raios-X, ultrassom ou ressonância magnética podem ser usados para avaliar a extensão do dano nas articulações.
De acordo com o Colégio Americano de Reumatologia, o diagnóstico de artrite reumatoide é feito quando o paciente apresenta pelo menos quatro dos seguintes sintomas por, no mínimo, seis semanas:
- sentir rigidez articular por pelo menos uma hora durante a manhã;
- apresentar artrite em pelo menos três articulações;
- apresentar artrite nas articulações das mãos: punhos, articulações do meio dos dedos e entre os dedos da mão;
- artrite simétrica (nos dois lados do corpo);
- presença de nódulos de reumatismo;
- presença do fator reumatóide no sangue;
- apresentar erosões nas articulações;
- apresentar descalcificação localizada
O tratamento para essa condição é feito por meio de medicamentos, como corticoides e anti-inflamatórios. Em alguns casos, pode ser necessário fazer uma cirurgia. Além disso, também pode ser importante que o paciente faça um tratamento com um fisioterapeuta.
5. Lúpus Eritematoso Sistêmico
O lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença autoimune que afeta várias partes do corpo, incluindo pele, articulações, rins e cérebro. Nela, o sistema imunológico ataca erroneamente tecidos saudáveis, causando inflamação generalizada e danos nos órgãos afetados.
Os sintomas variam, incluindo a fadiga, dor nas articulações e erupções cutâneas, mas a causa é desconhecida. Por outro lado, os especialistas afirmam que fatores como a exposição ao sol, infecções e certos medicamentos podem agravar os sintomas.
Os sintomas dessa condição podem variar de acordo com o órgão que ela atinge. No entanto, os sinais mais comuns do lúpus são:
- lesões na pele;
- fotossensibilidade;
- dor;
- inchaço;
- cansaço;
- falta de ar;
- convulsões;
- anemia;
- presença de problemas no coração, nos rins, no pulmão e no sangue.
O diagnóstico do LES é complexo, envolvendo vários exames clínicos e laboratoriais, como:
- Exames de sangue: incluindo anticorpos antinucleares (ANA), anti-DNA de cadeia dupla (anti-dsDNA) e anti-Smith (anti-Sm).
- Exames de urina: para detectar problemas renais.
- Biópsia de pele ou rim: para confirmar o diagnóstico e avaliar o dano tecidual.
- Exames de imagem: raios-X e ecocardiogramas para avaliar órgãos internos.
Como o lúpus pode atingir diferentes órgãos, o tratamento não é o mesmo para todos os pacientes com essa condição. Contudo, na maioria dos casos, os médicos receitam remédios antimaláricos, corticoides e imunossupressores.
6. Doença celíaca
A doença celíaca faz com que o sistema imunológico ataque as células do próprio corpo, causando inflamações e outros problemas. Nesse caso, o glúten, substância presente no trigo, causa o processo inflamatório.
A melhor forma de tratar essa condição é retirar totalmente o glúten da dieta. Todos os produtos alimentícios industrializados vendidos nos supermercados precisam informar se contém glúten.
Os principais sintomas da doença celíaca são:
- desconforto abdominal;
- diarreia;
- prisão de ventre;
- anemia;
- deficiências nutricionais.
Para diagnosticar essa condição, os médicos costumam solicitar um exame de sangue, contudo, em alguns casos pode ser necessário fazer uma biópsia do intestino.
7. Esclerose múltipla
Na esclerose múltipla, o sistema imunológico ataca a bainha de mielina, uma capa que reveste os neurônios, o que causa problemas no sistema nervoso central.
Essa condição não se desenvolve rápido. O paciente pode apresentar alguns sintomas por determinados períodos e depois não sentir mais nada, e isso tende a se repetir ao longo dos anos.
Para diagnosticar essa enfermidade, os médicos costumam solicitar exames de imagem e exames de sangue, além de analisar os sinais apresentados pelo paciente.
Os principais sintomas de esclerose múltipla são:
- fadiga;
- problemas de visão;
- perda de equilíbrio;
- problemas na coordenação motora;
- incontinência ou retenção urinária;
- sensação de dor ou de queimação no rosto;
- sensação de dormência ou de formigamento em algumas partes do corpo;
- rigidez muscular;
- perda de força muscular;
- espasmos;
- mudanças de humor.
Assim como as outras doenças autoimunes, a esclerose múltipla não tem cura. No entanto, existem tratamentos capazes de retardar a evolução da enfermidade e de aliviar os sintomas.
Na maioria dos casos, os médicos receitam remédios anti-inflamatórios e corticoides. Além disso, também é importante que o paciente faça tratamento com um fisioterapeuta.
8. Vitiligo
O organismo de quem tem vitiligo ataca os melanócitos, células responsáveis pela produção de melanina.Quem tem essa condição apresenta manchas brancas na pele que podem aparecer em qualquer parte do corpo. No entanto, elas são mais comuns no rosto, nos joelhos, nos cotovelos e nas pernas.
Essa enfermidade é benigna, isso significa que ela não causa nenhum mal para a saúde da pessoa. Contudo, existem tratamentos para essa condição, que consistem principalmente no uso de pomadas nas regiões com manchas.
9. Doença de Crohn
A Doença de Crohn é uma enfermidade inflamatória que afeta o sistema digestivo, principalmente o intestino. Os principais sintomas dessa enfermidade são:
- dor abdominal;
- diarreia crônica;
- perda de peso;
Os casos mais graves dessa condição ainda podem causar obstrução intestinal e perfurações no intestino.O diagnóstico da Doença de Crohn é feito por meio de exames de sangue, laboratoriais, de imagem, além de colonoscopia e endoscopia.
Essa condição é dividida em três fases: leve, moderada e grave. Sendo assim, o tratamento indicado vai depender da fase em que o paciente se encontra. Pacientes na fase grave precisam recorrer a medicamentos mais fortes e, em alguns casos, passar por cirurgias.
10. Síndrome de Sjögren
Essa síndrome faz com que as células de defesa do corpo ataquem as glândulas exócrinas, responsáveis por secretar fluídos, impedindo, dessa forma, que elas realizem as suas funções.
Os principais sintomas dessa enfermidade são:
- Boca seca (xerostomia);
- Olhos secos (xeroftalmia);
- Inchaço nas glândulas salivares;
- Pele seca;
- Fadiga;
- Secura vaginal.
O diagnóstico dessa doença é feito por meio de exames de sangue, exames nos olhos, exames de imagem e biópsia.
Quais são as doenças autoimunes mais perigosas?
Algumas doenças autoimunes são particularmente perigosas, devido ao seu impacto grave e disseminado em múltiplos órgãos e sistemas do corpo. As mais perigosas incluem:
- Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES): afeta múltiplos órgãos, incluindo rins, coração, pulmões e cérebro, levando a complicações graves como insuficiência renal, problemas cardíacos e neurológicos.
- Esclerose Múltipla (EM): ataca o sistema nervoso central, causando problemas de mobilidade, visão, equilíbrio e cognição. Pode levar a incapacidade significativa ao longo do tempo.
- Miastenia Gravis: atrapalha a comunicação entre nervos e músculos, resultando em fraqueza muscular grave. Também pode comprometer a respiração e outros movimentos musculares essenciais.
- Esclerodermia Sistêmica: caracterizada por endurecimento e espessamento da pele, afetando órgãos internos como pulmões, coração e rins, levando a complicações fatais.
- Vasculites: inflamação dos vasos sanguíneos que prejudica qualquer órgão, levando a danos graves nos tecidos e órgãos devido à interrupção do fluxo sanguíneo.
Atualmente, as 5 doenças autoimunes mais comuns são a Artrite Reumatoide (AR), o Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES), a doença de Hashimoto, que afeta a glândula tireóide, levando a hipotireoidismo, doença Celíaca e a Psoríase, que causa o crescimento rápido das células da pele, resultando em manchas escamosas e vermelhas.
Sintomas comuns das doenças autoimunes
Para descobrir o que são doenças autoimunes e se você está sofrendo com alguma dessas condições, é muito importante ficar de olho nos sintomas. Veja uma pequena lista com os sintomas de doenças autoimunes mais comuns.
Fadiga extrema
A fadiga extrema é um sintoma comum em muitas doenças autoimunes. Ela não se trata apenas de um cansaço normal, mas de uma sensação de exaustão profunda que não melhora com o descanso.
Essa fadiga pode ser causada pela inflamação crônica, na qual a resposta imunológica contínua causa inflamação persistente, resultando em exaustão. Além disso, o desgaste do corpo devido ao esforço constante do sistema imunológico para combater o próprio corpo pode levar ao cansaço.
Esse sintoma afeta significativamente a vida diária, dificultando a realização de tarefas cotidianas, reduzindo a produtividade no trabalho ou na escola, e impactando negativamente a qualidade de vida e o bem-estar emocional.
Dor nas articulações
A dor nas articulações é um sintoma característico de várias doenças autoimunes, como a artrite reumatoide e o lúpus. Ela pode ser acompanhada por inchaço, rigidez e sensibilidade nas articulações.
A causa principal é a inflamação, na qual a resposta autoimune causa inflamação nas articulações, resultando em dor e inchaço. A inflamação crônica pode levar à degradação das cartilagens e ossos nas articulações afetadas.
Ela também dificulta a realização de movimentos e atividades físicas, impactando a capacidade de trabalhar, especialmente em empregos que exigem esforço físico, e pode levar a deformidades articulares em casos graves.
Alterações na pele
Alterações na pele são comuns em várias doenças autoimunes, como lúpus, psoríase e esclerodermia. Elas incluem erupções cutâneas, manchas escamosas, alterações na pigmentação e espessamento da pele.
As causas estão relacionadas à reação autoimune, quando o sistema imunológico ataca erroneamente as células da pele, causando inflamação e danos. A resposta inflamatória leva a erupções cutâneas e outros problemas dermatológicos.
As alterações na pele causam desconforto e coceira, interferindo no sono e nas atividades diárias, impactando a autoestima e a imagem corporal, devido à visibilidade das lesões cutâneas.
Quais são os tratamentos para as doenças autoimunes?
Como comentamos, cada doença autoimune possui um tratamento específico e exige um acompanhamento médico personalizado. No entanto, de forma geral, o tratamento dessas condições frequentemente envolve o uso de medicamentos imunossupressores, que têm a função de reduzir a atividade do sistema imunológico e minimizar a inflamação e o dano aos tecidos afetados.
Além dos imunossupressores, outros tipos de medicamentos podem ser utilizados, como anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) para aliviar a dor e a inflamação, e corticosteroides para controlar reações inflamatórias agudas.
Em alguns casos, terapias biológicas e modificadores da resposta imunológica são empregados para direcionar e ajustar a resposta imunológica de maneira mais precisa.
Além do tratamento medicamentoso, a gestão das doenças autoimunes pode envolver terapias físicas para melhorar a função e mobilidade, aconselhamento psicológico para ajudar a lidar com o impacto emocional da condição, e mudanças no estilo de vida, como uma dieta equilibrada e práticas de manejo do estresse.
Cuidados necessários para pacientes com doenças autoimunes
O acompanhamento médico regular é essencial para pacientes com doenças autoimunes, para monitorar a progressão da doença, ajustar tratamentos e detectar possíveis efeitos colaterais dos medicamentos. Além disso, uma alimentação saudável e balanceada ajuda a reduzir a inflamação e melhorar a saúde geral.
Isso significa que dietas ricas em frutas, vegetais, grãos integrais e proteínas magras fornecem os nutrientes necessários para manter um peso saudável, além de apoiar o sistema imunológico. Evitar alimentos processados, ricos em açúcares e gorduras saturadas ajuda a controlar sintomas e promove o bem-estar geral.
Exercícios físicos adequados também são importantes para manter a mobilidade, a força e a saúde cardiovascular em pacientes com doenças autoimunes. Principalmente atividades de baixo impacto, como caminhadas, natação e yoga, pois elas reduzem a rigidez, melhoram a flexibilidade e aumentam a energia.
Vimos até aqui, o que são doenças autoimunes e como essas condições atacam os tecidos saudáveis do corpo, causando uma variedade de sintomas debilitantes e exigindo cuidados contínuos.
Nesse sentido, conhecer as principais doenças, como artrite reumatoide, lúpus eritematoso sistêmico e doença celíaca, bem como os tratamentos disponíveis e os cuidados necessários, é essencial para melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
Manter um acompanhamento médico regular, ajuda no diagnóstico de doenças autoimunes, além de adotar uma dieta equilibrada e praticar exercícios físicos apropriados.
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