As radiografias odontológicas são uma das ferramentas mais importantes para o diagnóstico e o planejamento de tratamentos.
Elas possibilitam identificar alterações invisíveis a olho nu, como cáries interproximais, fraturas, infecções, perdas ósseas e lesões em estágios iniciais, conferindo segurança e precisão à conduta clínica.
No entanto, quando imagens divergentes são enviadas, ou seja, o exame não pertence ao paciente avaliado, o impacto vai além da técnica.
Esse tipo de prática pode interferir em diagnósticos, gerar prejuízos financeiros, comprometer a confiança das partes envolvidas e configurar fraude contra o plano odontológico.
A seguir, entenda como essas situações ocorrem, quais são as causas mais comuns de distorção, como a auditoria e a tecnologia ajudam a detectar irregularidades, e o que fazer para manter uma relação transparente com sua operadora.
O que são imagens divergentes em radiografias odontológicas?
Imagens divergentes são radiografias enviadas com informações que não correspondem ao paciente atendido.
Isso ocorre tanto por erro de identificação quanto por tentativa de fraude, em que o exame de um paciente é usado para comprovar um tratamento não realizado ou mascarar um dano ocorrido durante o atendimento.
Na prática, trata-se de uma violação ética e contratual. Essa conduta é considerada uma forma de fraude, passível de responsabilização civil, administrativa e criminal.
Quando uma imagem é trocada ou duplicada indevidamente, o erro se propaga em toda a cadeia de cuidado, do diagnóstico à auditoria do seguro.
Como essa fraude funciona?
As fraudes com imagens radiográficas geralmente seguem um padrão. Nesse caso, o profissional ou a clínica envia para a operadora uma radiografia que pertence a outro paciente, com o intuito de comprovar um tratamento inexistente, obter reembolso indevido ou ocultar um erro técnico.
Essas práticas envolvem manipulação, duplicação ou cobrança indevida de exames, e podem acarretar sanções administrativas, civis e criminais para os responsáveis.
Para orientar os beneficiários sobre comportamentos indevidos, a Unimed Odonto criou a Saúde sem Fraude, campanha que oferece conteúdos explicativos sobre práticas irregulares e orientações para utilizar o plano correta e conscientemente.
Quais as principais causas de distorção em imagens radiográficas?
Nem toda divergência é fraude. Em muitos casos, erros técnicos durante a captação da imagem podem gerar distorções.
Entre os mais comuns estão:
- Imagens fantasmas: ocorrem quando o paciente não remove objetos metálicos, como brincos, próteses ou piercings, resultando em duplicações borradas;
- Avental de chumbo mal posicionado: pode criar áreas radiopacas que encobrem estruturas anatômicas;
- Posicionamento incorreto dos lábios ou da língua: pode gerar sombras radiolúcidas que prejudicam a interpretação;
- Posicionamento incorreto dos dentes na camada focal: pode causar imagens alargadas ou estreitadas;
- Plano de Frankfurt inclinado: altera o paralelismo da imagem, criando efeito de sorriso invertido;
- Plano sagital incorreto: causa assimetria entre os lados da mandíbula.
Essas falhas podem ser evitadas com protocolos adequados, calibragem dos equipamentos e atualização constante dos profissionais. No entanto, quando a divergência é intencional, a situação passa a configurar fraude e deve ser tratada com rigor.
Quais são as motivações para essa fraude?
As motivações para o envio de imagens divergentes variam, mas geralmente envolvem vantagem financeira ou tentativa de ocultar erro clínico. Entre as mais frequentes estão:
- Justificar cobranças indevidas ou reembolsos não autorizados;
- Ocultar falhas técnicas em procedimentos anteriores;
- Simular sucesso em tratamentos não realizados;
- Forjar diagnósticos para obter cobertura de planos odontológicos.
Além disso, há casos de indução de demanda, em que o paciente é orientado a se submeter a exames ou procedimentos desnecessários. Essa prática é prejudicial para todos: encarece os planos, afeta a reputação dos profissionais sérios e compromete a sustentabilidade do sistema de saúde suplementar.
A Unimed Odonto reforça: o paciente deve sempre validar autorizações e assinaturas e questionar procedimentos que pareçam desnecessários. Na dúvida, pergunte. Você tem o direito de saber.
Quais as técnicas de comparação para identificar a divergência?
A identificação de imagens divergentes exige análise técnica detalhada e o uso de ferramentas digitais de verificação. As principais estratégias são:
- Auditoria de imagem odontológica: compara exames de períodos distintos para verificar se há correspondência anatômica entre os registros do mesmo paciente;
- Perícia em radiografia digital: avalia metadados como data, hora, modelo do equipamento e software de edição utilizado;
- Autenticação eletrônica: utiliza certificação digital e protocolos de segurança para impedir substituições indevidas;
- Análise anatômica comparativa: verifica padrões únicos, como forma das raízes, seios maxilares e densidade óssea, “impressões digitais” de cada um.
Essas técnicas ajudam as operadoras a comprovar a autenticidade dos exames e a evitar fraudes em escala, preservando a integridade do sistema e a confiança nas relações clínicas.
Quais as consequências do envio de imagens divergentes?
A prática de enviar imagens divergentes pode gerar sérias consequências para pacientes, profissionais e clínicas. As sanções variam conforme a gravidade do caso:
- Sanções administrativas: medidas adotadas pelos Conselhos Regionais de Odontologia, que podem ser advertência, suspensão do exercício profissional ou até cassação do registro do dentista;
- Responsabilização civil: o infrator pode ser obrigado a ressarcir valores pagos indevidamente e indenizar o paciente por danos morais e materiais;
- Responsabilização criminal: o envio intencional de imagens falsas pode configurar falsidade ideológica (art. 299 do Código Penal) ou estelionato (art. 171), com pena de multa e reclusão;
- Rescisão contratual: o plano odontológico pode ser cancelado em caso de fraude comprovada;
- Danos à reputação: a credibilidade do profissional e da clínica é diretamente afetada, comprometendo relações futuras com operadoras e pacientes.
Essas penalidades objetivam proteger o paciente e garantir a ética na prestação de serviços, preservando a confiança e a transparência nas relações.
Saiba mais: Alteração de data de atendimento para manipular pode afetar seu reembolso odontológico?
Como as operadoras de saúde podem usar tecnologia para detectar essa prática em escala?
Com o avanço da odontologia digital, operadoras têm investido em soluções tecnológicas para detectar fraudes com maior eficiência. Entre os principais recursos estão:
- Inteligência artificial e machine learning, capazes de cruzar dados de imagens, prontuários e datas de atendimento para identificar padrões suspeitos;
- Big data, que analisa grandes volumes de informações e detecta anomalias estatísticas;
- Blockchain, que possibilita rastrear a origem e cada modificação feita no arquivo digital;
- Assinatura digital e certificação eletrônica, que garantem autenticidade e integridade das imagens;
- Reconhecimento facial e biometria, para validar a identidade durante o exame.
Essas ferramentas fortalecem o processo de auditoria de imagem odontológica e ajudam a manter o sistema mais seguro, ético e transparente.
O envio de imagens divergentes é uma prática que compromete diagnósticos, gera prejuízos e ameaça a credibilidade de todo o sistema. Além de ferir princípios éticos, pode configurar crime e provocar danos à reputação de profissionais e clínicas.
A Unimed Odonto apoia o uso consciente do plano e reforça o compromisso com a campanha Saúde sem Fraude, que orienta beneficiários sobre práticas seguras e responsáveis.
Essa iniciativa reforça como a tecnologia e a ética caminham juntas na prevenção de fraudes odontológicas.
Conheça as opções de planos para você e sua família e descubra como a Unimed Odonto une tecnologia, ética e cuidado para proteger o seu sorriso e a saúde de quem você ama.










