Os perigos da diabetes são, muitas vezes, silenciosos e percebidos quando a doença já está avançada. No Brasil, estudos apontam que entre 10% a 20% das grávidas podem desenvolver diabetes gestacional, refletindo uma preocupação crescente com a saúde materno-infantil e a necessidade de monitoramento adequado durante a gestação.
Reunimos as principais informações para te ajudar a entender essa condição, seus sintomas, tratamentos e precauções, pré, durante e após o parto. Confira nos tópicos seguintes e saiba como se prevenir!
O que é diabetes gestacional?
É uma doença que surge durante a gravidez, na qual o corpo não consegue produzir a quantidade necessária de insulina. Isso ocorre porque o corpo da mulher grávida sofre muitas alterações neste período, devido ao aumento de peso e variações hormonais.
Durante a gestação, os hormônios produzidos pela placenta interferem na ação da insulina, dificultando o controle da glicose no sangue. Quando o pâncreas não consegue compensar essa resistência à insulina, ocorre a alteração da glicemia durante a gravidez.
Quanto tempo dura a diabetes gestacional?
A condição dura até o final da gestação, e, após o nascimento, os níveis de açúcar no sangue da maioria das mulheres voltam ao normal. No entanto, é importante realizar um acompanhamento.
Nas primeiras semanas após o parto, o médico solicita exames para verificar se os níveis de glicose retornaram ao normal. Além disso, mulheres que tiveram resistência à insulina na gestação podem desenvolver diabetes tipo 2 no futuro.
Por isso, recomenda-se repetir o teste de glicemia ou o teste de tolerância ao açúcar no sangue entre 6 a 12 semanas após dar à luz e, posteriormente, a cada 1 a 3 anos.
O que causa a diabetes na gestação?
A principal causa está relacionada aos hormônios produzidos durante a gestação, como o lactogênio placentário humano (hPL), o estrogênio e a progesterona. Esses hormônios, essenciais para o desenvolvimento do bebê, garantem que a glicose esteja disponível para o feto.
No entanto, eles também reduzem a sensibilidade das células do corpo à insulina, dificultando a absorção de açúcar no sangue pelo organismo materno e deixando-a mais acessível para o feto.
Esse processo é um mecanismo natural que favorece o crescimento do recém-nascido. Entretanto, em algumas mulheres, o pâncreas não consegue produzir insulina suficiente para compensar essa resistência, resultando em níveis elevados de glicose no sangue.
Fatores de risco
Certos fatores, como comportamento alimentar e genética, aumentam a probabilidade de desenvolver resistência insulínica. Nos principais grupos de risco para a condição, temos pessoas com:
- Excesso de peso ou obesidade: a gordura corporal aumenta a resistência insulínica;
- Histórico familiar de diabete tipo 2: a predisposição genética pode desempenhar um papel;
- Idade materna avançada: mulheres com mais de 30 anos têm maior risco;
- Histórico de doença metabólica em gravidez anterior: mulheres que já tiveram essa condição antes têm maior chance de tê-la novamente;
- Síndrome dos ovários policísticos (SOP): está associada a resistência à insulina;
- Gravidez múltipla (gêmeos, trigêmeos): aumenta o nível de resistência à insulina.
Sintomas comuns da diabetes gestacional
Os sintomas são discretos e, até mesmo, ausentes em muitas mulheres. Contudo, alguns sinais de alerta podem surgir, como:
- Sede excessiva;
- Aumento da vontade de urinar;
- Cansaço extremo;
- Visão embaçada;
- Fome excessiva;
- Infecções frequentes, especialmente urinárias ou vaginais;
- Cicatrização lenta de feridas.
Quais os impactos na gravidez e no bebê?
Para a mãe, os riscos incluem o aumento da probabilidade de desenvolver pré-eclâmpsia, uma condição grave caracterizada por pressão arterial elevada e danos a órgãos, como os rins.
Além disso, há maior chance de nascimento prematuro, de o bebê apresentar macrossomia fetal (crescimento excessivo), dificultando o parto normal, e de necessidade de cesariana. Também existe o risco de a mãe desenvolver diabete tipo 2 no futuro.
Para o recém-nascido, os impactos incluem peso excessivo, aumentando o risco de complicações ao dar à luz; hipoglicemia neonatal, causada pela alta produção de insulina durante a gestação; e problemas respiratórios, como a síndrome do desconforto respiratório, mesmo em bebês a termo (no período considerado ideal de gestação).
Além disso, o recém-nascido pode apresentar maior risco de obesidade infantil e diabete tipo 2 ao longo da vida, bem como icterícia neonatal, exigindo tratamento.
Quais os cuidados na gestação e parto?
Para a gestante com resistência insulínica, manter os níveis de açúcar no sangue sob controle é essencial, o que começa com os cuidados pré-parto. Esse tratamento para diabetes na gravidez inclui o monitoramento frequente da glicemia e ajustes na dieta, conforme orientação médica.
É importante que a mãe tenha um acompanhamento regular com um obstetra e, se necessário, um endocrinologista. A equipe médica deve estar ciente da hiperglicemia crônica e das necessidades específicas da mãe.
Além disso, é preciso discutir com o médico sobre o tipo de parto mais adequado (normal ou cesárea) e o momento ideal para o nascimento. Muitas vezes, o parto induzido evita complicações relacionadas ao crescimento excessivo do bebê (macrossomia).
Nesse período, seguir uma dieta equilibrada, rica em fibras e com baixo índice glicêmico, ajudará a controlar os níveis de açúcar no sangue até o momento do nascimento.
Cuidados durante o parto
Durante o trabalho de parto, é importante monitorar os níveis de glicose regularmente. A equipe médica deve estar atenta a qualquer alteração, mantendo a mãe bem hidratada, especialmente se ela estiver em trabalho de parto ativo.
O suporte emocional e físico, com amigos e familiares, ajuda a mãe a lidar com o estresse e a ansiedade que afetam os níveis de açúcar no sangue. Portanto, criar um ambiente calmo e tranquilo durante o nascimento é essencial.
Cuidados com o bebê
O recém-nascido deve ser avaliado, logo após o nascimento, para verificar possíveis problemas relacionados à glicemia alterada, como hipoglicemia (níveis baixos de açúcar no sangue) ou macrossomia.
O nível de glicose no sangue do recém-nascido é monitorado, especialmente nas primeiras horas, e, sempre que possível, o contato pele a pele com a mãe deve ser incentivado para promover a ligação e facilitar a amamentação.
Cuidados pós-parto
Após o nascimento, é importante continuar monitorando os níveis de açúcar no sangue, pois a doença metabólica pode desaparecer, mas algumas mulheres desenvolvem diabete tipo 2 mais tarde.
A amamentação controla os níveis de glicose e promove a saúde do bebê, além disso, consultas de acompanhamento devem ser agendadas para monitorar a saúde da mãe e da criança e discutir planos de saúde.
Como prevenir a diabetes gestacional?
Se você está planejando engravidar, busque alcançar e manter um peso saudável antes da gravidez. Esse controle é o pontapé inicial para preparar o corpo para receber mudanças tão bruscas. Além disso, você precisa:
- Alimentar-se equilibradamente: praticando uma dieta rica em frutas, verduras, grãos integrais, proteínas magras e laticínios com baixo teor de gordura;
- Controlar as porções: para evitar o consumo excessivo de calorias;
- Limitar o consumo de açúcar e carboidratos refinados: evitando doce, refrigerantes e alimentos processados que causam picos de glicose no sangue;
- Praticar exercícios regularmente: realizando pelo menos 150 minutos de atividade física moderada por semana, como caminhadas, natação ou yoga;
- Mantenha-se hidratada: beba bastante água ao longo do dia e limite bebidas açucaradas;
- Faça acompanhamento pré-natal: consultas regulares com o obstetra auxiliam no monitoramento da saúde da mãe e do bebê;
- Fique atenta à história familiar: se você tem um histórico familiar de doença metabólica, converse com seu médico sobre riscos e medidas preventivas;
- Durma bem: a falta de sono pode afetar o controle do açúcar no sangue;
- Gerencie o estresse: pratique técnicas de relaxamento, como meditação ou respiração profunda, para manter níveis saudáveis de estresse.
Vimos neste texto, que a diabetes gestacional é uma condição que requer atenção especial, pois pode impactar tanto a saúde da mãe quanto a da criança. Compreender os fatores de risco, os sintomas e as medidas preventivas é fundamental para gerenciar a doença de maneira eficaz.
Por meio do acompanhamento médico adequado, monitoramento dos níveis de glicose e uma alimentação balanceada, muitas mulheres conseguem ter gestações saudáveis e evitar complicações.A Seguros Unimed se preocupa com a saúde das gestantes e de seus bebês, oferecendo o Programa Nascer Seguro, que disponibiliza materiais informativos e confiáveis para auxiliar nos cuidados mais importantes durante a gestação. Confira!