A manutenção da saúde bucal é fundamental para qualquer pessoa, incluindo aquelas que sofrem com a doença de Parkinson (DP).
A doença degenerativa, inicialmente estudada e detalhada pelo médico inglês James Parkinson, acomete cerca de 1% da população mundial acima de 65 anos. No Brasil, estima-se que mais de 200 mil pessoas vivam com a DP.
Neste artigo, vamos explicar um pouco mais sobre a enfermidade, a relação entre a odontologia e a doença de Parkinson e como cuidar da saúde bucal e do sorriso das pessoas que vivem com esta condição.
Isso porque, apesar dos desafios acarretados pelos sintomas da doença, a indústria odontológica tem feito cada vez mais estudos e preparativos para receber estes pacientes de maneira adequada. Continue lendo para entender mais sobre o assunto!
O que é a doença de Parkinson?
Conhecida como doença ou mal de Parkinson, é uma enfermidade degenerativa que atinge o sistema nervoso central. A DP é progressiva e crônica, causada pela queda na produção do neurotransmissor dopamina. Esta substância química auxilia na transmissão de mensagens entre as células nervosas e o cérebro.
A dopamina tem uma função muito importante no organismo, pois é ela que ajuda o corpo a realizar movimentos voluntários automaticamente. A falta desse neurotransmissor afeta o controle motor.
Embora haja muitos estudos sobre a doença de Parkinson, não se sabe exatamente as causas para a perda progressiva e extrema dessas células nervosas. Em diagnósticos clínicos, podem ser encontrados fatores genéticos e ambientais, além do próprio envelhecimento do paciente.
Um dos principais sintomas da doença de Parkinson é o tremor de repouso — quando a pessoa está parada e relaxada, sem realizar nenhuma ação específica, mas ainda assim está com uma ou as duas mãos tremendo.
Também são sintomas de Parkinson a lentidão motora, o desequilíbrio e a rigidez entre as articulações da coxa, do tornozelo, do punho e do cotovelo. Outros possíveis sintomas são alterações no sono ou no movimento intestinal.
O diagnóstico deve ser feito por um médico neurologista, que será capaz de identificar os sintomas e diferenciar o quadro de outras doenças. São feitos exames como ressonância magnética e tomografia do cérebro, além de uma avaliação clínica.
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Odontologia e a doença de Parkinson
Estudiosos e profissionais do setor de odontologia têm buscado soluções para tornar o atendimento a pacientes com Parkinson mais confortável, empático e eficaz.
Há cada vez mais pesquisas relacionando os dois temas, o que permite que os dentistas estejam mais preparados para atender a essas pessoas da maneira correta.
Entre as iniciativas que estão sendo adotadas nesta indústria, há a questão da acessibilidade. Alguns consultórios investem em facilidades na entrada e saída, como rampas e barras de apoio, além de cadeiras de rodas para quem não consegue mais caminhar. Podem haver funcionários para ajudá-los a se locomover dentro do local.
Também existem técnicas de estabilização para imobilizar a boca do paciente durante o tratamento. É uma maneira de minimizar possíveis acidentes e trabalhar com mais segurança.
Em casos de DP, a orientação deve ser não apenas ao paciente, mas também à pessoa responsável pelos seus cuidados. Por isso, muitos dentistas se atentam a atualizar a família, ou o cuidador, sobre os cuidados necessários após consultas e procedimentos.
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O fator emocional também é muito importante nestes casos, já que muitas vezes o paciente pode se sentir envergonhado dos movimentos involuntários provenientes da DP. Por isso, é importante que o dentista trabalhe de maneira empática e sensibilizada para lidar com a situação, ganhando a confiança do paciente e evitando situações de constrangimento.
Como cuidar da saúde bucal em pacientes com Parkinson
Um dos efeitos da Doença de Parkinson é a perda da capacidade motora. Ao passo que a doença avança, o paciente pode ter dificuldade em realizar tarefas básicas, como escovar os dentes e passar fio dental.
Em estágios mais avançados, a doença de Parkinson pode apresentar outros sintomas que influenciam na saúde bucal. Entre eles estão a produção excessiva de saliva e a dificuldade para engolir e mastigar.
Os remédios utilizados para tratar a doença também podem gerar efeitos colaterais como a boca seca, que impacta na manutenção odontológica.
Apesar dos desafios, existem maneiras de manter a boa saúde bucal em pacientes com Parkinson. Por isso, é importante orientar o responsável ou o cuidador a tomar algumas medidas:
- manter os cuidados orais completos e periódicos (como escovar os dentes e passar fio dental);
- garantir que o paciente esteja hidratado e beba água;
- após cada refeição, escovar os dentes;
- enquanto estiver comendo, evitar falar;
- na hora de se alimentar, priorizar pequenos goles e mordidas nos alimentos;
- não utilizar produtos com álcool, como enxaguantes bucais, para evitar o ressecamento da boca;
- utilizar uma escova de dente especial ou adaptada, adequada para este tipo de escovação;
- Solicitar ao dentista indicações de cremes dentais que possam ajudar com os efeitos colaterais, como a boca seca e salivação excessiva.
É vantajoso usar escova elétrica para pacientes com Parkinson?
A escova de dente elétrica pode ser uma solução interessante para manter a higiene bucal de pessoas que sofrem com algum tipo de dificuldade motora, como é o caso dos pacientes de Parkinson.
Apesar de ainda não existirem comprovações científicas sobre a eficácia da escova elétrica em comparação com a tradicional, elas tornam o momento de escovação mais confortável. Por terem cerdas menores e a cabeça pequena, também conseguem alcançar locais mais difíceis de serem higienizados quando há dificuldade motora.
Antes de apostar nessa solução, é fundamental consultar o dentista do paciente para saber se a escova de dente elétrica é a mais recomendada para seu quadro, pois se for utilizada incorretamente, pode causar danos na região da gengiva.
O que fazer para melhorar a vida de quem tem Parkinson?
Há diversos casos de pessoas com a doença que conseguem viver de maneira independente e autônoma. Para isso, é fundamental cuidar dos efeitos da doença de maneira correta, além de tentar diagnosticar o quadro o quanto antes.
Apesar de não ter cura, a doença de Parkinson pode ser tratada. Atualmente, existem diversos medicamentos que auxiliam na reposição de dopamina no organismo. Isso ajuda a melhorar a qualidade de vida do paciente de maneira significativa.
Também é altamente recomendável manter uma agenda frequente de atendimentos multidisciplinares. Além de manter as consultas periódicas com o médico neurologista, a pessoa com DP pode se beneficiar da prática de atividades físicas, fisioterapia e acompanhamento nutricional.
Agora que você já conhece melhor como funciona a relação entre a odontologia e a doença de Parkinson, que tal buscar o dentista para cuidar da saúde bucal deste paciente?
Pessoas com Parkinson podem — e devem — manter o sorriso bem cuidado!
Eu tenho Parkinson e tenho Uniodonto não sabia desse programa de vocês faça acompanhamento na classe A Odontologia no Granada
Olá Denise, tudo bem? Este texto teve o objetivo de esclarecer as melhores práticas de tratamento para pacientes com Parkinson. Pedimos sempre que entre em contato com seu dentista e tire maiores dúvidas que não colocamos no texto.