Com a pandemia, surgiu uma enorme oferta de máscaras; saber diferenciá-las e usar adequadamente é essencial para a proteção do usuário e evitar a disseminação do vírus.
Uma publicação da Revista Científica Scielo registrou que o aumento do uso de máscaras na pandemia poderia poupar, no Brasil, 17 mil óbitos até dezembro de 2020. Claro, a vacina ainda é o melhor método para combater o vírus, porém esse processo perdura um tempo e são necessários todos os cuidados para não disseminar ainda mais o vírus.
A máscara, por sua vez, tem o objetivo de evitar que as partículas biológicas (vírus e bactérias) sejam lançadas pelo usuário, contamine o ambiente e impeça a transmissão.
Com isso, um dos aliados para as boas práticas de higienização e no combate à COVID-19 é o uso das máscaras. O uso é individual e não pode ser compartilhado; entretanto, podem surgir diversas dúvidas, entre elas sobre a diferença desta proteção: máscaras cirúrgicas, respiradores e máscaras de tecido.
Máscaras Hospitalares ou Cirúrgicas
O material mais usado de confecção é o tecido não tecido (TNT), que possui no mínimo uma camada interna e obrigatoriamente um elemento filtrante. Comum em ambientes hospitalares e para procedimentos odontológicos, ela é mais folgada nas laterais e possui uma haste para se moldar melhor ao rosto. Ela impede que os fluidos corporais, que saem do seu usuário, contaminem o ambiente, fazendo dela unidirecional.
O lado correto do uso é aquele em que a haste encaixa na parte superior do nariz e fica para fora as suas ondulações, devendo os dedos conseguir se encaixar debaixo para cima nessas ondulações. É descartável e nunca deve ser lavada e, em hipótese nenhuma, deve ser compartilhada.
Respiradores
Elaborada com uma vedação total no nariz e na boca, filtra a saída e a entrada de ar. Com proteção bidirecional, ela pode ser descartável, de meia face ou de face inteira.
Existem padrões europeus e americanos de respiradores que levam a nomenclatura de: N95, N99, N100, FFP1, FFP2, FFP3 e entre outras.
Esses padrões são a capacidade do filtro, medidos em porcentagens que chegam até 99,97%.
A N95, a mais conhecida, é um padrão americano que é equivalente ao europeu FFP2/ P2 (que significa Filtering Face Piece, em inglês. Sua proteção chega a reter gotículas, possivelmente contaminadas, em até 95%.
Essa proteção não pode ser lavada e tem que ser descartada sempre que suja ou úmida.
Máscaras de tecido ou caseira
O incentivo e alternativa para a população em geral é o uso das máscaras caseiras ou de tecido. O importante é que o pano seja resistente para que as partículas virais do usuário não ultrapassem o tecido e facilitem a respiração. Tecidos de algodão e TNT são mais comuns na fabricação,
Segundo publicação da OMS (Organização Mundial de Saúde), disponibilizada em português no site da OPAS (Organização Pan Americana da Saúde) para garantir maior proteção, o ideal seria conter três camadas: um material absorvente (algodão ou algo que absorva a água), uma camada de hidrofóbico (por exemplo, o poliéster) e uma camada intermediária de material sintético (exemplo, o polipropileno).
Ela deve ser descartada sempre que houver uma deterioração, furos ou a funcionalidade comprometida. Como citado, o ideal é que as tramas das máscaras sejam bem vedadas. Máscaras que tenham tramas de tecido mais separados não têm funcionalidade.
Guardar sempre em saco plástico descartável (um limpo e outro sujo) também é recomendado, além de trocar a cada duas horas, ou sempre que estiver úmida. Podem ser lavadas com água quente e sabão. Se for lavada em água com temperatura ambiente, deve-se usar um pouco de água sanitária para ajudar na desinfecção.
Lave sempre as mãos para retirar e colocar as máscaras e retire do rosto sempre pelo elástico, sem tocar na máscara.
Uso de duas máscaras simultaneamente
Um estudo divulgado pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), órgão de saúde dos Estados Unidos, aponta que o uso simultâneo de duas máscaras, uma cirúrgica (tocando o rosto) e outra de tecido, por cima, pode reduzir o risco de contaminação em 95%. Outra dica de segurança para o uso da proteção é dar um nó no elástico da máscara cirúrgica, bem no começo das duas alças, para vedar o rosto, e sobrepor a máscara de pano, isso também ajuda a reduzir o risco de contaminação do vírus.
Mesmo com o uso da máscara, é importante seguir todas as recomendações de saúde e manter o distanciamento social.