O teste caseiro para diagnóstico de HIV que começará a ser vendido nas farmácias do Brasil, a partir de fevereiro do ano que vem, vai custar R$ 8 ao consumidor, informou neste domingo (1º), Dia Mundial da Luta contra a Aids, o diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Fábio Mesquita. Segundo Mesquita, o valor de venda no país é o mais barato no mercado internacional.
O exame, desenvolvido pela FIOCRUZ (Fundação Oswaldo Cruz), é feito com base na análise da saliva coletada pela própria pessoa. Um teste similar é vendido nas farmácias dos Estados Unidos há cerca de dois anos.
De acordo com o diretor, o valor de comercialização do exame será subsidiado pelo ministério. Ele afirmou ainda que o teste é completamente eficaz para identificar a presença do vírus da Aids, mas é direcionado exclusivamente para o diagnóstico do HIV. O exame não serve, portanto, para outras DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis) ou hepatites virais.
“Funciona como um teste de gravidez. O resultado vai sair muito rápido, em segundos”, disse Fábio Mesquita. “Uma das vantagens é a confidencialidade, já que a pessoa que quiser se testar poderá fazer o exame em casa, com privacidade, além do fato de que ela terá de passar menos tempo no sistema de saúde, em filas, por exemplo”, disse o diretor
Para realizar o exame, o usuário terá de atender a alguns requisitos, como não ter ingerido álcool no dia anterior, não estar usando batom, entre outros. “Esses limites estarão bem claros na bula”, afirmou.
Segundo Mesquita, a decisão do Ministério da Saúde de aprovar a produção dos testes ocorreu em setembro. Segundo estimativas da pasta, há cerca de 718 mil pessoas infectadas pelo vírus HIV no país, mas cerca de 150 mil delas ainda não foram diagnosticadas. “Precisamos ampliar os diagnósticos”, declarou o diretor.
Os números foram divulgados em evento pelo Dia Mundial de Luta contra a Aids, realizado neste domingo no parque Madureira, no Rio de Janeiro.
Confira CINCO mitos e verdades sobre a AIDS:
1. Não é preciso se preocupar com a Aids porque já existe tratamento. MITO: Aids é uma doença séria, e não dá pra descuidar. Apesar dela ter tratamento, não tem cura e ainda faz muitas vítimas no mundo todo. Além disso, os medicamentos devem ser tomados por toda a vida e podem causar efeitos colaterais, como diarreia e vômito.
2. Portadores de HIV não precisam fazer sexo seguro entre si. MITO: Este é um dos maiores mitos sobre a Aids. O sexo sempre deve ser seguro, para se evitar Aids, outras doenças sexualmente transmissíveis e até uma gravidez indesejada. Além disso, pessoas soropositivas que fazem sexo sem proteção podem entrar em contato com outro subtipo de HIV ou mesmo aumentar sua carga viral.
3. Quem é HIV positivo não pode mais trabalhar ou realizar atividades sociais. MITO: pessoas que tenham o vírus HIV podem continuar a viver normalmente, trabalhando estudando, realizando atividades lúdicas e se relacionando afetivamente. E também têm o direito a isso.
4. Ainda existem grupos de risco. MITO: se no início da epidemia a doença afetava mais homossexuais, usuários de drogas injetáveis e hemofílicos, hoje o vírus ameaça qualquer pessoa, de qualquer camada social.
5. Camisinha protege contra o vírus HIV. VERDADE: camisinha continua sendo o melhor método preventivo, e também evita outras formas de doenças sexualmente transmissíveis. Estudos norte-americanos já esticaram o látex, material do preservativo, em 30 mil vezes e não detectaram nenhum poro pelo qual o vírus pudesse passar. Mas é sempre bom verificar se a camisinha é inspecionada por órgãos competentes, para garantir sua segurança
Fonte: UOL Rio 01/12/2013 – 18h34