A relação entre saúde mental e saúde bucal é resultado das alterações fisiológicas e comportamentais que aumentam as chances de problemas na boca.
A saúde mental e saúde bucal têm uma relação mais próxima do que você imagina. Essa relação é resultado do fato de que corpo e mente estão interligados.
Por esse motivo, quaisquer alterações ou problemas que afetam a saúde mental podem impactar outras partes do organismo, incluindo a boca. Isso pode ser comprovado através da análise de diversos estudos sobre o tema.
Muitos deles já comprovaram que pacientes psiquiátricos têm mais chances de desenvolver problemas dentários. Ou seja, eles confirmam que problemas de saúde mental também podem afetar a boca.
Neste artigo, explicaremos porque isso acontece, como as doenças mentais impactam a saúde oral e o que fazer para lidar com essa situação ou prevenir esse quadro.
Qual a relação entre saúde bucal e saúde mental?
A saúde mental afeta todos os aspectos da vida do indivíduo, inclusive a bucal. Para comprovar isso, é importante conhecer os estudos que analisam a relação entre saúde bucal e saúde mental.
Por exemplo, uma revisão realizada por pesquisadores australianos analisou 25 estudos com mais de 5 mil pacientes psiquiátricos. De acordo com o estudo, os pacientes psiquiátricos têm 2,8 vezes mais chances de perder os dentes em comparação com pessoas sem problemas mentais. Eles também apresentam mais cáries e obturações.
Outro estudo realizado por pesquisadores americanos mostrou a relação entre as condições de saúde bucal e a gravidade dos problemas de saúde mental das pessoas.
A pesquisa revelou que pacientes com condições mais severas de saúde mental são mais propensos a desenvolver doenças bucais, como perda óssea ao redor dos dentes e sangramento na gengiva.
O que explica essa relação?
Os estudos sobre o tema reforçam a existência de uma relação entre saúde bucal e saúde mental. De acordo com os pesquisadores e psicodentistas (profissionais que integram psicologia e odontologia), esses problemas podem ocorrer por diversos fatores.
A falta de higiene bucal é um deles. Algumas doenças mentais, como a depressão, levam o paciente a negligenciar o autocuidado. Por isso, eles tendem a deixar a higiene oral de lado, aumentando a chance de desenvolvimento de problemas dentais e periodontais.
Outro fator que influencia nesse resultado é que pacientes psiquiátricos tendem a adotar hábitos prejudiciais à saúde bucal. Por exemplo, tabagismo, aumento do consumo de álcool e compulsão por alimentos ricos em açúcar.
Esses hábitos agravam os problemas resultantes da negligência com a higiene bucal, aumentando o risco de desenvolvimento de problemas dentários mais graves.
Vale ressaltar que pacientes psiquiátricos também podem fazer uso de medicamentos contínuos durante seu tratamento. Essas medicações podem provocar efeitos colaterais prejudiciais à saúde oral, como redução da produção de saliva e problemas gengivais.
Como os problemas de saúde mental afetam a saúde bucal?
Conforme explicado, pessoas que sofrem com alguma doença ou distúrbio relacionado à saúde mental podem desenvolver diferentes problemas bucais.
No entanto, esses problemas podem variar de acordo com os distúrbios psicológicos e desequilíbrio emocional do paciente. Afinal, cada um deles está associado a comportamentos e alterações fisiológicas distintas.
Para te ajudar a entender essas diferenças, explicaremos abaixo como algumas das doenças mentais mais comuns afetam a saúde bucal. Confira!
Ansiedade e problemas dentários
A ansiedade é uma sensação que estimula as pessoas a se prepararem para mudanças ou para eventos importantes na sua vida. No entanto, a ansiedade excessiva atrapalha a rotina do indivíduo e ainda pode desencadear diversos problemas de saúde, incluindo problemas bucais.
Isso ocorre porque pessoas muito ansiosas podem negligenciar sua higiene oral. Além disso, elas tendem a escovar os dentes rapidamente e de forma inadequada.
Esses comportamentos aumentam as chances de desenvolvimento de cárie e gengivite. Vale lembrar que pessoas ansiosas também podem apresentar alterações metabólicas que o deixam em estado de constante alerta, o que provoca o desenvolvimento de problemas como bruxismo.
Estresse e saúde bucal
O estresse também é uma reação fisiológica normal que ajuda o ser humano a se preparar para situações adversas. No entanto, o estilo de vida e os hábitos modernos tornaram as pessoas mais suscetíveis a sofrer com estresse excessivo.
Em níveis elevados, o estresse provoca mudanças metabólicas que prejudicam a saúde e bem-estar do indivíduo, provocando até mesmo problemas que afetam a saúde bucal.
Por exemplo, redução da produção de saliva, bruxismo, aftas, gengivite, desgastes ou quebra dos dentes e até distúrbios de mandíbula.
Vale lembrar que as pessoas também tendem a aumentar o consumo de álcool, cigarro e açúcar em momentos estressantes. Essas atitudes também contribuem para o desenvolvimento e agravamento de problemas bucais.
Depressão e cuidados bucais
A depressão é uma doença mental que pode levar o paciente a negligenciar o autocuidado. Ou seja, eles podem perder a vontade de realizar cuidados básicos, como tomar banho ou fazer a higiene bucal.
Como resultado, pessoas depressivas apresentam doenças bucais com mais frequência, como cáries dentárias, gengivite, entre outros problemas.
Durante episódios depressivos severos, as pessoas também apresentam a tendência de desenvolver cáries agudas, doenças da gengiva e até problemas ósseos na região bucal.
Como pessoas depressivas podem negligenciar o autocuidado, mesmo com sintomas de problemas dentais, elas podem evitar a consulta ao dentista. Assim, elas não têm acesso ao tratamento adequado para evitar o agravamento dos seus problemas bucais.
Transtornos alimentares e problemas dentários
Transtornos alimentares como anorexia, bulimia e a compulsão alimentar provocam alterações no organismo que podem prejudicar a saúde bucal.
Isso acontece porque tais distúrbios normalmente são acompanhados por vômitos recorrentes, que alteram o nível de acidez da saliva. Como resultado, os tecidos dentais duros, como esmalte e dentina, são corroídos.
Por esse motivo, pessoas diagnosticadas com transtornos alimentares tendem a apresentar problemas como erosão dental, cáries e perda dentária. Esse quadro pode ser agravado por conta da dieta desbalanceada e pobre em nutrientes que favorecem a saúde bucal.
O que pode ser feito para melhorar a relação entre saúde bucal e saúde mental?
As estratégias utilizadas para melhorar a relação entre saúde mental e saúde bucal variam de acordo com o estado mental do indivíduo.
No caso de pessoas que já receberam o diagnóstico de problemas como depressão, ansiedade, entre outras doenças mentais, o primeiro passo é iniciar o acompanhamento psicológico.
Com apoio psiquiátrico e psicológico, o paciente se torna mais estável. Isso o estimula a investir no autocuidado, incluindo práticas relacionadas à higiene bucal.
Ele também pode se sentir mais confortável para consultar um dentista, que deve realizar um atendimento mais humanizado para cuidar desse tipo de paciente.
Por outro lado, quem não tem diagnóstico de doenças psiquiátricas, mas se preocupa com o impacto da sua saúde mental na saúde oral, precisa investir em estratégias preventivas.
Adotar uma alimentação saudável, praticar mindfulness, fazer a higiene do sono e praticar exercícios físicos regularmente são algumas das estratégias que favorecem tanto a saúde mental quanto a bucal.
Essas pessoas também precisam investir em práticas de autocuidado, principalmente relacionados a higiene bucal e a consulta regular ao dentista.
O que fazer para manter uma rotina de higiene bucal mesmo em momentos difíceis?
Quem convive com uma doença mental ou precisa lidar com situações estressantes no dia a dia sabe como manter uma rotina de autocuidado e higiene bucal é difícil.
Por isso, é fundamental conhecer estratégias adequadas para esses momentos. O primeiro passo é lembrar que o básico funciona. Isso significa que o simples fato de escovar os dentes e usar fio dental após as refeições é o bastante para prevenir doenças bucais.
Para estimular o desenvolvimento desse hábito de autocuidado, é importante utilizar a tecnologia a seu favor. Programas alarmes e lembretes podem ser eficientes para alertar e estimular as pessoas a fazerem sua higiene oral nos momentos certos.
Vale lembrar que a consistência é essencial para manter uma boa saúde bucal. Por esse motivo, mesmo em momentos difíceis, é fundamental dedicar alguns minutos por dia à higiene bucal. Essa medida simples faz a diferença a longo prazo.
Dicas de cuidados para melhorar a saúde mental e a saúde bucal
Adotar hábitos saudáveis para corpo e mente é fundamental para melhorar a relação entre saúde mental e bucal. Afinal, esses hábitos contribuem para o aumento do bem-estar emocional, psicológico e físico da pessoa.
Embora exijam consistência, dedicação e esforço, o resultado é uma pessoa mais equilibrada, estável e saudável. Por esse motivo, vale a pena investir nesses hábitos.
Confira abaixo uma lista com alguns desses hábitos e cuidados que melhoram a relação entre saúde bucal e mental.
- Faça exercícios físicos regularmente;
- Invista em relacionamentos saudáveis;
- Cuide da sua vida pessoal, não apenas da profissional;
- Comece a fazer meditação;
- Pratique mindfulness;
- Estabeleça uma rotina de higiene bucal;
- Melhore a ingestão de água;
- Faça a higiene do sono e durma bem;
- Adote uma alimentação mais saudável;
- Pare de fumar;
- Reduza o consumo de álcool;
- Busque apoio psicológico, se necessário;
- Faça consultas regulares ao dentista.
Vale lembrar que a forma mais fácil de cuidar da saúde bucal é contar com o apoio de um plano odontológico completo, como o da Unimed Odonto. Conheça nossas opções e comece já a cuidar do seu sorriso!