O relatório de atendimento odontológico é um documento fundamental para garantir a continuidade do tratamento do paciente, facilitar o relacionamento com a operadora do plano odontológico e evitar recusas durante o faturamento.
A forma como essas informações são registradas influencia diretamente a segurança clínica, o histórico do paciente e a validação dos procedimentos realizados.
Neste conteúdo, você irá entender o que é um relatório de atendimento odontológico, quais informações ele deve conter, como preenchê-lo com clareza e como evitar erros que possam atrasar autorizações ou ser devolvidos pela operadora.
O que é um relatório de atendimento odontológico e para que ele serve?
O relatório de atendimento odontológico é o registro detalhado do que foi realizado em uma consulta específica. Ele descreve o procedimento executado, os achados clínicos, o diagnóstico e as orientações dadas ao paciente.
Sua utilidade é dupla:
- Clínica: por documentar a evolução do caso e possibilitar que qualquer dentista compreenda o histórico do paciente;
- Administrativa: por registrar adequadamente os dados necessários para envio ao convênio, evitando anulações e garantindo o correto faturamento dos procedimentos.
Diretrizes do Conselho Federal de Odontologia (CFO) e padrões da ANS definem que este documento deve ser claro, objetivo e técnico, assegurando rastreabilidade e segurança.
Qual a diferença entre o relatório de atendimento e o prontuário do paciente?
Embora relacionados, relatório e prontuário têm papéis distintos:
- Prontuário odontológico: é o conjunto completo de documentos sobre o histórico do paciente como exames, radiografias, ficha de anamnese, evolução clínica, tratamentos, assinaturas, termos etc;
- Relatório de atendimento odontológico: é o registro de um único atendimento, descrevendo o que foi feito naquela consulta específica. Ele integra o prontuário e deve ser anexado a ele.
Ambos são obrigatórios, segundo as normas do CFO.
Quais são os campos e informações obrigatórias em todos os relatórios?
Embora o formato possa variar entre clínicas, planos ou softwares odontológicos, há informações obrigatórias que devem constar em qualquer relatório de atendimento odontológico:
Identificação do paciente
- Nome;
- Idade;
- Endereço;
- Telefone e e-mail;
- Número da carteirinha do plano.
Identificação do profissional
- Nome completo;
- CRO e especialidade;
- Endereço profissional.
Dados da consulta
- Data do atendimento;
- Histórico médico relevante (alergias, condições sistêmicas, uso de medicamentos);
- Exame clínico objetivo, descrevendo dentes, gengivas, mucosas e achados relevantes;
- Radiografias realizadas e interpretação;
- Diagnóstico (preferencialmente com código TUSS ou CID quando aplicável);
- Tratamento realizado no dia;
- Plano de tratamento proposto;
- Prognóstico;
- Recomendações dadas ao paciente;
- Assinatura física ou assinatura digital certificada.
Esses campos seguem boas práticas clínicas e padrões aceitos por operadoras, facilitando auditorias e organização interna.
Como deve ser a descrição dos procedimentos realizados para a operadora do plano?
O preenchimento adequado é essencial para garantir a aprovação do atendimento e evitar recusas. O relatório deve seguir os padrões da ANS e TISS, que regulamenta o faturamento de guias para planos de saúde.
Para ser aceito pela operadora, o relatório deve conter:
- Identificação completa do paciente e do dentista;
- Uso correto dos códigos TUSS, que padronizam procedimentos;
- Descrição objetiva e técnica do procedimento, sem abreviaturas que possam gerar dúvidas;
- Justificativa clínica quando houver necessidade de autorização prévia;
- Situação dentária inicial, segundo tabelas do TISS, informando número do dente e condições observadas;
- Evidências ou documentação complementar, como fotografias, radiografias pré e pós-operatórias, quando exigidas pelo convênio.
Seguir esse padrão reduz a chance de retrabalho, pedidos de complementação ou reprovação por documentação insuficiente.
O que são glosas e como um relatório bem-feito pode evitá-las?
Glosa é a recusa total ou parcial de pagamento feita pela operadora quando identificada alguma inconsistência na cobrança. As glosas acontecem por motivos como:
- Código TUSS incorreto;
- Ausência de justificativa técnica;
- Documentação insuficiente;
- Incompatibilidade entre o procedimento e a cobertura do plano;
- Campos obrigatórios não preenchidos;
- Divergência entre declaração e documentação anexada.
Um relatório de atendimento odontológico completo e detalhado evita a maioria dessas situações. Ele prova que o procedimento foi necessário, executado dentro das normas e devidamente registrado, proporcionando respaldo clínico e administrativo.
Saiba mais: Reembolso do plano odontológico: como funciona e quando você deve solicitar
Há modelos ou templates padrão para este tipo de relatório?
Embora não haja um modelo único obrigatório, há templates amplamente utilizados em clínicas, softwares odontológicos e operadoras. Em geral, esses modelos seguem uma estrutura padrão:
- Identificação completa do paciente e do dentista;
- Avaliação clínica;
- Descrição dos exames;
- Procedimentos realizados;
- Diagnóstico;
- Plano de tratamento;
- Justificativa técnica;
- Registro das recomendações;
- Assinatura e data.
Softwares de gestão odontológica, como os utilizados para faturamento com convênios, já geram relatórios estruturados dentro do padrão TISS, agilizando o processo e reduzindo erros.
Como a assinatura digital se encaixa nesse processo?
A assinatura digital com certificado ICP-Brasil tem validade jurídica e substitui assinaturas físicas em relatórios, autorizações e guias enviadas ao plano odontológico.
Ela garante:
- Segurança e autenticidade da informação;
- Proteção contra adulterações;
- Agilidade no envio de documentos;
- Adequação às normas de prontuário digital;
- Facilidade em auditorias, sem necessidade de papel.
Cada vez mais operadoras e clínicas adotam prontuário digital e assinatura eletrônica como práticas-padrão.
Quais são os erros mais comuns no preenchimento?
Os erros mais frequentes são aqueles que parecem simples, mas que comprometem a autorização e o faturamento. Abaixo, veja um checklist comentado para ajudar no envio correto:
Diagnóstico codificado corretamente
Garante enquadramento adequado nas regras do plano e reduz questionamentos durante a auditoria.
Histórico do paciente claro e atualizado
Demonstra a necessidade clínica do procedimento e fortalece a justificativa técnica.
Exames anexados com datas
Mostram que as informações refletem o estado atual do paciente e sustentam a indicação do tratamento.
Justificativa técnica objetiva
Ajuda a operadora a compreender o motivo da conduta adotada e diminui o risco de negativas por falta de indicação.
Comparação com opções possíveis
Esclarece por que outras abordagens não seriam suficientes, reforçando a escolha do procedimento indicado.
Risco do atraso descrito (quando aplicável)
Evidencia impacto clínico e orienta a análise de urgência pela operadora.
Plano de tratamento detalhado
Organiza as etapas previstas e facilita a análise de custo e continuidade do cuidado.
Materiais e insumos indispensáveis listados
Previne negativas relacionadas a itens considerados “não cobertos” ou não previstos.
Pedido claro e finalizado sem ambiguidades
Evita retrabalho, solicitações de complementação e atrasos na autorização.
Preencher o relatório com atenção reduz o retrabalho no consultório e torna o processo administrativo muito mais ágil.
O uso de um software para clínica odontológica facilita o preenchimento, o envio e o armazenamento de relatórios. Plataformas modernas já vêm integradas ao padrão TISS, preenchem automaticamente campos obrigatórios, sugerem códigos TUSS e evitam erros comuns de digitação.
Além disso, permitem anexar radiografias, fotos e documentos diretamente na ficha do paciente, garantindo que tudo esteja organizado no mesmo lugar. Para clínicas que atendam convênios diariamente, essa automação reduzirá retrabalho, aumentará a segurança da informação e agilizará todo o fluxo de faturamento.
O relatório de atendimento odontológico é um instrumento essencial para garantir rastreabilidade, segurança clínica e comunicação clara com a operadora.
Quando preenchido de forma estruturada, com códigos TUSS corretos, justificativas consistentes e documentação completa, ele protege o profissional, facilita a auditoria, reduz glosas e assegura a continuidade do tratamento ortodôntico do paciente.
Profissionais e clínicas que precisem consultar normas, modelos de guias, regras de cobertura e informações sobre faturamento encontrarão esses materiais na página oficial da operadora, sempre atualizados e organizados para auxiliar no dia a dia.
A Unimed Odonto mantém processos padronizados, rede credenciada estruturada e orientações específicas para o envio de relatórios, autorizações e anexos técnicos. Conheça nossos planos feitos para você!










