Segundo dados do Ministério da Saúde, aproximadamente 6,4 milhões de crianças com até 10 anos têm excesso de peso no Brasil, dessas, 3,1 milhões sofrem de obesidade infantil.
Essa condição já ganhou status de epidemia, visto que o número de crianças acima do peso vem aumentando muito nas últimas décadas. Em 1975, as crianças obesas representavam cerca de 4% das pessoas entre 5 a 19 anos. Já em 2016 esse número subiu para 19%.
De acordo com um levantamento da Organização Mundial de Saúde (OMS), há cerca de 124 milhões de crianças e adolescentes obesos no mundo. Somente entre os menores de 5 anos, 39 milhões sofrem dessa condição.
Além disso, segundo a OMS, em 2022 haverá mais pessoas com menos de 19 anos com obesidade e sobrepeso do que crianças e adolescentes desnutridos.
A obesidade infantil não é somente uma questão estética, ela pode prejudicar muito a saúde das crianças e ainda atrapalhar o desenvolvimento dos menores de 18 anos.
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O que é considerado obesidade infantil?
Crianças com esse problema apresentam excesso de gordura corporal e estão com, pelo menos, um peso 15% maior do que o indicado para a sua idade.
Para descobrir se o peso de uma criança está 15% acima da média, principal critério para o diagnóstico da obesidade infantil, um médico ou profissional de saúde, deve calcular o índice de massa corporal, conhecido como IMC. Os valores de IMC considerados normais variam de acordo com a idade e o sexo de cada criança, e são disponibilizados em tabelas da OMS, que servem para orientar os profissionais no cálculo correto.
Quais são as principais causas da obesidade?
A principal causa da obesidade infantil é a má alimentação. Uma dieta rica em produtos industrializados, cheios de gordura e açúcar contribui para o aumento de peso. Entre esses alimentos podemos destacar:
- Refrigerantes;
- Biscoitos recheados;
- Salgadinhos;
- Carnes processadas, como salsichas.
Por isso, é muito importante educar o paladar das crianças desde a fase da introdução alimentar, que ocorre quando o bebê tem 6 meses, oferecendo alimentos saudáveis.
No entanto, a alimentação não é o único fator que pode ocasionar essa condição. A falta de sono também pode contribuir para o acúmulo excessivo de gordura.
Um estudo feito pela universidade de Harvard mostrou que crianças e adolescentes que têm um sono irregular apresentam chances maiores de desenvolverem obesidade.
Além disso, outros fatores podem contribuir para o excesso de peso, como:
- Uso de antibióticos em crianças menores de 2 anos – o que é mais um motivo para só ministrar esses medicamentos com prescrição médica;
- Genética – certos genes podem predispor a pessoa a desenvolver algumas doenças, e a obesidade está entre elas;
- Desequilíbrios hormonais – quando os hormônios não estão nos níveis corretos eles também podem contribuir para o ganho de peso;
- Sedentarismo;
- Compulsão alimentar;
- Se a criança nasceu de cesárea – estudos mostram que quem nasceu de cesárea tem mais chances de ser obeso.
Quais são os perigos da obesidade infantil?
A obesidade pode ocasionar diversos problemas para as crianças. Além disso, quem apresentou excesso de peso na infância têm mais chances de se tornar um adulto obeso.
Outro fator que torna essa condição ainda mais grave para as crianças é que a obesidade pode prejudicar o desenvolvimento da pessoa, afetando a saúde dos ossos, músculos e articulações,o que pode prejudicar até mesmo a formação do esqueleto.
Quem tem ou teve obesidade infantil tem um risco maior de desenvolver as seguintes condições:
- Doenças respiratórias, como asma;
- Problemas na coluna;
- Dores musculares e articulares;
- Colesterol alto;
- Diabetes;
- Hipertensão;
- Enxaqueca;
- Problemas no fígado;
- Assaduras;
- Dermatites;
- Acne;
- Disfunções metabólicas;
- Doenças cardiovasculares.
Essa condição também pode afetar a saúde mental da criança e desencadear problemas psicológicos, como:
- Depressão;
- Baixa autoestima;
- Isolamento social;
- Fobia social.
Além disso, crianças que estão muito acima do peso têm mais chances de desenvolver distúrbios alimentares, como bulimia e anorexia.
Como tratar a obesidade infantil
Se o seu filho está com excesso de peso, é necessário procurar um médico para que ele possa indicar o tratamento mais adequado. Também será preciso contar com a ajuda de um nutricionista, para orientar o processo de reeducação alimentar da criança.
Além disso, pode ser preciso contar com o auxílio de um psicólogo, para tratar problemas como compulsão alimentar e baixa autoestima, e de um educador físico, para que a criança possa começar a fazer atividades físicas adequadas.
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Como prevenir o excesso de peso nas crianças
Para prevenir o excesso de peso nas crianças é necessário adotar uma alimentação saudável e balanceada, além de evitar alimentos industrializados, gordurosos e cheios de açúcar.
Incentivar o consumo de alimentos saudáveis desde a infância, quando o paladar e os hábitos estão sendo formados, aumenta as chances de a criança se tornar um adulto consciente e autônomo para fazer boas escolhas alimentares.
No caso das crianças, o exemplo dos pais faz muita diferença. Portanto, se você quer que o seu filho tenha uma boa alimentação, você também precisa comer alimentos saudáveis perto dele.
Outra forma de evitar que a criança fique com excesso de peso é estimular a prática de esportes, já que o sedentarismo está diretamente ligado à obesidade. Sendo assim, estimule o seu filho a se movimentar e, se possível, leve-o a parques e praças para que ele possa brincar ao ar livre e gastar energia.
Também é importante limitar o tempo que a criança passa usando aparelhos eletrônicos, como computador e celular, pois quanto mais tempo uma pessoa passa na frente de uma tela, menos ela se movimenta.
Além disso, também é importante estimular o seu filho a dormir bem, visto que o sono instável pode contribuir para a obesidade. A quantidade ideal de horas de sono vai variar conforme a idade:
- 4 a 12 meses: de 12 a 16 horas de sono;
- 1 a 2 anos: de 11 a 14 horas de sono;
- 3 a 5 anos: 10 a 13 horas de sono;
- 6 a 12 anos: 9 a 12 horas de sono;
- 13 a 18 anos: 8 a 10 horas de sono.
Com esses cuidados é possível evitar que o seu filho desenvolva a obesidade infantil e sofra com os problemas causados por essa condição.
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