Um estudo apresentado no 43º Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo destacou diversos danos à saúde causados pelos cigarros eletrônicos. Entre eles, podemos citar: a dependência rápida, intensa e prolongada; os altos níveis de nicotina inalada; o aumento de problemas respiratórios; e o elevado risco cardiovascular.
Já um estudo do Incor, que saiu no American Heart Journal, analisou 21 pacientes entre 13 e 49 anos que estavam no Programa de Tratamento do Tabagismo da instituição. Os resultados indicaram que 15 deles fumavam cigarros eletrônicos com regularidade, inalando de 4.000 a 5.000 “puffs” (tragadas) diariamente. Isso seria equivalente ao consumo de mais de 20 cigarros convencionais, ou seja, mais de um maço por dia.
Os cigarros eletrônicos podem ter concentrações variadas de nicotina, mas, além delas, contêm partículas ultrafinas que causam a inflamação no endotélio pulmonar, aumentando o risco de eventos cardiovasculares agudos. Ainda faltam pesquisas aprofundadas sobre o efeito da fumaça dos “vapes”, no entanto, é urgente entender que há uma verdadeira epidemia de doença pulmonar associada ao uso deles, principalmente entre os jovens.
Estudos sugerem, por exemplo, que os líquidos vaporizados nos “vapes” contêm substâncias tóxicas, como propilenoglicol, glicerina e outros contaminantes orgânicos voláteis, além de metais tóxicos. Por isso, além de maltratar os pulmões, mesmo quando não há nicotina dentro dos vapores, eles ainda podem danificar os vasos sanguíneos.
Apesar da ANVISA proibir a venda, importação e publicidade de cigarros eletrônicos desde 2009 no Brasil, esses produtos ainda podem ser encontrados de forma clandestina. Os “vapes” foram estrategicamente projetados com aromas e sabores para atrair especialmente o público jovem com a alegação de serem uma opção mais segura e menos prejudicial aos fumantes. Tanto que, de acordo com o Ministério da Saúde, 7,3% da população já relatou ter experimentado cigarros eletrônicos ou narguilés, sendo a maioria jovens entre 25 e 34 anos.
A Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) defende a manutenção da proibição e a ANVISA destaca que os cigarros eletrônicos não têm comprovação de segurança, nem seguem normas, restrições e controles como os convencionais. A orientação é que os médicos informem seus pacientes sobre os perigos desses dispositivos e investiguem a relação entre doenças pulmonares e o uso dos “vapes”.
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