A afta na língua, ou estomatite aftosa, é uma pequena lesão dolorosa e incômoda, que afeta a mucosa oral e interfere nas atividades cotidianas, como falar e se alimentar.
Quando localizada nessa região, o desconforto costuma ser ainda maior, já que a área está em constante movimento e em contato direto com alimentos e outras estruturas da boca, aumentando a dor e retardando a cicatrização.
Por isso, saber como tratar a condição é essencial para aliviar os sintomas e acelerar a recuperação. Neste texto, você entenderá as causas, como tratar e prevenir esse tipo de lesão. Confira!
O que é afta?
A afta é uma lesão dolorosa que pode aparecer em qualquer região da cavidade oral. Diferente de outras condições bucais, ela não é causada por microrganismos e não é contagiosa.
Essas úlceras, geralmente, têm formato oval, com centro esbranquiçado ou amarelado e bordas avermelhadas. Existem três tipos principais:
- Menores: são as mais frequentes, com até 1 cm de diâmetro e tendem a cicatrizar em poucos dias;
- Maiores: são parecidas com as menores, mas têm um tamanho e profundidade maior, o que torna a cicatrização mais lenta.
- Herpetiformes: apresentam múltiplas lesões pequenas e agrupadas, que podem se fundir e dar origem a úlceras maiores e mais dolorosas que as demais.
O que causa as feridas?
Ainda não há um consenso sobre o que causa a estomatite aftosa. No entanto, o aparecimento dessas lesões pode estar ligado a deficiências no sistema imunológico. Além disso, alguns fatores que podem influenciar são:
- Deficiências nutricionais, como falta de vitaminas B12;
- Estresse;
- Ansiedade;
- Problemas estomacais, como refluxo;
- Desequilíbrios hormonais;
- Consumo excessivo de alimentos ácidos;
- Alguns tipos de remédios, como os anti-inflamatórios;
- Traumas na boca, ocasionados por um acidente ou por escovar os dentes com muita força.
Além disso, as feridas estão atreladas a alguns problemas de saúde. Pacientes com doenças autoimunes costumam apresentar de forma recorrente. Nesses casos, ela aparece acompanhada de outros sintomas, como lesões em outras partes do corpo.
Quais são os sintomas associados às aftas na língua?
Os sintomas podem variar em intensidade, mas geralmente incluem:
- Dor e ardência: especialmente ao falar, mastigar ou ingerir alimentos ácidos, salgados ou apimentados;
- Lesão visível: uma pequena úlcera redonda ou oval, com centro branco ou amarelado e borda avermelhada;
- Sensação de formigamento ou queimação: pode surgir antes da ferida aparecer, como um sinal precoce;
- Desconforto ao movimentar a língua: principalmente ao tocar os dentes ou o céu da boca;
- Sensibilidade aumentada: a região da ferida pode ficar mais sensível ao calor e ao toque;
- Dificuldade para comer ou falar: em casos mais dolorosos, o desconforto pode atrapalhar a rotina;
- Febre baixa, mal-estar geral ou aumento de gânglios linfáticos no pescoço: em casos mais raros e graves.
Quanto tempo duram as aftas?
As pequenas duram de 7 a 10 dias. As maiores podem levar de 2 a 6 semanas para cicatrizar e podem deixar cicatrizes, enquanto as herpetiformes, apesar de pequenas e múltiplas, costumam desaparecer em até 14 dias.
A duração varia conforme a imunidade, o estado emocional, os traumas na mucosa e as deficiências nutricionais.
Afta na língua é contagiosa?
Não. Ela não é causada por vírus, bactérias ou fungos transmissíveis. Portanto, não há risco de transmissão por beijo, uso compartilhado de talheres ou contato próximo com outras pessoas.
Como diferenciar aftas de outras condições bucais?
Para diferenciá-las, é necessário observar características como o formato e a localização, já que costumam surgir em mucosas móveis, como a língua, o interior dos lábios e as bochechas.
Algumas condições podem se assemelhar visualmente, mas apresentam particularidades. O herpes labial, por exemplo, é uma infecção viral transmissível que se inicia com bolhas agrupadas, que se rompem e dão lugar a feridas na parte externa da boca.
A candidíase oral, por sua vez, aparece como placas brancas que se soltam ao raspá-las, deixando a mucosa avermelhada exposta. Úlceras traumáticas, provocadas por mordidas ou uso de aparelhos, tendem a regredir com a remoção da causa.
Já alterações que afetam a mucosa bucal, como leucoplasias (manchas brancas espessas) e líquen plano oral (lesões esbranquiçadas com aspecto rendilhado), requerem avaliação profissional, pois geralmente estão associadas a causas mais complexas e possíveis riscos à saúde.
Qual é o tratamento para afta na língua?
O tratamento é focado no alívio da dor e na aceleração da cicatrização, já que elas tendem a desaparecer sozinhas.
Entre as opções estão os géis anestésicos ou pomadas tópicas, que contêm substâncias como benzocaína ou corticosteroides para reduzir a dor e a inflamação.
Enxaguantes bucais antissépticos ou com corticosteroides também podem ser indicados para manter a região limpa e auxiliar na recuperação.
Além disso, é importante evitar alimentos ácidos, apimentados, duros ou muito quentes, pois podem irritar a lesão.
Manter uma boa higiene bucal com escovas de cerdas macias e evitar traumas na mucosa são cuidados essenciais. Em casos de feridas frequentes ou muito dolorosas, um profissional pode investigar deficiências nutricionais ou indicar medicamentos sistêmicos.
Como prevenir o surgimento de aftas?
Como a causa da afta ainda não foi devidamente esclarecida, não existe uma forma efetiva de prevenção. Contudo, algumas mudanças de hábito podem ajudar a evitar o surgimento, como:
- Escovar bem os dentes após as principais refeições;
- Usar enxaguante bucal sem álcool;
- Ter uma alimentação saudável e equilibrada;
- Evitar consumir muitos alimentos ácidos;
- Controlar o estresse e ansiedade;
- Tomar cuidado para não morder a língua.
- Fazer a suplementação de vitaminas B12, quando necessário.
Quando procurar um dentista para aftas persistentes?
É recomendável procurar um dentista quando as lesões forem persistentes, ou seja, durarem mais de 14 dias sem sinais de cicatrização.
Também é importante buscar atendimento se as lesões forem muito grandes, extremamente dolorosas, recorrentes ou se surgirem múltiplas feridas ao mesmo tempo.
Outros sinais de alerta incluem dificuldade para se alimentar, febre, mal-estar, perda de peso sem explicação ou aumento de gânglios no pescoço.
Nestes casos, o profissional investiga causas mais profundas, como deficiências nutricionais, alterações imunológicas ou doenças sistêmicas, além de descartar outras condições parecidas, mas que exigem tratamento específico.
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