A confiança entre pacientes, dentistas e operadoras de planos odontológicos depende de diagnósticos corretos e condutas éticas.
Quando esse equilíbrio é quebrado, surgem práticas que colocam em risco tanto a saúde quanto a credibilidade do sistema.
Um exemplo cada vez mais preocupante são as fraudes em radiografias odontológicas, que envolvem o uso indevido de exames de imagem para obter vantagens financeiras ou justificar procedimentos questionáveis.
Esse tipo de ocorrência é maior do que o prejuízo econômico: ele pode comprometer diagnósticos, atrasar tratamentos e abalar a confiança dos beneficiários. Saiba mais a seguir!
O que são fraudes em radiografias odontológicas?
Fraudes em radiografias odontológicas são atos que envolvem a manipulação, duplicação ou a cobrança indevida de exames de imagem.
Além de prejudicar pacientes, essas práticas elevam custos para os planos e podem acarretar sanções administrativas, civis e até criminais para os responsáveis.
Em muitos casos, o objetivo é aumentar a cobrança aos seguros ou aprovar procedimentos que não seriam realmente necessários ao paciente.
Essas práticas podem gerar desconfiança nos diagnósticos, atrasar tratamentos corretos e até comprometer a saúde bucal, uma vez que é totalmente contrária ao uso consciente do plano.
Quem pode laudar RX odontológico?
Conforme a legislação brasileira e o Conselho Federal de Odontologia (CFO), apenas cirurgiões-dentistas habilitados podem interpretar e laudar radiografias odontológicas.
A formação específica garante que o profissional identifique corretamente alterações patológicas, proponha o tratamento adequado e tenha seu número de registro atrelado ao exame.
Radiografias digitais também trouxeram avanços nesse processo, permitindo maior precisão na interpretação e segurança no armazenamento das imagens. Porém, essa é uma via de dois lados: ao passo que a digitalização trouxe eficiência e rapidez, também aumentou os tipos de fraudes, como veremos a seguir.
Saiba mais: Incidência de Radiação em Radiografias Odontológicas
Quais são os tipos mais comuns de fraudes?
As fraudes em imagens de odontologia podem assumir diferentes formas. No caso específico das radiografias, os exemplos mais comuns incluem:
- Uso repetido da mesma imagem para justificar atendimentos diferentes, como se fossem de pacientes distintos;
- Cobrança de exames não realizados, em que o plano é informado sobre procedimentos que nunca aconteceram;
- Laudos falsos ou inadequados, emitidos sem a devida análise técnica, apenas para validar um procedimento ou reembolso;
- Manipulação digital para simular patologias inexistentes, aumentar a gravidade de um problema real, ou até simular tratamentos realizados.
Um estudo realizado na Faculdade de Odontologia da USP mostrou como softwares de edição de imagens digitais, como o Adobe Photoshop, podem ser usados de maneira indevida.
Embora sejam úteis para ajustes legítimos, como contraste e brilho, também permitem adulterações capazes de criar condições clínicas inexistentes. Na pesquisa, ferramentas comuns de edição foram aplicadas propositalmente em imagens de tratamentos odontológicos para simular diferentes situações.
Mesmo quando as mudanças não eram perceptíveis a olho nu, os indícios de fraude puderam ser identificados digitalmente, evidenciando a importância de mecanismos confiáveis de detecção.
Como as fraudes em radiografias podem impactar o seguro odontológico?
Para a operadora, fraudes significam aumento de custos e reforço em auditorias. Elas podem comprometer a precisão do diagnóstico e a tomada de decisões sobre tratamentos.
Imagens alteradas dificultam identificar corretamente necessidades clínicas, tornando mais complexo o planejamento adequado do atendimento.
Garantir a autenticidade ajuda a manter processos eficientes, proteger recursos e assegurar que cada procedimento seja realizado conforme a real necessidade do paciente. Dessa forma, a integridade desse processo reforça a segurança e a confiabilidade em toda a gestão odontológica.
Quais são os sinais de alerta e como identificar uma possível fraude?
Embora o paciente não seja responsável direto pela detecção de fraudes, é importante estar atento a alguns indícios que podem levantar dúvidas:
- Solicitação de exames repetidos sem justificativa clínica clara;
- Divergências entre o diagnóstico clínico e o resultado apresentado na radiografia;
- Indicação de tratamentos complexos sem explicação detalhada do dentista;
- Dificuldade de acesso à própria imagem ou ao laudo, o que pode indicar tentativa de ocultar informações.
Ao identificar situações suspeitas, deve-se buscar uma segunda opinião profissional e, se necessário, acionar a operadora nos canais de suporte e atendimento para auxílio.
Na Unimed Odonto, por exemplo, você encontra canais de comunicação no site, ouvidoria e atendimento em libras, tudo para facilitar seu dia a dia.
Principais indicações de radiografias para você ficar atento
As radiografias mais solicitadas variam conforme a necessidade clínica, sendo a maioria delas:
- As interproximais (bite-wing) ajudam na identificação de cáries entre dentes;
- As periapicais permitem avaliar raízes e lesões periapicais;
- A panorâmica (ortopantomografia) oferece uma visão geral da arcada dentária.
Durante os check-ups preventivos, as radiografias bite-wing e periapical são as mais utilizadas, permitindo identificar problemas em estágio inicial.
Por meio dessas imagens, o dentista consegue identificar diversas condições que complementam o exame clínico, como cáries profundas e interproximais, lesões periapicais, reabsorções radiculares, comprometimento ósseo por doença periodontal, entre outros.
Conhecer essas indicações ajuda a entender melhor os pedidos de exames e a perceber possíveis inconsistências, garantindo que seu plano odontológico seja usado de forma correta e segura.
Quais são as consequências legais para os envolvidos em fraudes?
Essa ilegalidade pode trazer graves consequências, tanto para os profissionais envolvidos quanto para as clínicas. Veja a seguir quais as prováveis consequências:
1. Sanções administrativas
Aplicadas pelo Conselho Federal ou pelos Conselhos Regionais de Odontologia, podem incluir advertência, suspensão temporária ou até a cassação definitiva do registro profissional.
2. Responsabilização civil
O envolvido pode ser obrigado a ressarcir valores pagos indevidamente pelos planos de saúde, além de arcar com indenizações por danos materiais e morais causados aos pacientes.
3. Responsabilização criminal
Fraudar exames pode configurar crimes como estelionato, falsidade ideológica e até associação criminosa, sujeitando o responsável a processos judiciais e penas que incluem multa e prisão.
Quais são as melhores práticas para prevenir fraudes em radiografias odontológicas?
A prevenção é o caminho mais eficaz para evitar irregularidades. Hoje já existem recursos que tornam esse processo mais seguro e acessível.
As opções digitais, por exemplo, não apenas reduzem o uso de filmes físicos, mas também permitem armazenar dados em sistemas que registram cada acesso e alteração feita no arquivo. Esse histórico funciona como uma espécie de “rastro eletrônico”, dificultando as adulterações.
O acesso do paciente pode ser feito por meio de algum código ou número de verificação, como CPF ou identidade. Assim, fica garantido que quem está acessando é a pessoa que realizou o exame.
Outra medida importante é a realização de auditorias clínicas. Elas podem comparar tratamentos indicados com imagens e relatórios originais, ajudando a identificar inconsistências de forma antecipada.
Por fim, campanhas de orientação voltadas ao público ajudam a esclarecer dúvidas e mostrar sinais de alerta. Um beneficiário informado se torna mais crítico diante de práticas suspeitas e valoriza condutas baseadas em ética e transparência.
Neste artigo, você viu como as fraudes em radiografias odontológicas representam um risco real à saúde e à sustentabilidade dos planos de saúde.
Compreender como elas ocorrem, conhecer os sinais de alerta e adotar medidas preventivas são passos fundamentais para preservar a ética.
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