A profilaxia antibiótica em odontologia pode ser indicada para pacientes com certas condições, como doenças cardíacas que elevam o risco de endocardite infecciosa.
Essa abordagem tem como objetivo evitar infecções graves, causadas pela entrada de bactérias na corrente sanguínea durante procedimentos invasivos feitos no consultório.
A decisão sobre sua aplicação considera diversos fatores clínicos, já que o uso inadequado de antibióticos pode favorecer a resistência bacteriana e comprometer a eficácia dos tratamentos. Saiba mais a seguir!
O que é profilaxia antibiótica na odontologia?
A profilaxia antibiótica em odontologia é uma estratégia de tratamento indicada pelo dentista, que exige que o paciente tome antibióticos preventivamente, antes de determinados procedimentos, para reduzir o risco de contrair infecções.
Essa estratégia não é indicada para todos, mas sim para pessoas que tenham maior suscetibilidade a complicações decorrentes da bacteremia transitória, que pode ocorrer durante extrações dentárias, cirurgias periodontais ou manipulações gengivais invasivas.
O uso preventivo de antibióticos protege pessoas com próteses cardíacas, história prévia de endocardite infecciosa – infecção que atinge o endocárdio, a camada interna do coração –, determinadas cardiopatias congênitas ou outras condições que, segundo diretrizes internacionais e nacionais, apresentem risco elevado.
Quais são as indicações para a profilaxia antibiótica?
De acordo com as diretrizes de profilaxia odontológica da American Heart Association e do Ministério da Saúde, as indicações mais relevantes são para:
- Portadores de próteses valvares cardíacas;
- Pacientes com histórico prévio de endocardite infecciosa;
- Pessoas com cardiopatias congênitas cianóticas não reparadas ou parcialmente reparadas;
- Pacientes com cardiopatias congênitas reparadas com material protético, durante os primeiros seis meses após o procedimento;
- Defeito residual ao redor de material protético, após reparação de cardiopatia congênita;
- Transplantados que desenvolveram doença valvar;
- Pacientes com próteses articulares recentes (< dois anos) ou imunossuprimidos, em casos específicos;
- Procedimentos odontológicos que envolvam manipulação de tecidos gengivais, região periapical de dentes ou perfuração da mucosa oral.
Como deve ser feita a profilaxia antibiótica?
O cirurgião-dentista começa com uma avaliação cuidadosa do histórico médico do paciente, identificando se ele se enquadra nas indicações estabelecidas para o tratamento.
Essa etapa assegura que o uso do antibiótico para evitar infecção seja feito somente quando realmente necessário, evitando o uso indiscriminado dessa categoria de medicamentos.
Em seguida, é feita a escolha do antibiótico, sendo o medicamento mais indicado a amoxicilina, por sua boa absorção e eficácia contra as principais bactérias presentes na cavidade oral.
O uso preventivo desses medicamentos deve ser feito, preferencialmente, cerca de 30 a 60 minutos antes do início do procedimento, para garantir que eles alcancem níveis sanguíneos adequados no momento da manipulação dos tecidos, reduzindo o risco de bacteremia significativa.
É importante lembrar que a prevenção medicamentosa de infecções deve ser feita somente em intervenções que envolvam manipulação de tecido gengival, região periapical de dentes ou perfuração da mucosa oral, situações com maior risco de entrada de bactérias na corrente sanguínea.
Saiba também: Qual a frequência ideal para fazer check-up odontológico?
Quais são os riscos e benefícios da profilaxia antibiótica?
O uso preventivo de antibióticos traz consigo benefícios como:
- Prevenção da endocardite infecciosa em pacientes de alto risco;
- Redução da ocorrência de complicações graves relacionadas à bacteremia;
- Maior segurança em procedimentos invasivos.
Por outro lado, essa estratégia também assume riscos, entre os principais:
- Desenvolvimento de resistência bacteriana;
- Reações adversas aos antibióticos (como alergias e efeitos gastrointestinais);
- Uso desnecessário em casos mal-indicados, aumentando riscos sem benefício real.
Quais são as recomendações para o uso de antibióticos em odontologia?
O Ministério da Saúde orienta que os medicamentos sejam prescritos criteriosamente, somente quando houver real necessidade, como em pessoas com risco elevado para endocardite infecciosa ou em casos específicos de infecção odontogênica grave.
É importante respeitar a dose correta, o tipo de antibiótico indicado para cada situação e a duração adequada do tratamento, evitando o uso prolongado ou desnecessário.
Além disso, é necessário considerar o histórico médico, alergias e condições sistêmicas, lembrando que procedimentos de rotina sem manipulação significativa de tecidos não requerem antibióticos.
O uso racional protege quem tenha de se submeter a esta modalidade de tratamento, reduzindo os efeitos adversos e evitando o desenvolvimento de resistência bacteriana.
Há opções ou complementos à profilaxia antibiótica?
Há algumas opções e medidas complementares, sendo uma das principais uma boa higiene bucal.
Isso porque o cuidado diário com a boca diminui a carga bacteriana e, consequentemente, o risco de bacteremia durante procedimentos odontológicos.
A adoção de procedimentos menos invasivos, sempre que viável, o uso de antissépticos bucais como a clorexidina antes de intervenções e o controle rigoroso de doenças periodontais e infecciosas são medidas eficazes para reduzir riscos e promover melhores resultados clínicos.
Em muitos casos, uma comunicação clara entre o dentista e o médico responsável permite definir a melhor conduta, evitando o uso desnecessário de antibióticos e priorizando medidas preventivas que fortaleçam a saúde bucal do paciente.
Para descobrir se você precisa de profilaxia antibiótica em odontologia, informe ao dentista o histórico médico completo, incluindo doenças cardíacas, cirurgias anteriores, presença de próteses valvares, transplantes, ou outras condições de saúde que aumentem o risco de infecções graves.
Para tornar tudo ainda mais fácil, você pode usar seu plano odontológico. Essa opção disponibiliza acesso facilitado a dentistas qualificados que façam uma avaliação detalhada, garantindo que o processo seja seguro e adequado.
Ainda não tem plano? Não se preocupe. Com um plano odontológico da Unimed Odonto você encontra esses e outros benefícios. Conheça as modalidades Essenciais, Plus e Plena, que reúnem consultas, exames e procedimentos, promovendo um cuidado preventivo constante.