O uso indiscriminado de medicamentos para TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) pode trazer sérios riscos à saúde. Esses remédios, que incluem estimulantes como a Ritalina, são eficazes quando prescritos por um médico para pacientes diagnosticados corretamente. No entanto, seu uso sem acompanhamento médico pode resultar em efeitos colaterais como dependência, insônia, aumento da pressão arterial e problemas cardíacos.
No Brasil, estima-se que aproximadamente 5% da população sofra de Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). Isso corresponde a cerca de 10 milhões de pessoas, adultos e crianças, considerando a população total do país.
O TDAH é uma condição neurológica que se caracteriza por padrões persistentes de desatenção, hiperatividade e impulsividade que são inadequados para o nível de desenvolvimento do indivíduo. Esses sintomas podem afetar significativamente a capacidade de uma pessoa de funcionar de forma eficiente em contextos acadêmicos, profissionais e sociais.
No entanto, o uso indiscriminado desses medicamentos, muitas vezes impulsionado por prescrições equivocadas ou automedicação, pode trazer riscos graves à saúde, proporcionar efeitos adversos e dependência. Entenda mais sobre esse transtorno e seus tratamentos. Continue a leitura!
O que é o TDAH e quais os seus sintomas?
Como mencionado, o TDAH é uma condição neurológica crônica que se manifesta por dificuldades persistentes em manter a atenção, controlar impulsos e regular a atividade motora.
Caracteriza-se por três grupos principais de sintomas: desatenção, hiperatividade e impulsividade. Indivíduos com TDAH podem apresentar dificuldade em concentrar-se em tarefas, esquecer compromissos, e ter problemas para seguir instruções ou completar atividades. Além disso, podem mostrar comportamento agitado, falar excessivamente, interromper os outros e ter dificuldades em esperar sua vez em situações sociais ou acadêmicas.
Os sintomas do TDAH variam de intensidade e podem impactar diferentes áreas da vida do indivíduo. A desatenção pode levar a erros por descuido e dificuldades em manter o foco em tarefas prolongadas. A hiperatividade é frequentemente observada como uma necessidade constante de se movimentar e uma incapacidade de permanecer parado por períodos prolongados.
A impulsividade, por sua vez, pode resultar em decisões precipitadas e comportamentos inadequados, que frequentemente afetam relacionamentos e o desempenho em atividades rotineiras e impactam a sociabilidade e as relações pessoais.
Compreendendo os remédios para TDAH
Os medicamentos utilizados no tratamento do TDAH atuam diretamente nas funções cerebrais relacionadas à regulação da atenção e do comportamento.
Esses medicamentos se dividem em duas categorias principais: estimulantes e não estimulantes, cada uma com mecanismos de ação específicos que visam aprimorar o funcionamento cognitivo e comportamental dos indivíduos afetados.
Os medicamentos estimulantes atuam principalmente ao aumentar a disponibilidade de neurotransmissores importantes no cérebro, como a dopamina e a norepinefrina. Esses neurotransmissores desempenham papéis cruciais na regulação da atenção, no controle dos impulsos e na gestão das emoções.
Ao elevar os níveis desses neurotransmissores, os estimulantes ajudam a melhorar a capacidade do indivíduo de manter o foco em tarefas, reduzir a hiperatividade e controlar comportamentos impulsivos, facilitando uma maior organização e eficiência nas atividades diárias.
Por outro lado, os medicamentos não estimulantes oferecem uma abordagem alternativa. Embora não aumentem diretamente os níveis de dopamina e norepinefrina, eles atuam em diferentes mecanismos neuroquímicos e neurológicos para ajudar a melhorar a atenção e a autorregulação.
Assim, são uma opção viável para pessoas que não respondem bem aos estimulantes ou que experimentam efeitos colaterais indesejados. Em geral, o objetivo de ambos os medicamentos é promover um equilíbrio neuroquímico que permita uma gestão dos sintomas do TDAH e melhore a qualidade de vida.
Por que a automedicação não é indicada?
A automedicação tem se tornado uma prática cada vez mais comum, mas é importante lembrar que ela pode trazer riscos sérios para a saúde. Muitas pessoas, movidas por pressão social, pela busca por melhor desempenho acadêmico ou profissional, acabam recorrendo a medicamentos sem a orientação de um médico.
Em alguns casos, os medicamentos oferecem benefícios temporários, mas seus efeitos colaterais e riscos de interação com outras substâncias superam qualquer vantagem momentânea.
Além disso, a automedicação é motivada pela crença de que um medicamento que funciona para outra pessoa também funcionará para si. No entanto, cada organismo é único e o que é seguro para um pode não ser para outro.
Os riscos de uma utilização inadequada são altos, e é fundamental lembrar que a auto-prescrição pode encobrir problemas subjacentes e até mesmo agravar as condições existentes. Veja os riscos associados à automedicação:
Dependência e abuso
O uso contínuo e inadequado de medicamentos contribui para a dependência, e a pessoa se torna física ou psicologicamente dependente da substância para funcionar normalmente.
Conforme publicação do Journal of the American Academy of Child and Adolescent Psychiatry, entre 10% e 20% dos adultos que usam medicamentos estimulantes para TDAH relatam uso não médico ou abuso dessas substâncias, com o potencial de desenvolver dependência.
Impacto na saúde mental
A falta de controle sobre o uso de medicamentos intensifica problemas como depressão e ansiedade, afetando negativamente a qualidade de vida geral. Além disso, a automedicação pode interferir na capacidade de lidar com situações cotidianas, exacerbando o estresse e o mal-estar emocional.
Interações medicamentosas perigosas
O uso de medicamentos sem orientação médica leva a reações adversas, quando combinados com outros remédios ou substâncias recreativas, causando efeitos inesperados e potencialmente graves, comprometendo a eficácia dos tratamentos e aumentando o risco de reações adversas.
Qual é a importância da orientação médica adequada?
O diagnóstico do TDAH não é uma tarefa simples e envolve uma avaliação detalhada, conduzida por profissionais qualificados.
Para isso, médicos, psicólogos e psiquiatras usam uma combinação de entrevistas clínicas, observações comportamentais e, às vezes, testes psicológicos para determinar se os sintomas do paciente são consistentes com o TDAH e se estão afetando sua vida significativamente.
Essa avaliação cuidadosa é essencial para distinguir o TDAH de outros transtornos ou condições que possam apresentar sintomas semelhantes.
Cada pessoa com TDAH é única, e suas necessidades e respostas ao tratamento variam. Por isso, é fundamental desenvolver um plano de tratamento personalizado que considere o perfil individual do paciente.
Um plano de tratamento bem elaborado visa não apenas aliviar os sintomas do TDAH, mas também melhorar a qualidade de vida geral do paciente. A colaboração entre o paciente, seus familiares e os profissionais de saúde é essencial para ajustar o tratamento, conforme necessário, e garantir que ele esteja atendendo às necessidades e objetivos individuais.
Como lidar com uma pessoa que tem TDAH?
Para lidar com TDAH na infância e vida adulta é importante ser paciente e compreender que dificuldades com concentração e impulsividade são parte do transtorno.
Ajude a estabelecer e manter uma rotina estruturada, ofereça suporte prático como lembretes e auxilie nas tarefas desafiadoras.
Comunique-se de maneira clara e direta, dividindo tarefas complexas em etapas menores. Incentive o autocuidado e a adoção de estratégias para gerenciar o estresse, respeite a necessidade de pausas e ajuste o ambiente para reduzir distrações.
Quais os 3 principais comportamentos do TDAH?
Os três principais comportamentos associados ao TDAH são:
- Desatenção: dificuldade em manter o foco em tarefas, cometer erros por descuido, e dificuldade em seguir instruções e completar atividades;
- Hiperatividade: agitação excessiva, dificuldade em permanecer sentado, e tendência a movimentar-se constantemente, falar muito e interromper os outros;
- Impulsividade: ação precipitada, sem considerar as consequências, dificuldade em esperar a sua vez, e interrupções frequentes em conversas ou atividades.
O que acalma um TDAH?
Estabelecer uma rotina diária proporciona organização e reduz a sensação de sobrecarga. Além disso, a prática regular de técnicas de relaxamento, como meditação e respiração profunda, combinada com exercícios físicos frequentes, alivia o estresse e melhora a concentração.
A importância de uma boa qualidade de sono não pode ser subestimada, já que manter um ambiente de sono tranquilo faz uma grande diferença.
Outra das nossas dicas de saúde mental para adultos com TDAH é dividir tarefas grandes em etapas menores, para evitar a sobrecarga, e usar técnicas de gerenciamento de tempo, como a Pomodoro, para manter a produtividade.
Outra boa estratégia é o Programa Saúde Emocional da Unimed, uma iniciativa projetada para auxiliar os participantes a superar dificuldades do dia a dia, com o apoio de uma equipe de psicólogos e médicos psiquiatras capacitados.
O atendimento é feito online, com conveniência e sigilo, e está disponível para pessoas acima de 10 anos. Os benefícios de cuidar da saúde emocional incluem o autoconhecimento, melhorias nas relações pessoais, auxílio na tomada de decisões e maior tolerância para lidar com frustrações.
Vimos até aqui, que o uso indiscriminado dos remédios de TDAH representa um risco para a saúde e bem-estar dos indivíduos. Embora esses medicamentos desempenhem um papel crucial no manejo dos sintomas do transtorno, sua utilização deve ser supervisionada por profissionais de saúde qualificados.
A automedicação e o uso inadequado levam a graves consequências, como dependência, problemas de saúde mental e interações medicamentosas perigosas. Para garantir um tratamento eficaz e seguro, é essencial seguir as orientações médicas e buscar um plano de tratamento personalizado.
Se você está em busca de apoio para gerenciar o TDAH, a Seguros Unimed está aqui para ajudar. Aproveite os benefícios dos nossos programas de assistência e acesse descontos em medicamentos e atendimento de qualidade para promover seu bem-estar.