A hiperdontia é uma condição odontológica rara caracterizada pela presença de dentes extras na boca e que pode causar o desenvolvimento de várias complicações funcionais e estéticas.
Ter dentes a mais na boca não é normal. Esse problema é chamado de hiperdontia, uma condição dentária rara caracterizada pela formação de dentes extras na cavidade bucal.
Apesar de ser incomum, essa condição pode provocar o desenvolvimento de vários problemas que afetam a saúde bucal, como doenças periodontais, má oclusão, entre outras complicações.
Dependendo da localização e do formato desses dentes, ele também afeta a estética do sorriso e até a autoestima da pessoa.
O primeiro passo para evitar esses problemas é entender o que é essa condição dentária, quais os seus sintomas, como é feito o diagnóstico e as opções de tratamento disponível.
Por isso, neste artigo, vamos tirar as principais dúvidas sobre hiperdontia e te ajudar a entender as características desse problema.
O que é hiperdontia?
A hiperdontia é uma anomalia odontológica caracterizada pela presença de um número excessivo de dentes. Esse é um problema raro, que representa entre 1% e 3% das anomalias dentárias. No entanto, seus sintomas e consequências podem ser preocupantes.
Isso porque indivíduos adultos normalmente contam com 32 dentes permanentes na sua arcada dentária, enquanto as crianças contam com 20 dentes de leite.
Porém, quem tem hiperdontia apresenta mais dentes do que o esperado para a sua faixa etária. Por isso, esse problema é conhecido como dentes supranumerários, fazendo referência aos dentes que excedem a quantidade normal de que uma pessoa deve ter.
Na maioria das vezes, as pessoas apresentam apenas um ou dois dentes extras, que podem variar em relação à forma e tamanho.
O nascimento desses dentes pode causar dor, distúrbios da fala, entre outros problemas que podem prejudicar a qualidade de vida e a autoestima das pessoas.
Vale lembrar que o nascimento desses dentes extras geralmente ocorre até a pessoa completar 20 anos de idade, período em que a arcada dentária definitiva ainda está se desenvolvendo.
Isso reforça a importância de fazer acompanhamento odontológico desde a infância para monitorar o processo de formação dos seus dentes de leite e permanentes.
Assim, caso o dentista identifique alguma anomalia nesse processo, o problema poderá ser tratado antes que prejudique a qualidade de vida da pessoa.
Tipos de dentes supranumerários
Os dentes supranumerários se desenvolvem geralmente na arcada superior, principalmente na região pré-maxilar, onde os incisivos estão localizados. Dependendo da sua localização, esses dentes podem ser classificados em diferentes tipos ou categorias.
Eles recebem o nome de mesiodens quando se desenvolvem entre os dois dentes incisivos superiores. Ou seja, eles se desenvolvem na parte da frente da boca.
Normalmente, os mesiodens são pequenos e aparecem na posição vertical ou invertida. Muitas vezes, eles estão impactados, ou seja, não emergiram completamente da gengiva.
Quando esses dentes extras estão localizados distalmente aos terceiros molares, eles são chamados distomolares.
Esses dentes podem variar em forma, mas normalmente são menores do que os molares normais. O nascimento dos distomolares pode levar a complicações como dor, apinhamento e dificuldades na higiene bucal devido à sua localização.
O que causa a hiperdontia?
A hiperdontia é um fenômeno relativamente raro e suas causas exatas ainda são desconhecidas. Apesar disso, os especialistas acreditam que fatores genéticos podem estar associados a esse problema.
Isso porque os dentes supranumerários são mais comuns em pessoas que apresentam casos dessa anomalia na família.
Ou seja, se os pais apresentam esses dentes extras, os filhos têm mais chances de desenvolver esse problema. Isso sugere que um componente genético hereditário influencia no nascimento desses dentes.
Além disso, um estudo realizado por pesquisadores espanhóis sugere que o nascimento de dentes supranumerários também está associado a algumas síndromes genéticas.
Por exemplo, Síndrome de Gardner, displasia cleidocraniana,fenda labial, fenda palatina, entre outras. Sendo assim, pessoas diagnosticadas com alguma dessas síndromes têm mais chance de desenvolver esses dentes extras.
Outras teorias associam a hiperdontia a problemas que ocorrem durante o desenvolvimento embrionário do indivíduo.
Segundo uma revisão realizada por pesquisadores indianos, esse problema pode ser resultado de uma hiperatividade da lâmina dentária, estrutura responsável pela formação dos dentes durante o desenvolvimento embrionário.
Uma divisão ou proliferação anormal dessa lâmina dentária durante o desenvolvimento embrionário também pode levar à formação de dentes adicionais.
É importante lembrar que essas são apenas possíveis causas do nascimento de dentes extras. No entanto, os pesquisadores ainda não identificaram a origem desse problema.
Quais os sintomas e complicações da hiperdontia?
O nascimento de dentes extras na arcada dentária muitas vezes é assintomático, ou seja, não provoca o desenvolvimento de sintomas.
Isso acontece principalmente quando os dentes supranumerários não estão interferindo no alinhamento dentário ou na saúde bucal do indivíduo.
- Porém, dependendo da posição, localização e tamanho desses dentes extras, a pessoa pode desenvolver sintomas e até complicações, tais como:
- Dor ou desconforto;
- Apinhamento dental;
- Dificuldade ao mastigar ou falar;
- Dificuldade para fazer a higiene bucal;
- Problemas estéticos, como um sorriso desalinhado;
- Atraso na erupção de dentes permanentes;
- Formação de cistos e tumores ao redor dos dentes extras, que afetam a anatomia normal da cavidade oral;
- Problemas psicológicos ou de autoestima, especialmente em crianças e adolescentes que desenvolvem dentes supranumerários.
- Problemas de oclusão;
- Desenvolvimento de cáries dentárias, doenças na gengiva e infecções nos dentes apinhados.
Ao identificar qualquer um desses sintomas, é fundamental buscar um dentista para avaliar sua cavidade oral e iniciar um tratamento adequado. Isso é essencial para evitar as complicações relacionadas a essa anomalia dentária.
Como é feito o diagnóstico da hiperdontia?
O diagnóstico da hiperdontia deve ser feito pelo dentista por meio da combinação de alguns exames. Um deles é o exame clínico, realizado durante a consulta odontológica.
Esse exame consiste na avaliação dos sintomas e na análise visual da boca do paciente, que permite a identificação de dentes extras que já emergiram.
Além disso, o dentista também deve solicitar a realização de radiografias, ferramentas importantes para revelar dentes supranumerários que ainda não erupcionaram ou estão impactados.
Dependendo do quadro do paciente, o dentista pode solicitar que o paciente consulte um ortodontista para avaliação adicional, especialmente se houver necessidade de tratamento ortodôntico.
Para casos mais complexos ou associados a síndromes genéticas, também pode ser indicada a consulta com outros especialistas médicos.
Vale lembrar que o diagnóstico precoce da hiperdontia é fundamental para iniciar o tratamento adequado para corrigir o problema o mais cedo possível. Assim, é possível prevenir ou minimizar complicações associadas ao nascimento de dentes extras.
Qual o melhor tratamento para hiperdontia?
A hiperdontia tem solução, mas o tratamento indicado para esse problema varia de pessoa para pessoa. Isso porque o dentista leva em consideração vários fatores antes de indicar um plano de tratamento para pessoa.
O número e a posição dos dentes supranumerários, impacto dos dentes extras na função oral e na estética e a idade do paciente são alguns dos fatores avaliados durante a consulta odontológica.
Baseado nessa análise, o dentista pode indicar a realização de uma cirurgia de extração de dentes supranumerários e o uso de aparelho ortodôntico para alinhar os dentes.
Se os dentes extras provocarem o desenvolvimento de complicações como cáries e doenças periodontais, essas condições também precisarão ser tratadas.
Nesses casos, também pode ser necessário realizar procedimentos de restauração dentária e tratamento periodontal, por exemplo.
Já nos casos associados a síndromes genéticas ou condições médicas complexas, pode ser necessário um tratamento multidisciplinar, envolvendo dentistas, ortodontistas, cirurgiões orais, pediatras, entre outros especialistas.
Em todos os casos, é fundamental fazer acompanhamento odontológico regular após o tratamento. Isso é importante para monitorar a saúde bucal e o alinhamento dos dentes, bem como para garantir que não ocorram novas complicações.
Vale lembrar que fazer esse acompanhamento é mais fácil com o apoio de um bom plano odontológico, como os da Unimed Odonto. Conheça nossos planos, faça a sua cotação e comece agora mesmo a cuidar da sua saúde bucal!