A nicotina é a grande responsável por viciar quem a consome. Ela atua diretamente no cérebro, na rede de neurônios que coordena todo o sistema de recompensa que inclui as sensações de alívio de tensão e prazer.
A partir do momento em que as pessoas despertam a consciência a respeito deste fato, é natural que elas busquem por outras maneiras de consumir cigarro. É neste contexto que surge o questionamento: cigarro eletrônico faz mal?
Se você também tem dúvidas a esse respeito, confira as informações a seguir.
O que é cigarro eletrônico?
Os cigarros eletrônicos (e-cigarettes) são produtos que, ao contrário dos cigarros tradicionais, não necessitam arder para liberar nicotina. Em sua composição, existe um compartimento que abriga uma quantidade concentrada de nicotina líquida.
Nos últimos anos, eles popularizaram nos Estados Unidos e, rapidamente, se propagaram para outros países. O que, talvez, você não saiba é que esses cigarros contêm nicotina, e em níveis cada vez maiores nos dispositivos de última geração.
Isso é comprovado se fizermos uma comparação entre os primeiros produtos fabricados e os atuais. As primeiras versões do cigarro eletrônico tinham, em média, 0,2 mg/ml de nicotina. Os mais recentes possuem, em média, de 44 mg/ml.
Afinal, o cigarro eletrônico faz mal?
Os riscos do cigarro eletrônico são reconhecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS), associações médicas e ONGs, e pelas próprias transnacionais do tabaco.
Um dos mais comuns é a lesão pulmonar grave. Nos EUA, houve 2.807 casos hospitalizados, resultando em 68 mortes em fevereiro de 2020, segundo dados registrados pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).
Não é à toa que já se fala em uma epidemia de e-cigarette entre os adolescentes. Michigan, por exemplo, foi um dos primeiros estados que proibiram cigarros eletrônicos com sabor, principalmente pelo aumento de mortes causadas por lesões no pulmão.
Outro risco que o cigarro eletrônico pode causar é o aumento da pressão arterial. Isso sem contar nas doenças cardíacas, câncer, inflamação das gengivas e efeitos no desenvolvimento do cérebro.
Hobbie que pode se transformar em vício
Fumar é mais do que a adoção de um estilo ou tendência. Esse ato está relacionado a uma série de elementos sociais, culturais, econômicos, afetivos e emocionais. É por isso que os adolescentes estão mais vulneráveis.
Afinal, a pressão dos pares e o arquétipo de herói, característico dessa fase da vida, faz com que os jovens sejam atraídos pelo êxtase das drogas. O odor mais favorável, melhor sabor, e a falsa ideia de que segurança e saúde são verdadeiros chamarizes ao fumo.
Uma pesquisa realizada pelo Monitoring the Future, revelou que 60,9% dos adolescentes usam cigarros eletrônicos para experimentar. Por outro lado, 41,7% dizem que gostam do sabor e 37,9% afirmam que fumam para socializar.
Além disso, 37,4% dos jovens disseram que usam o produto para relaxar e 29% afirmaram que o objetivo de fumar é ficar chapado, enquanto que 28,7% disseram que fumam porque estão entediados.
Por fim, 15,2% fumam por achar legal, 15,2% fazem uso do cigarro por serem viciados e 6,1% para reduzir o uso de cigarros convencionais.
Por que o cigarro eletrônico faz mal e prejudica nossa saúde bucal
Uma das portas de entrada para os problemas que esse tipo de fumo pode causar é o fato de ele liberar nicotina sem que seja necessária a produção de fumaça. Isso gera uma falsa sensação de segurança em quem faz uso.
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No entanto, é importante enfatizar que, ao contrário do que se possa imaginar, os males que ele causa são os mesmos provocados por um cigarro comum. Confira abaixo de que forma o cigarro eletrônico faz mal:
Causa mau hálito
É erro achar que o problema do mau hálito é gerado apenas pela fumaça de quem faz uso de cigarros convencionais. O grande vilão é a nicotina, que também está presente no cigarro eletrônico.
Isso acontece porque a substância encontra na umidade da boca o ambiente ideal para se alojar. Em contato com bactérias, ela acaba gerando um odor desagradável, o que piora o hálito, principalmente em quem não faz a higiene correta da boca.
Provoca retração na gengiva
Uma das causas mais comuns de retração gengival é o excesso de nicotina na região. Isso acontece porque a substância causa a redução ou até mesmo o fluxo sanguíneo.
Dessa forma, as gengivas ficam vulneráveis ao ataque de bactérias e, com isso, perdem os nutrientes de que precisam para se manter saudáveis. O tecido lesionado provoca a exposição de uma parte do dente que deveria estar protegida.
Se isso não for combatido a tempo, a raiz tende a ficar exposta, o que gera sensibilidade, cáries e até mesmo a perda do dente.
Deixa os dentes e gengivas escuros
A nicotina presente nos cigarros eletrônicos impregna-se no esmalte do dente, provocando assim um processo de pigmentação que pode ser amarelado, cinza e até mesmo preto.
O mesmo acontece com as gengivas, já que a substância estimula a produção de melanina. O escurecimento dessas regiões pode ser ainda mais acelerado, principalmente em pessoas que fumam várias vezes ao dia.
Causa uma condição chamada xerostomia
A xerostomia é uma doença bucal que se caracteriza, sobretudo, pela boca seca. Nesse caso, a nicotina prejudica a produção de saliva. O problema é que a umidade é necessária para o equilíbrio das bactérias e limpeza natural da boca.
Quando a saliva não é produzida adequadamente, a boca tende a ficar seca. Isso pode gerar feridas, aftas, fissuras na língua, dor, ardência e dificuldade para falar ou mastigar.
Aumenta os riscos de doenças periodontais
A maioria das doenças periodontais é causada pelo acúmulo de placa bacteriana nas superfícies dos dentes. Os fumantes correm ainda mais riscos de desenvolvê-las justamente pelos motivos que apresentamos até agora.
Inflamação na gengiva, abscessos, perda dos dentes e perda óssea estão entre as doenças periodontais que mais se relacionam com o uso de cigarros eletrônicos. Se não forem tratadas, elas podem gerar danos ainda maiores.
Causa câncer de boca
O contato da nicotina com a cavidade bucal pode provocar feridas, nódulos e úlceras. A maioria das lesões se desenvolve nos lábios, língua, bochecha, faringe e garganta.
Como o câncer é uma doença silenciosa, ele tende a ser diagnosticado em estágio avançado. Daí a importância de entender que cigarro eletrônico faz mal, mesmo quando, aparentemente, você acredita que não há nada de errado com sua saúde.
Com essas informações, já podemos afirmar que os malefícios do cigarro eletrônico são muitos. Para manter o foco na sua saúde bucal, evite o uso desta e de outros tipos de práticas tabagistas.
Se for necessário, procure ajuda de médicos e psicólogos para se livrar de uma vez por todas do cigarro. E não deixe de consultar-se com um dentista regularmente para evitar doenças bucais.
O acompanhamento odontológico é importante para todas as pessoas e é ainda mais necessário para fumantes e ex-fumantes. Conte com o plano odontológico individual Unimed Odonto e todas as soluções que eles oferecem para manter a saúde da sua boca como prioridade.
Gostei da matéria, gostaria de fazer ponderações mais incisivas, mas no momento não posso e se deixar pra depois posso acabar não fazendo, assim sendo, a faço: tenho 40 anos usava tabaco convencional, a um ano uso Vape, o ideal é não usar nenhum mas se me perguntar qual acho melhor de 95 a 99% opto pelo Vape, esse percentual é o mesmo que estudos Britânicos apontam como sendo o vape menos prejudicial ante o tabaco convencional.
Olá Fábio, tudo bem? Sim, o ideal é não usar nenhum, mas recomendamos sempre que procure um profissional da saúde regularmente para avaliar os impactos em sua saúde e quais substitutos podem ser menos prejudiciais para você.