A imunização tem avançado no Brasil, mas os protocolos que visam evitar o contágio pela covid-19 devem continuar a ser respeitados por todos: uso de máscara, distanciamento social e higienização frequente das mãos.
Mesmo após a segunda dose da vacina, infectologistas recomendam que ninguém relaxe nos cuidados.
A imunização é fundamental para a retomada da vida normal. No entanto, é necessário que boa parte da população esteja vacinada para flexibilizar o uso da máscara. “Sem cobertura vacinal, a gente não pode abrir mão da máscara e das medidas restritivas”, declarou Flávio Guimarães da Fonseca, presidente da Sociedade Brasileira de Virologia, em entrevista ao portal UOL.
Até o dia 05 de agosto de 2021, apenas 20,91% da população brasileira havia recebido as duas doses ou a dose única da vacina, segundo dados do site Our World in Data, projeto da Universidade de Oxford que divulga estatísticas da imunização contra a covid-19 no mundo.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) reforçou a importância do acessório em declaração de maio de 2021. De acordo com o diretor-executivo da entidade, Michael Ryan, a liberação ou não do uso de máscara não deve depender da imunização, mas do grau de circulação do vírus. “Ainda que vacinas reduzam doenças graves, hospitalizações e mortes, elas não têm 100% de eficácia”, afirmou Ryan.
Vacinas reduzem riscos
De fato, as vacinas diminuem as chances da covid-19 evoluir para casos mais graves e reduzem a transmissão da doença entre as pessoas.
Porém, como não são totalmente eficazes, quem está vacinado permanece vulnerável ao contágio. Além disso, pesquisas indicam que vacinados, ainda que não desenvolvam sintomas da covid-19, podem transmitir o coronavírus. Daí, a importância da máscara.
Médicos também ressaltam que os imunizantes levam pelo menos 15 dias para começarem a fazer efeito e proteger – ou seja, o organismo precisa desse período para produzir uma resposta imunológica contra o vírus (chamado de antígeno, equivalente a uma partícula do vírus que consta nas vacinas).
Experiência em outros países
Em alguns países que afirmam ter chegado ao controle de transmissão da covid-19 o uso de máscara já não é obrigatório. Ainda assim, a medida é alvo de debates entre comunidades científicas.
Israel, um dos primeiros do mundo a impor a máscara, no começo de 2020, liberou o uso da proteção em locais públicos abertos depois que 53% de sua população recebeu as duas doses dos imunizantes. Em junho de 2021, o país também retirou a obrigatoriedade do acessório em ambientes fechados.
Nos Estados Unidos, o CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças, agência de pesquisa em saúde pública ligada ao Departamento de Saúde) deixou de exigir máscara para pessoas completamente imunizadas em maio de 2021 (com poucas exceções, como transporte público e hospitais). No início de julho, os governos de Los Angeles e de Illinois solicitaram que as pessoas vacinadas voltassem a usar máscara em locais públicos fechados após o avanço da variante Delta.
Cidadãos da Austrália, Espanha, França e Itália, entre outros, também experimentam a vida sem máscara. Mas a pandemia está longe de acabar, segundo a OMS. Por isso, a mais recente recomendação do órgão (de junho de 2021), dirigida a todos os países, é que as populações continuem a usar máscara, mesmo já vacinadas.