Não existe um exame específico que define se uma pessoa está no espectro do autismo. Mas indivíduos com o transtorno dão alguns sintomas e o diagnóstico pode ser feito por profissionais da psiquiatria e neuropediatria.
Para ajudar nesse processo de descoberta e identificação do TEA, preparamos essa lista com algumas manifestações para observar.
Quando considerar que meu filho tem autismo?
Embora o Transtorno do Espectro Autista (TEA) se manifeste de maneiras diversas, um sinal notado precocemente é a incapacidade de manter contato visual. Bebês com TEA já podem ter dificuldade em fixar o olhar na mãe ao mamar e em objetos que lhes são apresentados.
“Segundo a psiquiatra da Infância e Adolescência e vice-coordenadora do TEAMM (Ambulatório de Cognição Social da Universidade Federal de São Paulo) Graccielle Rodrigues, existe muita variação na apresentação clínica do TEA, mas sempre estão presentes prejuízos na comunicação social e uma gama marcadamente restrita e estereotipada de atividades, interesses e comportamentos. Além do contato visual, que é parte da comunicação não verbal, de 20% a 25% dos pacientes não desenvolvem a fala.
“Dificuldades na comunicação social podem ser percebidas nos primeiros anos de vida; no entanto, eventualmente, prejuízos leves só ficam mais claros em fases com maior demanda de interação, como a adolescência”, completa a especialista.
Ela esclarece que a comunicação social envolve diferentes processos, como interação entre as pessoas, compreensão e uso da linguagem.
Sintomas de autismo infantil
“Apesar de prejuízos leves só ficarem mais claros em fases com maior demanda de interação, como a adolescência, dificuldades na comunicação social podem ser percebidas nos primeiros anos de vida”, afirma Graccielle.
Entre outros comportamentos que geralmente acometem crianças com TEA, estão:
- atraso no desenvolvimento motor (andar, pegar objetos);
- demonstrar ansiedade aguda com mudanças de rotina;
- ter preferência por brincar sozinha;
- ter dificuldade de manter contato visual;
- fazer movimentos repetitivos, como agitar mãos e braços (flapping), balançar o corpo (rocking), andar na ponta dos pés ou girar em torno de si mesma;
- repetir sons, palavras ou frases, às vezes aos gritos;
- mostrar interesse por assuntos ou hobbies específicos;
- levar expressões ao pé da letra;
- manipular brinquedos de maneira não usual, como enfileirar, cheirar e lamber;
- tampar os ouvidos diante de barulhos.
Como identificar autismo?
A lista acima responde bem à pergunta “como saber se meu filho tem autismo”, mas obter o diagnóstico clínico é o próximo passo.
A psiquiatra do Ambulatório de Cognição Social da UNIFESP esclarece que não existem marcadores biológicos ou exames que façam o diagnóstico do distúrbio. Para tal, é essencial uma avaliação criteriosa, de preferência de uma equipe multidisciplinar, que envolve pediatra, psiquiatra e neurologista. Os médicos também oferecem orientação aos familiares.
“O diagnóstico diferencial é o processo pelo qual o profissional de saúde busca distinguir um transtorno de outro que pode ter características semelhantes”,explica Graccielle.
O que pode ser confundido com o autismo?
Alguns problemas de atenção do TEA, por exemplo, são comuns a quem tem Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Dependendo das condições do paciente, o tratamento, idealmente, deve abranger fonoaudiólogo, psicopedagogo, fisioterapeuta e terapeuta ocupacional.
O TEA é um distúrbio do neurodesenvolvimento que, apesar de incurável, pode ter seus sintomas suavizados com diagnóstico e intervenção precoces, ações que promovem mais qualidade de vida e visam contribuir com a autonomia do paciente, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria.
“Tratamento medicamentoso é reservado para alguns casos específicos, que incluem depressão e agressividade, entre outros”, finaliza a médica.
Especialmente nesses casos, se o diagnóstico for confirmado, é importante ter toda uma rede de suporte para a criança, contando com a assistência de médicos e outros profissionais, bem como garantia de proteção diante de eventualidades, como acidentes, desemprego dos progenitores e até falecimento.
Por isso, vale a pena considerar a assinatura de um seguro de vida familiar. Entenda melhor como funciona esse plano!