Agora, várias cidades estão aliviando a quarentena. A abertura tem sido gradual. O objetivo é que, paulatinamente, ocorra um reaquecimento da economia e mais pessoas voltem a seus postos de trabalho fora de casa.
Com a tendência do afrouxamento do home office, psicólogos e psiquiatras apontam para a necessidade dos trabalhadores se prepararem para controlarem o estresse. Quem reside com idosos ou outras pessoas de grupos de risco pode ter uma preocupação extra pelo fato de sair de casa com frequência por obrigação profissional.
Como lidar com a tensão e seguir em frente?
“Retomar a vida representa também uma superação dos medos, das inseguranças, das angústias”, diz a psiquiatra e médica do trabalho Naray Paulino, professora da Faculdade Unimed.
“É uma fase de readaptação e de enfrentamento em que a pessoa pode encontrar forças e desejos que nem sabia que possuía.”
Elencamos algumas dicas da médica para ajudar no desafio de voltar à rotina, ainda que em um período sensível, sem a vacina contra a COVID-19. No entanto, diante de uma vulnerabilidade emocional extrema, busque auxílio especializado para você ou para amparar alguém próximo.
– Cuidados objetivos. É preciso manter a “etiqueta” da higienização reforçada da COVID-19: usar máscaras e lavar as mãos (ou utilizar álcool em gel 70%) regularmente. “Além disso, no trabalho, há posições determinadas para evitar aglomeração”, explica a médica. Ela também relembra a importância de flexibilizar os horários de entrada e saída, quando possível, para evitar exposições ao vírus fora do ambiente profissional, como no transporte público.
– Atividades relaxantes. Depois da jornada de trabalho, procure em atividades prazerosas uma maneira de descanso mental. Brincar com os filhos pequenos, escutar música, cozinhar ou fazer exercícios físicos, mesmo que dentro de casa, contribuem para a sensação de bem-estar.
– Contatos virtuais. A tecnologia está aqui para isso. Uma conversa por vídeo ameniza a saudade, reforça laços afetivos e melhora o ânimo.
– Informação. O tempo é um aliado da ciência. Embora ainda não exista a imunização contra o novo coronavírus, a cada dia os pesquisadores sabem mais sobre a doença.
“Novas informações vão sendo agregadas e fica mais fácil tentar controlar a exposição ao vírus e o seu manejo”, afirma Naray. Portanto, informe-se por meio de fontes confiáveis. “A pandemia não vai acabar rapidamente; a doença ainda estará no nosso meio por muito tempo. Voltar ao trabalho representa uma tentativa de retomada da normalidade, uma continuidade dos caminhos comuns da vida.”