Investidor sênior precisa avaliar seus objetivos, aporte disponível e prazo antes de aderir à Previdência Privada
As novas regras para receber o benefício do INSS despertaram o interesse e muitas dúvidas sobre a Previdência Privada, que é uma ótima opção para as pessoas que tem mais idade pois elas podem usar como uma ferramenta de diversificação de investimento e usar no planejamento sucessório pois a reserva não entra em inventário.
“O tempo de acúmulo dos recursos para aposentadoria está intimamente ligado à idade do cliente – este é um ponto importante na orientação da escolha de um plano de Previdência. Quanto maior o tempo de acúmulo, maior será o benefício, ou menor será a contribuição necessária”, diz George Sales, professor da Faculdade Fipecafi.
Qual a idade ideal para aderir um plano de Previdência Privada?
Em geral, não existe regra de idade para aderir a um plano de Previdência Privada. Dessa forma, uma pessoa com 50 anos pode optar por essa aplicação desde que seu esforço para poupar seja condizente com o objetivo do acúmulo, segundo Vivien Aucar, especialista em investimentos da Unicred SC/PR. No entanto, o investidor precisa ficar de olho na incidência do IR, que inviabiliza o retorno de aplicações para um horizonte curto de tempo.
“É também preciso compreender que os juros potencializam o acúmulo, mas não fazem milagre. Por isso, é muito importante que haja compromisso do investidor em realizar aportes de valores suficientes para o alcance do objetivo final. As simulações realizadas por bancos, seguradoras ou cooperativas de crédito podem auxiliar a identificar o valor necessário”, afirma.
Já o professor George Sales alerta que, quando a idade do investidor está muito avançada, não há opções de investimentos para formação de patrimônio rápido. “A formação rápida de capital está associada em correr riscos, como em renda variável e neste caso há possibilidade de perda de parte do capital investido. Portanto não é uma estratégia a ser considerada quando a idade estiver avançada. Assim, o segredo é começar o quanto antes a formar um patrimônio para a sua aposentadoria”.
VGBL ou PGBL? Qual o plano mais indicado?
Na hora de escolher a modalidade, o investidor tem duas opções: o PGBL (Plano Gerador de Benefícios Livres) que é indicado para quem faz a declaração completa do Imposto de Renda e o VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre) para declaração simplificada.
No PGBL, o imposto de renda incide sobre o montante investido e o contribuinte pode abater até 12% da renda bruta anual na declaração anual do IR. “Essa opção permite uma boa economia do IR ao longo da vida, pois é possível pagar menos imposto ou até restituir anualmente. No momento do resgate o imposto cobrado será calculado sobre o valor total, e não apenas sobre o rendimento”, explica Aucar. Já no VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre), o imposto será aplicado sobre os rendimentos e não sobre o valor total do resgate.
Modelos de Tributação: regressivo ou progressivo?
Outro aspecto importante são os modelos de tributação. “Dependendo da tabela de IR que o contribuinte escolher, poderá sofrer uma alta tributação caso faça o resgate nos primeiros anos”, diz Aucar.
No primeiro modelo, o regressivo, a alíquota do imposto de renda começa com 35% nos primeiros anos e vai diminuindo até chegar em 10%. Dessa forma, quanto mais tempo você deixar o dinheiro, menor será o valor da tributação.
Até 2 anos (alíquota de 35% ao ano)
2 a 4 anos (30%)
4 a 6 anos (25%)
6 a 8 anos (20%)
8 a 10 (15%)
Mais de 10 anos (10%)
Na tabela progressiva, o imposto de renda será calculado com base na sua renda e a alíquota pode variar entre zero a 27,5%. “A escolha do regime tributário está diretamente vinculada à idade do investidor e ao tempo de contribuição. A regra, a princípio, seria de que os jovens escolham o regime regressivo e os mais velhos o progressivo. Todavia, essa regra não se aplica em todos os casos, pois é preciso avaliar o perfil do cliente e, sobretudo, o tempo que ele pretende contribuir com o plano sem efetuar resgates”, explica Sales.
Da mesma forma que com outros investimentos, antes de escolher um plano de Previdência Privada, você também precisa conhecer seu perfil de investidor, avaliar seus objetivos, tempo de investimento, valor da contribuição e quanto deseja receber. Vale destacar que é preciso ficar atento às taxas de administração e carregamento. Encargos altos podem prejudicar a rentabilidade.
Para planejar a aposentadoria, o investidor sênior também pode escolher títulos públicos de longo prazo atrelados à inflação ou a Selic, títulos privados emitidos por instituições financeiras, ações e fundos de investimentos, recomenda Aucar.
Vale a pena investir em previdência privada?
Investir na previdência privada oferece uma série de benefícios significativos. Em primeiro lugar, proporciona uma fonte adicional de renda na aposentadoria, permitindo que você mantenha o padrão de vida desejado. Além disso, a flexibilidade nos aportes e escolha do plano adequado às suas necessidades permite um planejamento personalizado.
A tributação diferenciada, com a opção de escolha entre os regimes regressivo ou progressivo, proporciona vantagens fiscais, otimizando o retorno financeiro ao longo do tempo.
Outro aspecto relevante é a proteção aos beneficiários em caso de falecimento do titular, garantindo segurança financeira à família. Adicionalmente, alguns planos oferecem coberturas adicionais, como seguro de invalidez e doenças graves, ampliando a proteção financeira.
Dessa forma, investir na previdência privada é uma estratégia inteligente para construir um futuro financeiro sólido, equilibrando segurança, flexibilidade e benefícios fiscais.