Olá, pessoal. Tudo bem?
Com frequência nos deparamos com a afirmação de que todo investimento deve ser avaliado pela sua relação risco x retorno. Mas, afinal, o que é isso? De modo bem resumido: é avaliar um investimento não apenas pelo retorno oferecido, mas por como se chega ao resultado.
Para simplificar o entendimento, vejamos o gráfico com a evolução hipotética de dois ativos. Ambos partem juntos e chegam ao mesmo ponto (de 1 a 24). Se olharmos apenas o retorno, não há diferença.
Agora, se observarmos o gráfico intuitivamente, percebemos que o Ativo 1 entregou o mesmo resultado com menos “altos e baixos”. Na verdade, uma reta contínua e ascendente. Nenhum ativo tem um comportamento com esse padrão, mesmo os chamados de Renda Fixa. O exemplo do gráfico é para demonstrar como é importante olhar os “altos e baixos” na hora de avaliar um investimento ou fundo.
O que chamei de “altos e baixos” é conhecido como volatilidade ou risco. No exemplo acima, o Ativo 1 tem uma volatilidade muito próxima do zero. Já no Ativo 2, a volatilidade é bem maior do que zero. A volatilidade (ou risco) mede a intensidade com que um ativo ou fundo varia no tempo.
O que chamei de “olhar” é a percepção visual do “como” chegamos ao resultado em um determinado período. Normalmente, as pessoas tendem a desconsiderar o peso do risco na avaliação de um investimento. Analisar apenas a rentabilidade é uma forma muito simplista – e errada – de avaliar se um investimento é bom ou não.
Quando avaliamos um investimento, a única certeza que se tem é que rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura. Por isso é muito importante incluir outros indicadores. Quando incluímos a volatilidade na avaliação, não seremos capazes de predizer a rentabilidade futura, mas sim de compreender o “tamanho” do risco ou os “altos e baixos” que um investimento apresentou em um determinado período. É da análise disso que será possível avaliar se um investimento está adequado para um determinado perfil de investimento.
Existe um indicador chamado Índice de Sharpe, que combina o retorno com o “olhar” de como se chegou a partir dos “altos e baixos” (ou volatilidade). É um número que procura dar uma ideia de qual foi o retorno ajustado (ou balizado) pelo risco corrido num determinado período. O termo “balizado” significa que o indicador considera o que chamamos de “retorno livre de risco” relacionado a um ativo com risco próximo de zero (baixa volatilidade). Um bom exemplo de um ativo com retorno livre de risco são os títulos públicos indexados à Selic. Todo resultado do indicador maior do que zero mostra que o investimento “pagou” pelo risco que correu a partir do que chamamos de “ativo livre de risco”.
Como tudo isso funciona na prática?
Para mostrar um exemplo prático, vamos usar o ano de 2021 (até 04 de junho) com o Fundo Unimed Multiestratégia, o IMA Geral (índice que mede a variação de todos os títulos públicos), a Bolsa de Valores (Ibovespa), o Dólar e o CDI como ativo livre de risco. Selecionei esses indicadores porque todos têm relação com a proposta de gestão do Multiestratégia de ser um fundo com alocações em várias classes de ativos em diferentes mercados.
Reparem que o Índice de Sharpe para o CDI é igual a zero. Isso ocorre porque estamos usando o CDI como ativo livre de risco e, portanto, o Índice de Sharpe dele mesmo é zero.
Suponha que pudéssemos fazer um investimento que fosse exatamente igual ao Ibovespa. Num olhar apenas do retorno obtido, apressadamente diríamos que o Ibovespa foi o melhor investimento. Agora, se olharmos o Índice de Sharpe veremos que o Multiestratégia oferece uma relação risco x retorno melhor.
O Índice de Sharpe do Multiestratégia é de 0,42 contra 0,39 do Ibovespa. No entanto, a diferença entre eles é pequena. Novamente, num olhar apressado, poderíamos dizer que o Ibovespa ainda leva vantagem, já que a diferença é mínima. O Índice de Sharpe não consegue sozinho dizer qual investimento é o melhor. Aliás, não tem essa pretensão. O indicador é uma ferramenta importante para a análise, mas não devemos utilizá-lo isoladamente.
No quadro acima temos uma outra informação relevante: a volatilidade. Como já mencionado, é um indicador que mede a intensidade ou oscilação na variação de preços de um ativo ou cota de um fundo. Quanto maior for a volatilidade, maior será a intensidade ou oscilação dos preços. Se olharmos, a volatilidade do Ibovespa, de 21,44%, é sete vezes maior do que a volatilidade do Multiestratégia, de 3,21%.
O gráfico abaixo dá uma boa ideia da diferença entre a volatilidade do Ibovespa e do Multiestratégia.
Essas variações, em termos de rentabilidade, podem ser tanto boas quanto ruins, dependendo do momento. Imaginem um investidor que tivesse “comparado” o Ibovespa em 08 de janeiro e avaliasse o investimento em 26 de fevereiro. Será que ele teria “estômago” para suportar todo esse movimento de queda? Reparem que no final do período analisado, em 04 de junho, os ganhos são significativos. Agora, vejamos o comportamento do Multiestratégia. Apresentou um comportamento bem mais “suave” e, portanto, seria muito mais fácil ou aceitável correr o risco da volatilidade. Obviamente que essa suavidade tem um preço. O preço é o retorno menor, mas com um risco muito menor, também.
Em outras palavras, o risco do Ibovespa é sete vezes maior do que o Multiestratégia, mas o retorno foi apenas quatro vezes maior. Ou seja, correr mais risco não significa, necessariamente, que o retorno será na mesma proporção. Então significa que, hipoteticamente, ter investido no Ibovespa foi ruim? Não necessariamente se o perfil do investidor admite investimentos com a magnitude da volatilidade que o Ibovespa apresentou.
Ocorre que a maioria dos investidores não conhece o risco que está correndo ou não está preparado para assumir uma grande volatilidade nos seus investimentos. Quando descobrem que estão no fundo errado, por assim dizer, em termos de risco, ficam preocupados, tomam decisões precipitadas e realizam prejuízos muitas vezes irrecuperáveis.
A Seguros Unimed oferece Fundos de Previdência a sempre com a preocupação de oferecer uma relação risco x retorno aceitável. Não quer dizer que os fundos não assumirão riscos, pelo contrário: a maioria dos fundos trabalha com risco, mas incorrerão em riscos que possam proporcionar uma ótima relação risco x retorno no longo prazo para o investidor de previdência.
Veja em nosso site as soluções ideais de Previdência Privada da Seguros Unimed para você!
Luiz Sacchetto é administrador de empresas com mais de 30 anos de experiência em finanças. Já atuou em bancos e em empresas dos setores agrícola, farmacêutico, químico e de seguros. Atualmente é Gerente Nacional de Vendas do ramo Previdência na Seguros Unimed.