Olá, Pessoal. Tudo bem?
Junho foi o mês 3 em 1. Começou com otimismo, passou pelo pessimismo e voltou para o otimismo, embora cauteloso.
O período começou bem:
- A China anunciou a retomada na compra de soja dos EUA, reafirmando o seu compromisso com a fase 1 do acordo comercial assinado em janeiro.
- Continuidade da reabertura nas principais economias do mundo, especialmente nos EUA, na China e na Zona do Euro.
- Os principais bancos centrais do mundo adotaram novas medidas de estímulo à economia.
- Os números referentes à atividade econômica, mesmo negativos, vieram melhores do que o esperado.
- As taxas de desemprego, em especial nos EUA, também ficaram melhores do que o esperado.
- Há a expectativa de que o mundo está muito próximo de ter uma vacina para a Covid-19.
Tudo isso nos fazia crer que o pior da pandemia tinha ficado para trás e o mundo estava pronto para a retomada da economia. Porém, o mês foi avançando e o choque de realidade veio, sem qualquer cerimônia.
O processo de reabertura mostrou-se mais complexo e desafiador do que parecia. Muitos países que promoveram a reabertura (Zona do Euro, EUA e China) viram crescer os novos casos de Covid-19 e a tão temida segunda onda de contágio entrou no radar.
O Brasil, ainda em curva ascendente de casos da doença, iniciou a reabertura e o país atingiu a marca de 1 milhão de infectados e mais de 50 mil mortes. No mundo, o número de casos chegou a 10 milhões, com o total de mortes ultrapassando a marca das 500 mil.
Em seguida, começaram a sair indicadores econômicos que contradiziam os anteriores. Dessa vez, a produção industrial e os investimentos na China vieram ruins, indicando uma possível recuperação mais lenta da economia.
No Brasil, os números trouxeram previsões para uma queda no PIB de mais de 6,5% em 2020, o que levou a decisão do Copom de reduzir a Selic para 2,25%, com uma possível redução para 2,0%.
Mas o que pesou mesmo contra o otimismo foi a fala do Jerome Powell, presidente do FED – Banco Central Americano. Ele disse que os indicadores econômicos apontavam para uma recuperação modesta da economia americana.
Segundo ele, “permanece uma incerteza significativa sobre o momento e a força da recuperação”. Um balde de água gelada num mercado que estava entrando em euforia.
Além disso, problemas extra economia chacoalharam o mundo. Houve aumento dos protestos antirracismo com a morte de George Floyd nos EUA, o que tomou as ruas de várias cidades do mundo. Os conflitos geopolíticos voltaram à pauta com o embate entre as tropas indianas e chinesas, na região do Himalaia.
Vimos a retomada das tensões na China, com novas manifestações em Hong Kong, e a Coreia do Norte atacando o escritório que tinha a missão de coordenar as relações com a Coreia do Sul.
O Brasil também não ficou de fora das tensões políticas. Tivemos a prisão de Fabrício Queiroz, ex-assessor parlamentar de Flávio Bolsonaro, com potencial para aumentar os ruídos políticos, em particular na já conturbada relação entre os poderes Executivo e Judiciário.
Na segunda quinzena de junho, nem tudo foi ruim. Os principais bancos centrais do mundo mantiveram as taxas de juros em níveis incrivelmente baixos, até mesmo negativos em alguns países.
Novos e bilionários pacotes monetários foram anunciados (Reino Unido, Zona do Euro, EUA e China), injetando ainda mais liquidez de moeda no mundo.
A Zona do Euro reportou dados animadores de produção de serviços e da indústria, sinalizando uma recuperação mais rápida que o esperado após a retomada das atividades na economia.
Este foi o sinal verde para que Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu, dissesse que o pior da crise da Covid-19 parece ter sido superado.
Do lado chinês, o lucro das grandes empresas industriais cresceu 6% em maio, na comparação com o mesmo período de 2019. Foi o primeiro resultado positivo de 2020 e uma melhora considerável frente ao recuo de 4,3% reportado em abril.
No Brasil, também tivemos notícias animadoras no campo econômico. O Executivo aprovou a ampliação do Programa de Auxílio Emergencial de R$ 600 em mais duas parcelas.
O Bacen anunciou um novo pacote de estímulo de crédito que pode injetar até R$ 272 bilhões, potencializando a atuação na compra de ativos privados no mercado secundário.
Tivemos, ainda, o anúncio da aprovação do novo marco regulatório do Saneamento Básico, que abrirá espaço para a iniciativa privada atuar no setor com potencial para criar 1 milhão de empregos, nos próximos 5 anos.
E, apesar do tumultuado ambiente político – fonte de volatilidade, está prevalecendo certa convergência na agenda econômica do Congresso e do Executivo.
Para compreender o que foi o mês 3 em 1, observe o gráfico da evolução do Ibovespa em junho. Foi um mês com volatilidade.
É possível ver, abaixo, os três pontos dos maiores movimentos de alta e baixa. Notem que, após o ponto 3, os movimentos de alta e baixa ocorreram com mais frequência, indicando o vai e vem do mercado ao sabor das notícias.
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Em outras palavras existem, basicamente, duas grandes forças que mexem com os mercados. De um lado, os fundamentos da economia real visíveis nos indicadores econômicos. De outro, os planos fiscais e monetários expressos pela injeção de dinheiro e pelo afrouxo monetário (leia-se aqui “juros baixos”), nas maiores economias do mundo.
Embora os indicadores econômicos mostrem um quadro difícil para a economia mundial, os números indicam um cenário melhor do que o projetado inicialmente.
Por outro lado, os planos fiscais e monetários trazem um fôlego muito grande para a travessia da maior crise de saúde da história. A liquidez disponível no mundo tem sido o fator impulsionador para a recuperação dos mercados, após março de 2020.
Claro que ainda temos incertezas, principalmente na forma e na velocidade da retomada da atividade econômica global. Por isso é esperado que tenhamos, ainda por um bom tempo, um mercado com muita volatilidade materializada pelo vai e vem que vimos em junho. Mas prevalece a expectativa que a resultante desse vai e vem mostrará continuidade da recuperação.
O maior risco hoje é a tão temida segunda onda de contaminação da Covid-19. Recentemente, observamos a reabertura de várias economias e com ela um aumento do contágio.
No entanto, é importante considerar que a Comunidade Científica e os Governos sabem hoje muito mais sobre a doença do que no começo da pandemia. Hoje, temos padrões mais assertivos de acompanhamento da doença e conhecemos as medidas mais eficientes de controle e prevenção.
Os sistemas de saúde estão melhor aparelhados para enfrentar a doença, reduzindo o risco de colapso. São elementos que sugerem que o risco de uma segunda onda existe, mas serão casos localizados e administráveis. Além disso, a disponibilidade de uma vacina a cada dia parece mais próxima, possivelmente ainda em 2020.
Nesse cenário, nossos fundos prosseguiram em sua trajetória de recuperação depois do mês dramático de março, quando tivemos o maior movimento de aversão ao risco da história. Abaixo, um quadro em que fica muito evidente o movimento de recuperação dos fundos.
No fechamento de junho, o RV15, na janela de 3 meses, registrou rentabilidade equivalente a +1.056% do CDI. No fechamento de março, na mesma janela, a rentabilidade foi de -651% do CDI. Uma recuperação expressiva.
O RF100C teve trajetória semelhante. No fechamento de junho, na janela de 3 meses, a rentabilidade foi equivalente a 354% do CDI. No fechamento de março, na mesma janela, a rentabilidade foi de -80% do CDI.
Veja também: Como calcular décimo terceiro? Calcule o proporcial
Não poderia encerrar este novo post sem falar do lançamento, em julho, do nosso novo fundo de Previdência: o Unimed Multiestratégia. Ele chega com a proposta de possibilitar investimentos em diversos tipos de operações no mercado financeiro (juros, inflação, indexados, moedas, ações, operações estruturadas, etc).
Possui estratégias diferentes num mesmo fundo, com um olhar para os mercados nacional e internacional. É um fundo com uma proposta mais abrangente na gestão e que irá capturar diversas oportunidades de investimentos aos nossos clientes.
A gestão do Unimed Multiestratégia será feita pela Claritas Asset Management, uma grande parceria de longa data da Seguros Unimed e gestora do Unimed RV15, nosso líder no segmento de fundos balanceados.
O Multiestratégia vem complementar a família de produtos da Previdência da Seguros Unimed que, em um cenário com taxas de juros tão baixas no Brasil e no Mundo – e deverão permanecer assim por muito tempo, proporciona retornos mais interessantes dos que os tradicionais fundos indexados ao CDI e Renda Fixa.
Um abraço, cuidem-se bem e até a próxima!
Luiz Sacchetto é administrador de empresas com mais de 30 anos de experiência em finanças. Já atuou em bancos e em empresas dos setores agrícola, farmacêutico, químico e de seguros. Atualmente é Gerente Nacional de Vendas do ramo Previdência na Seguros Unimed.
Blog muito interessante. Muito esclarecedor. Útil para negociação junto aos clientes de previdência.
Continuem enviando para mim.