O gelo pode parecer algo corriqueiro para quem vive nos grandes centros urbanos, mas era um sonho distante para as oito famílias que moram na comunidade ribeirinha Vila Nova do Amanã, no Médio Solimões, no Amazonas. Por lá, energia elétrica é rara. O acesso é fluvial. E internet, nem pensar.
Recentemente, os habitantes receberam três máquinas de gelo que funcionam com energia solar e produzem 90 quilos diariamente.
O gelo ajudará a conservar a polpa das frutas e o pescado, que são as fontes de renda para essas famílias. O projeto, batizado de Gelo Solar, reúne pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e o Instituto Mamirauá, ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.
Essa tecnologia é inovadora, pois dispensa o uso de baterias, que têm vida útil curta e poluem o meio ambiente. A manutenção das máquinas é simples, e elas podem durar até 25 anos.
A ideia é tão boa que já ganhou até prêmio. A filial brasileira do Google destinou R$ 500 mil de verba ao projeto. O montante foi usado para levar as três máquinas à comunidade Vila Nova do Amanã e uma quarta máquina foi instalada na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, onde será monitorada a eficiência do equipamento.
Se tudo der certo, no futuro, outras localidades também poderão se beneficiar.
Caso as famílias não consumam todo o gelo, ele poderá ser vendido às comunidades vizinhas, aumentando a renda e ajudando mais gente a conservar alimentos. Os motores de luz que são instalados nessas regiões remotas não dão conta da demanda.
Fonte do texto: Agência Brasil
Fonte das imagens: Aline Fidelix – Divulgação Instituto Mamirauá / Portal Amazônia