No primeiro semestre de 2021, foram aplicadas mais de 3 bilhões de doses de vacinas contra a Covid-19 ao redor do globo. Esses dados são atualizados diariamente e disponibilizados no portal Our World In Data.
Como o debate em torno deste tema tem sido recorrente, principalmente no que se refere à eficácia das doses, é importante que você saiba como funciona a vacina no organismo. Confira a seguir.
Contato do corpo com agentes causadores de doenças
Diariamente, nosso organismo entra em contato com vírus, germes e bactérias. Estes microrganismos são prontamente barrados pela pele, mucosas e pêlos, que funcionam como verdadeiras barreiras contra a instalação de doenças.
No entanto, existem alguns tipos de agentes patogênicos que conseguem ultrapassar esse mecanismo natural de defesa e afetar o sistema imune. Nesse caso, o corpo pode ter dificuldade de produzir anticorpos necessários para a eliminação do invasor.
Isso acontece porque os leucócitos, responsáveis por identificar e combater os microrganismos nocivos, podem levar de 1 a 2 semanas para agir. É aí que os patógenos podem se multiplicar e nos deixar doentes.
A boa notícia é que o sistema é capaz de registrar as informações do inimigo e criar um plano de ataque mais eficaz caso ocorra nova tentativa de invasão. É por isso que algumas doenças, como a catapora e o sarampo, acontecem apenas uma vez.
E para que serve a vacina?
Você deve estar se questionando: se o corpo registra informações de alguns invasores e produz um sistema de defesa mais eficiente, qual é o papel desempenhado pelas vacinas?
Como dissemos, o organismo pode levar semanas para identificar o comportamento do agente nocivo para, então, iniciar o combate. O problema é que, dependendo do microrganismo, o nível de infecção pode colocar nossa saúde em risco.
A vacina serve justamente para evitar essa demora. Ela é criada com o objetivo de criar uma memória imunológica e, assim, evitar a doença antes mesmo que ela se instale.
Em outras palavras, a vacina estimula a produção de anticorpos, apresentando um fragmento do vírus ou bactéria ao corpo, mas sem causar a doença. Basicamente, existem 4 categorias de vacina:
Vacina Atenuada
Esse tipo de vacina contém vírus ou bactérias vivos, porém enfraquecidos. Imunizações para febre amarela, caxumba, poliomielite, rubéola, sarampo e varicela são produzidas com microrganismos ativos.
É importante que você saiba que, graças ao programa de vacinação, no Brasil, a varíola e a paralisia infantil (poliomielite) foram erradicadas, de acordo com a Fiocruz.
Vacina Inativada
É composta de agentes mortos. Ou seja, ela contém o vírus inativado por processos físicos ou químicos. Nesse caso, o processo de como funciona a vacina no corpo é diferente em relação à atenuada.
Isso quer dizer que, ao invés de emitir um alerta ao organismo a partir de informações da doença, ela faz com que o sistema imune entenda que o vírus morto representa risco, de modo a iniciar o processo de proteção.
Vacinas para hepatite A, gripe e raiva são inativas.
Vacina com subunidades
Contém pequenas partes de vírus ou bactérias. Ou seja, em sua composição, apresenta fragmentos de antígenos que são purificados. Vacinas para hepatite B são exemplos de vacinas com subunidade.
Vacina com toxóide
Os toxóides são toxinas inativadas. A vacina deste tipo age no organismo contra as toxinas produzidas pelo agente nocivo. Geralmente, ela é aplicada em várias doses, como é o caso da vacina contra tétano, que deve ser repetida a cada 10 anos.
Como saber se a vacina é eficaz?
As vacinas passam por rigorosos testes antes de serem liberadas para a população. Geralmente, estes testes são divididos em 3 fases:
- Pré-clínica: São realizados testes em animais, que são observados ao longo de, em média, um ano.
- Clínica: Os testes são feitos em humanos e se dividem em 3 subfases, que avaliam, respectivamente, os efeitos colaterais, produção de anticorpos e vacinação de milhares de pessoas para comprovar a eficácia.
- Pós-produção: Finalmente, a vacina é regulamentada e produzida em massa para ser distribuída à população.
Vale lembrar que a mudança de fase só ocorre mediante aprovação da fase em análise. Tudo isso para garantir que as pessoas recebam doses com segurança e eficácia.
Reações e efeitos que as vacinas podem provocar no corpo
Como dissemos, as vacinas são altamente seguras e são criadas justamente para proteger nosso corpo contra vírus e bactérias nocivos. Além disso, elas são produzidas a partir de rigorosas etapas para garantir nosso bem-estar e segurança.
Dessa forma, as reações adversas costumam ser leves e não passam de febre, dor na aplicação ou vermelhidão no local. Geralmente, esses sintomas são de curta duração.
Agora você já sabe como funciona a vacina no corpo. Lembre-se de manter seu calendário de imunizações sempre em dia e ficar atento às campanhas de vacinação do seu estado.