Todo mês é a mesma história: receber o salário, pagar as contas e acabar sem R$ 2
reais na conta bancária. Organizar a vida financeira e sair desse círculo vicioso não
é uma tarefa fácil, mas é, sem dúvida, o primeiro passo aprender a cuidar do seu
dinheiro, equilibrar as finanças e realizar seus sonhos.
Como organizar os gastos?
É fundamental elaborar um orçamento com a estimativa do dinheiro recebido e
gasto. Assim, você conhece o seu custo de vida e consegue controlar as despesas.
Para colocar todas as contas na ponta do lápis, sugerimos utilizar a regra 50/30/20
que é um método simples e prático de organizar gastos de acordo com o seu salário
líquido.
- 50% para gastos essenciais: aluguel, água, luz, telefone, alimentação,
plano de saúde, transporte, entre outros que são fundamentais para sua
vida; - 30% para gastos supérfluos: compras, restaurantes, lazer, presentes e
afins que deixam a vida mais agradável; - 20% para guardar: esse percentual serve para criar a reserva de
emergência, complementar a aposentadoria ou realizar um sonho.
Para quem está com dívidas, é indicado inverter a ordem e utilizar 30% da sua
renda para quitar os débitos e 20% para os supérfluos.
“O orçamento e o controle são as duas principais práticas para a organização da
vida financeira. O primeiro é mais relacionado a um planejamento, enquanto o
segundo compara a realidade com o que foi planejado. É importante que ambas as
ações não sejam feitas apenas de cabeça, pois a mente pode nos pregar truques.
Faça em um papel, planilha ou aplicativo”, explica Victor Barboza, especialista em
finanças pessoais.
Aplicativos podem ajudar
Atualmente, existem diversos aplicativos de finanças que podem facilitar a gestão
financeira e até ajudar a economizar. Você pode experimentar: GuiaBolso, Mobills e
Olivia. Lembre-se que é importante revisar o orçamento com frequência, observar
as despesas mensais e avaliar a possibilidade de reduzir ou cortar gastos.
Dicas para economizar no cotidiano
Na alimentação, por exemplo, é interessante fazer um cardápio com os pratos da
semana. Dessa forma, você faz uma lista com a quantidade exata de alimentos que
vai consumir e evita o desperdício. Outra dica é aproveitar as ofertas semanais dos
supermercados, como quarta-feira das frutas, legumes e verduras mais baratos.
Para comer fora de casa ou com os aplicativos de entrega, você pode estabelecer na
sua planilha de planejamento um limite mensal ou semanal para gastar com estas
categorias, segundo Barboza. “Nas tarifas bancárias, procure buscar alternativas
mais econômicas, como as contas digitais. Na parte de televisão, telefone, internet e
celular você pode negociar com a operadora planos com melhor custo-benefício.
Opções de economia não faltam”, diz.
Cartão de crédito
O cartão de crédito foi apontado como o principal tipo de dívida das famílias, com
78,7% de endividados, segundo a pesquisa Pesquisa de Endividamento e
Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional do
Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
“Um dos perigos do cartão de crédito é o pagamento do valor mínimo. Todo mês é
necessário pagar o restante da fatura anterior com juros altíssimos, fazendo a
pessoa ficar endividada e sem condições de quitar o total”, alerta Malu Sprícigo,
planejadora financeira da Par Mais.
Portanto, a melhor opção é pagar tudo no dinheiro e também evitar o débito, uma
vez que você não sente o impacto do valor gasto.
Como fazer a reserva de emergência?
Imprevistos podem acontecer a qualquer momento da vida, trazendo preocupação
e dificuldades financeiras se você não tiver uma reserva de emergência. Ter um
dinheiro guardado pode ser muito útil em situações inesperadas, como
desemprego, problemas de saúde que exigem exames e remédios caros ou até
mesmo se a sua geladeira quebrar. Além disso, você evita os empréstimos
bancários com juros.
Segundo Sprícigo, a reserva de emergência deve ter pelo menos seis meses das
despesas mensais da família. Se o gasto mensal é de R$ 4.000, esta reserva precisa
ser de R$ 24.000, no mínimo.
“É sempre bom destacar que esse dinheiro deve ser utilizado somente em caso de
emergências, ou seja, em alguma questão urgente da sua casa ou um problema de
saúde. Caso a situação não seja urgente, como a troca do carro por um modelo mais
novo ou viagem, o valor deve ser preservado”, finaliza.