Atualmente, 3 mil escolas públicas de vários Estados oferecem aulas de educação financeira. O público-alvo é formado pelos alunos do Ensino Médio e o curso é coordenado pela Associação de Educação Financeira do Brasil (AEF-Brasil).
Até fevereiro, cinco Estados (Amapá, Ceará, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro e Tocantins), além do Distrito Federal, aderiram ao programa e receberam o treinamento da AEF, que agora conversa com outras secretarias de Educação para conseguir capacitá-las.
A primeira experiência do gênero aconteceu entre 2010 e 2011, em 891 escolas. A partir daí, foram desenvolvidos a metodologia e os livros específicos que chegam agora aos colégios. Ainda neste ano, um projeto-piloto será testado no Ensino Fundamental, em escolas de Manaus, no Amazonas, e Joinville, em Santa Catarina.
A iniciativa não beneficia apenas os estudantes. As famílias também são impactadas pelos conteúdos. “Quando o conteúdo chega ao aluno, este vira um agente multiplicador dentro da sua família. O programa atinge muitas pessoas”, diz a superintendente da AEF-Brasil, Silvia Morais.
O conteúdo é abrangente e trata de assuntos como empreendedorismo, blocos econômicos e orçamento. Os capítulos dialogam com as disciplinas regulares. Um tópico, por exemplo, aborda a evolução das moedas, o que poderia entrar nas aulas de história. Outro fala sobre o consumo consciente e mostra quanto tempo os materiais demoram para se decompor, assuntos que se relacionam com biologia.
“É um programa prático, mas que paradoxalmente pouco fala de dinheiro porque o que interessa não é ter uma criança que lide bem com a grana, ela não recebe salário. O interessante é preparar as bases para que na vida adulta ela seja capaz de fazer isso”, explica Cássia Aquino, especialista em educação infantil e financeira.
Ela conta ainda que os materiais estão recheados de exemplos positivos, como o do Skank, banda de Belo Horizonte que se tornou famosa em todo o país. Antes de estourar, eles tocavam em bares em Belo Horizonte e fizeram uma caderneta de poupança até conseguir gravar o primeiro disco.
Os resultados já começam a aparecer. Segundo um estudo do Banco Mundial sobre o projeto-piloto da AEF no Ensino Médio, houve aumento de 1% do nível de poupança dos alunos participantes.
Fonte: Brasil Post (http://www.brasilpost.com.br/2015/03/09/educacao-financeira-chega-as-escolas_n_6829938.html?utm_hp_ref=educacao)