Os efeitos do açúcar nos dentes podem variar, desde manchas superficiais até problemas mais graves, que causam dor intensa e dificultam a qualidade de vida do paciente.
Isso acontece, geralmente, devido à ampla disponibilidade de alimentos adocicados, facilmente encontrados em supermercados, muitos deles a preços acessíveis e prontos para consumo.
Nesse sentido, é crucial estar ciente dos malefícios do açúcar, especialmente os tipos que mais afetam as coroas dentárias, pois eles podem desgastar o esmalte protetor e torná-lo vulnerável às bactérias e deterioração.
Neste texto, você encontrará informações valiosas sobre o tema e dicas práticas para se proteger, permitindo que adote hábitos saudáveis no seu dia a dia.
Como o açúcar afeta os dentes?
Ao ser consumido, os alimentos adocicados se tornam ideais para as bactérias presentes na boca. Elas metabolizam o açúcar, transformando-o em ácidos que atacam o esmalte dental, a camada protetora dentária, iniciando um processo conhecido como desmineralização.
O esmalte é a substância mais dura do corpo humano, mas ele não é invulnerável. Quando exposto repetidamente aos ácidos, ele começa a perder minerais, enfraquecendo-se ao longo do tempo, resultando em cáries, sensibilidade e desgaste da arcada.
Se não tratadas, as cáries evoluem para infecções mais profundas, como abscessos dentários, e até mesmo a perda do dente.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que o consumo de açúcar livre seja limitado a menos de 10% da ingestão calórica diária total, mas muitas pessoas excedem esse limite.
Estudos indicam que, crianças que consomem excesso de doces têm 50% mais chances de desenvolver cáries do que aquelas com uma dieta com menos guloseimas.
No Brasil, 56% das crianças de 12 anos têm cáries, um número elevado, diretamente associado ao consumo excessivo de alimentos adocicados e à falta de hábitos de higiene bucal adequados.
Tipos de açúcares mais prejudiciais aos dentes
Nem todos os tipos têm o mesmo impacto sobre a arcada. Alguns são mais prejudiciais devido à forma como interagem com a saliva, sua adesividade ou a rapidez com que são metabolizados pelas bactérias da boca. Aqui estão os tipos mais perigosos:
Açúcares simples (monossacarídeos e dissacarídeos)
Glicose, frutose (presentes em frutas e mel) e a sacarose são rapidamente metabolizados pelas bactérias na boca, que produzem ácidos como subproduto.
A sacarose, em particular, é altamente cariogênica porque também serve como matéria-prima para a formação da placa bacteriana.
Refinados
O açúcar branco, mascavo e de confeiteiro são altamente processados, fáceis de consumir em abundância e têm alta adesividade, o que significa que podem permanecer por mais tempo na boca, alimentando as bactérias.
Alimentos pegajosos
Caramelos, balas de goma, doces com recheios viscosos grudam e são difíceis de remover, mesmo com escovação, prolongando o tempo de exposição da camada branca protetora dentária aos ácidos.
Líquidos
Refrigerantes, sucos industrializados, chás adoçados e energéticos, por estarem em forma líquida, espalham-se facilmente pela boca, alcançando áreas difíceis de limpar. Além disso, são consumidos ao longo do dia, prolongando o contato com o esmalte.
Ocultos em alimentos processados
Molhos para saladas, ketchup, pães industrializados e iogurtes adoçados passam despercebidos na dieta, levando ao consumo excessivo, sem que a pessoa perceba. Desse modo, a arcada fica constantemente exposta aos açúcares.
Amidos modificados (açúcares complexos)
Chips, biscoitos e massas processadas, embora não sejam doces, se quebram em açúcares simples durante a digestão e, devido à sua textura pegajosa, ficam presos na arcada, alimentando bactérias por longos períodos.
Leia também: pH bucal: como impacta a saúde dos dentes?
6 malefícios do açúcar nos dentes
A depender dos efeitos do açúcar nos dentes, o paciente pode se deparar com problemas graves, que colocam as estruturas dentais em risco.
Tudo começa por uma simples cárie, mas pode evoluir para quadros de inflamação e reabsorção óssea.
Veja na lista quais são os principais malefícios dos alimentos doces para a saúde bucal:
- Cáries: os doces alimentam bactérias presentes na boca, que produzem ácidos como subproduto e atacam o esmalte, criando pequenos buracos que se transformam em lesões. Daí em diante, o paciente sente dor, sensibilidade e, se não tratadas, as cáries levam à infecção da polpa dentária e até à perda do dente;
- Reabsorção óssea: o acúmulo de placa bacteriana e o desenvolvimento de doenças periodontais, como a periodontite, levam à perda do osso alveolar, que sustenta a arcada;
- Desmineralização: os doces aumentam a produção de ácidos pelas bactérias, que dissolvem os minerais do esmalte, enfraquecendo a estrutura dentária. Assim, o esmalte fica mais fino e propenso a lesões dentárias, manchas brancas e sensibilidade;
- Tártaro: ocorre quando a placa bacteriana, formada pelo acúmulo de resíduos, endurece e se transforma em tártaro, especialmente em locais de difícil acesso. Ele facilita o acúmulo de bactérias, levando a inflamações gengivais (gengivite) e a doenças periodontais mais graves;
- Periodontite (relação com gengivite): é uma inflamação inicial da gengiva causada pelo acúmulo de placa, que pode evoluir para periodontite, uma inflamação mais profunda que afeta os tecidos de suporte do dente;
- Quebra e perda dentária: ocorre o enfraquecimento do esmalte por cáries e a desmineralização, tornando as coroas mais suscetíveis a quebras. Em casos avançados de cáries e periodontite, elas podem se tornar irrecuperáveis.
Como evitar os efeitos negativos do açúcar nos dentes
Manter uma boa saúde bucal é essencial para minimizar os efeitos do açúcar nos dentes, como cáries e erosão do esmalte. Aqui estão algumas dicas fundamentais de higiene bucal:
- Escovação regular: pelo menos duas vezes ao dia, de preferência após as refeições. Além disso, utilize uma escova com cerdas macias e creme dental com flúor para remover a placa bacteriana;
- Use o fio dental: pois ele alcança áreas que a escova não consegue limpar, prevenindo o acúmulo de restos alimentares e a formação de cáries;
- Enxaguantes bucais com flúor: protegem o esmalte contra ácidos liberados por bactérias. Para evitar o ressecamento da boca, use um enxaguante sem álcool;
- Hábitos saudáveis: como diminuir o consumo de doces, são importantes. Por isso, reduza refrigerantes, doces e alimentos processados, optando por frutas frescas, nozes e alimentos ricos em fibras;
- Beba muita água: especialmente após consumir alimentos adocicados;
- Visite o dentista a cada seis meses: para check-ups e limpezas profissionais. Ele identifica problemas iniciais e orienta sobre cuidados específicos para prevenir danos causados pelo excesso de açúcar nos dentes.
Vimos neste artigo, os efeitos do açúcar nos dentes e que o consumo excessivo tem consequências graves para a saúde bucal, iniciando com cáries e progredindo para problemas mais sérios, como infecções e perda dentária.
A prevenção é a chave para evitar que o açúcar seja um vilão dos dentes, especialmente em um mundo repleto de opções doces. Com responsabilidade e atenção, podemos desfrutar de uma vida mais doce sem sacrificar a saúde bucal.
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