Não precisa estar no alto verão para reclamar do calor excessivo. Houve dias de temperaturas nas alturas em plena primavera, levando o desconforto ao limite. O dia mais quente da história paulistana foi o 17 de outubro de 2014, uma sexta-feira em que os termômetros alcançaram os 37,8°C. E esse não é um fenômeno exclusivo de São Paulo, nem do Brasil. Trata-se de uma questão mundial. Este pode ser o ano mais quente na Terra desde o início das medições, segundo meteorologistas do NOAA – National Oceanic and Atmospheric Administration. Maio, junho, agosto e setembro já quebraram recordes.
O aumento na temperatura tem a ver, em parte, com o El Niño, uma faixa de água quente que se desenvolve no Oceano Pacífico. Outros anos que quebraram recordes de calor têm causa no fenômeno, e meteorologistas preveem que algo similar pode acontecer em 2014. “É um dos indicativos de que a mudança climática não parou e continua a ser um dos assuntos mais importantes que a humanidade tem de encarar”, afirmou à agência Associated Press o cientista climático Donald Wuebbles, da Universidade do Illinois.
Caso essa previsão se confirme, as pessoas e governos devem estar preparados para o aumento na frequência de problemas relacionados ao calor, como a insolação, desidratação, desconforto generalizado e estresse térmico, que afeta populações inteiras de animais, por exemplo. Doenças transmitidas por mosquitos também podem ocorrer em maior número. Um exemplo é a dengue. A combinação de fortes chuvas e altas temperaturas acelera a proliferação do Aedes aegypti, que transmite a doença. Nunca foi tão urgente estabelecer novas políticas públicas que tornem possível conviver com essa nova e preocupante realidade.
Fonte: TIME (http://time.com/3526756/2014-hottest-year-on-record-climate-change-global-warming-noaa/)