A cárie é uma doença comum, principalmente quando consumimos muitos alimentos ricos em açúcar e não fazemos uma higiene bucal adequada.
Porém, existe uma variação desse problema chamado cárie de radiação, que evolui de forma mais severa. Sua ocorrência é restrita aos pacientes que passaram por radioterapia na região da boca ou no entorno.
Neste texto, você vai entender como essa cárie é formada, quais são os seus sintomas, como ela pode ser tratada e o que é possível fazer para preveni-la. Confira!
O que é cárie de radiação?
A cárie de radiação é uma doença dentária que surge como um possível efeito colateral da radioterapia.
Assim como a cárie comum, sua manifestação promove mudanças visuais no dente. Há uma perfuração da coroa e da dentina que protegem as regiões mais sensíveis. Assim, é possível ver um buraco de aparência escura que evolui gradativamente caso não ocorra o tratamento adequado.
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Por que ocorre a cárie de radiação?
Um dos motivos para o surgimento da cárie de radiação é a exposição do dente à radioterapia durante o tratamento oncológico.
Esse tipo de abordagem visa atacar as células doentes com radiação ionizante. Dessa forma, elas se tornam instáveis e acabam morrendo. Infelizmente, esse processo acaba por prejudicar também as células que são saudáveis.
Mesmo com a evolução dos tratamentos, que buscam minimizar a presença de radiação em áreas que não se quer atingir, ainda é difícil ter o total controle desse tipo de intervenção.
Então, quando pensamos em nossa boca, os raios ionizantes acabam por agir diretamente no esmalte dentário e na dentina, o que resulta em perda dos minerais presentes nos dentes, deixando-os sensíveis e expostos.
Outro fator contribuinte é a ação que a radioterapia pode ter sobre as glândulas salivares, fazendo com que haja uma redução na produção e na qualidade da saliva.
Uma condição chamada de Xerostomia, que tem como principal sintoma a boca seca. Também ocorre o desequilíbrio do Ph. Esses pontos contribuem para que o dente fique desprotegido e mais propenso à formação de cáries.
Mesmo com o fim do tratamento oncológico, o paciente não está livre desse tipo de complicação. Isso porque a cárie de radiação pode se desenvolver meses depois da exposição aos raios ionizantes.
Segundo os especialistas, esse tipo de cárie tem maior chance de surgir quando o paciente oncológico é exposto a cargas de radiação superiores a 45 Gy.
Quais os sintomas da cárie de radiação?
Um dos agravantes da cárie de radiação é que ela, geralmente, não apresenta sintomas comuns como a dor, o que ajudaria a identificá-la com mais facilidade.
Também não há relatos de outros incômodos. Por isso, é comum que o paciente só repare no problema quando a cárie já está totalmente instalada e surgiram buracos nos dentes.
O problema progride rapidamente por causa das alterações causadas no esmalte e na dentina, o que pode resultar na fratura completa da coroa dental.
Como tratar cárie de radiação?
A cárie de radiação é tratada em um processo de restauração do dente, em que é retirada a parte afetada para que o buraco possa ser coberto por um material resistente que vai devolver ao dente uma anatomia mais natural e evitar que o processo de deterioração continue.
Após o procedimento, a pessoa pode mastigar normalmente, sem sentir qualquer incômodo.
Porém, é importante dizer que essa restauração ocorre de uma forma distinta à da cárie comum. Pois, as resinas usuais não conseguem se fixar ao dente de forma satisfatória nesses casos.
A alternativa é usar um tipo de cimento restaurador que possibilite a fixação de flúor, o que previne o surgimento de outras cáries.
Para iniciar o tratamento, é preciso procurar um dentista. Pois somente o profissional é capaz de propor a melhor abordagem para o problema, assim como acompanhar a evolução do caso.
Como prevenir a cárie de radiação?
Na atualidade, a prevenção do problema já ocorre durante o próprio tratamento oncológico. Já que as técnicas utilizadas são cada vez mais precisas e evitam que grande parte da radiação atinja áreas erradas.
Mesmo assim, ainda não há uma precisão absoluta e a cárie pode ocorrer. Por isso, antes de iniciar as sessões de radioterapia, o paciente deve consultar-se com um dentista para uma avaliação completa de sua saúde bucal.
A realização de uma radiografia é muito importante para a detecção de qualquer problema dentário que esteja no início e possa evoluir com o tratamento oncológico.
A dica é sempre fazer todos os procedimentos necessários antes de partir para a radioterapia.
Durante o tratamento é importante manter um cuidado especial com a boca, sempre escovando bem os dentes, usando fio dental e fazendo bochechos com uma solução de fluoreto de sódio 1%.
A boca seca deve ser controlada com o uso de medicamentos ou saliva artificial. Ou seja, é preciso fazer tudo o que estiver ao alcance para que a boca mantenha as condições mais normais possíveis.
Pacientes com câncer podem acabar se descuidando um pouco de sua saúde bucal. Mas isso é um erro grave, pois a cárie de radiação é apenas um dos diversos problemas que podem surgir nessa fase. Doenças bucais, quando não tratadas, causam grandes incômodos e evoluem para quadros mais graves que prejudicam nossa saúde de forma geral.
Ir ao dentista em um momento complicado como o tratamento do câncer pode ser desanimador. Mas tenha certeza de que é necessário e irá fazer uma grande diferença para os seus dentes quando sua saúde estiver restabelecida.Sendo assim, o melhor a fazer é ter dentistas sempre à sua disposição para momentos de necessidade. A melhor forma de fazer isso é contratando um plano da Unimed Odonto, que conta com mais de 23 mil opções de atendimento em todo o país!