O universo dos criptoativos cresce a cada dia, com novos bens digitais sendo criados a todo momento. A novidade da vez é o token não fungível, mais conhecido como NFT (Non-Fungible Token), um mercado em ascensão que movimentou quase US$ 25 bilhões em 2021, conforme dados apurados pela plataforma de análise DappRadar.
Atualmente, o termo NFT está muito relacionado aos mercados da arte, de luxo e de itens colecionáveis. Há uma razão para que esses segmentos despontem como os primeiros a se apropriarem dos tokens não fungíveis: a exclusividade. O NFT é um arquivo digital único e assegura isso aos compradores por meio da tecnologia blockchain, que garante a rastreabilidade e imutabilidade das transações. Fique no blog e entenda melhor como funciona esse mercado.
O que é o NFT?
“NFT é um objeto digital único e registrado numa blockchain”, explica Rafael Araruna, gerente de marketing da Block4, uma fantech que cria e gerencia plataformas de colecionáveis digitais (chamados de TIBs). “Esse objeto digital pode ser uma imagem, vídeo, áudio ou qualquer outro tipo de arquivo digital. Assim como uma música, obra de arte, figurinha, card, colecionáveis ou qualquer propriedade intelectual, NFTs podem ser infinitamente copiados, mas a propriedade é única e infalsificável.”
Como são criados os NFTs?
Araruna explica que na Block4, os colecionáveis digitais (NFTs) são chamados de TIBs, nome que deriva da palavra em inglês para colecionáveis (collectibles). “Os TIBs são emitidos utilizando a blockchain WAX, que utiliza um protocolo que reduz significativamente o consumo de energia e, consequentemente, a pegada de carbono das NFTs emitidas na plataforma.”
O especialista destaca que a “WAX é uma blockchain carbono neutra”. A blockchain permite verificar facilmente a propriedade do colecionável — qualquer pessoa com acesso à internet consegue obter essa informação. “Essa é a garantia de propriedade dos TIBs comprados na plataforma. É como se você tivesse a propriedade física de um objeto para o utilizar da forma que você quiser, e não como o fabricante deixar.”
Quais são as aplicações práticas do NFT?
O NFT é uma forma de garantir a “unicidade, origem, procedência, escassez e rastreabilidade, de um ativo”, elenca Araruna. Isso quer dizer que pode beneficiar qualquer ativo que dependa dessas características. Isso vale para um objeto de arte, um colecionável, um ingresso, o registro de um automóvel etc.
“Além disso, os NFTs podem ser (e muitas vezes são) itens multimídia como uma imagem, um vídeo, um áudio, um 3D, um texto ou, na maior parte dos casos, tudo isso junto, com conteúdo exclusivo e com sua procedência, originalidade e escassez garantidas pelo registro na blockchain”, acrescenta. “Diferentemente dos elementos físicos, que em alguns casos não se tem acesso ao histórico da peça, no digital você também tem acesso a toda a história daquele elemento. Assim como a sua tiragem ou a quantidade de peças iguais.”
É por isso que os NFTs têm aplicações bastante amplas e distintas, que vão do registro de imóveis aos direitos autorais. “Toda indústria que precisa verificar a unicidade e propriedade de um ativo pode se valer da tecnologia para desburocratizar a operação e abrir novas possibilidades de rentabilização”, argumenta Araruna.
Por conta de suas características, os NFTs ganharam rapidamente a indústria das artes, segmento em que há a necessidade de se comprovar a origem dos ativos. “No entanto, estamos vendo rapidamente a adoção por diversas outras indústrias e acreditamos muito que a tecnologia pode ser revolucionária para o entretenimento e para criadores de conteúdo, pois vai proporcionar uma nova forma de interação e engajamento, além de dar aos fãs uma sensação de pertencimento ainda maior”, observa.
A rápida evolução desse mercado demonstra o fortalecimento da conexão entre ambiente físico e o digital, entre o on e o offline. “Essa é uma perspectiva que tende a crescer e trazer novas ideias e aplicações para os NFTs, bem como a utilização dessas NFTs em aplicações como jogos e metaversos”, projeta Araruna.