O pagamento instantâneo veio para ficar. Em novembro, o Pix completou um ano, já consagrado como um dos meios de pagamento preferidos dos brasileiros, superando, rapidamente, transações via TED, DOC, boleto e cheque, por exemplo. Sua relevância deve crescer ainda mais com os novos serviços disponibilizados recentemente: o Pix Saque e o Pix Troco.
Tradicionalmente, o Pix foi amplamente aceito como o principal mecanismo para realização de transferências financeiras entre as pessoas. Com as duas novas modalidades, que foram disponibilizadas em 20 de novembro, o pagamento instantâneo deve estar mais presente nas operações de compra e venda. E isso traz uma série de impactos positivos para o seu negócio, porém, exige atenção a alguns pontos importantes. Antes de destacarmos essas questões, vamos explicar como funcionam os novos serviços.
Como funciona o Pix Saque?
O Pix Saque é um serviço que permite a qualquer pessoa realizar saques de valores em estabelecimentos credenciados, abrangendo os mais diferentes segmentos do varejo, como lojas de departamento, restaurantes, padarias, supermercados e outros pontos comerciais. Na prática, a operação se concretiza em quatro etapas:
- o usuário vai ao estabelecimento em que pretende realizar o saque por meio do Pix;
- no caixa, mesmo sem ter feito uma compra, solicita a realização do saque no valor desejado;
- o operador de caixa gera um QR Code para que o cliente faça o pagamento instantâneo usando o próprio celular;
- a transferência é concluída em questão de segundos e o valor sacado é repassado ao cliente.
Como funciona o Pix Troco?
O Pix Troco tem uma sistemática muito semelhante à do Pix Saque. A diferença, neste caso, é que o saque de valores ocorre em conjunto com a operação de pagamento de uma compra. Ou seja, o cliente realiza a compra, mas faz o pagamento via Pix em valor superior ao que gastou, recebendo de volta a quantia restante. Acompanhe:
- na loja, o cliente faz uma compra de R$ 30,00;
- ao realizar o pagamento, pede para que o valor do Pix seja de R$ 50,00;
- o operador de caixa gera o QR Code no valor informado (R$ 50,00) e o cliente realiza o pagamento via Pix, usando o próprio celular;
- a transferência é concluída, quitando o pagamento da compra e restando a diferença de R$ 20,00, que é entregue em dinheiro para o cliente.
Quais são os custos e limites?
Para o cliente que solicita o serviço de Pix Saque ou Pix Troco, incluindo empreendedores individuais, não é cobrada nenhuma tarifa nessa operação. Já a empresa habilitada para oferecer o serviço receberá uma tarifa paga pela instituição financeira vinculada à conta, que pode variar entre R$ 0,25 e R$ 0,95 por transação.
Há um limite máximo para as transações de Pix Saque e Pix Troco. Durante o dia, os valores estão restritos a R$ 500,00 e, à noite, a R$ 100,00, no período entre 20h e 6h. Entretanto, o Banco Central ressalta que, havendo necessidade, o estabelecimento pode definir quantias inferiores a essas, de acordo com seu perfil, localização, horários e outros critérios de segurança. Nesse caso, a empresa que está autorizada a oferecer os serviços de Pix Saque e Pix Troco deverá comunicar o Banco Central sobre a decisão de reduzir os valores das operações.
Quais são as vantagens para o comércio?
Os estabelecimentos que aderirem ao Pix Saque e ao Pix Troco podem ser beneficiados de diferentes maneiras. As principais vantagens associadas às novas operações são:
- atratividade: o ponto comercial atrairá pessoas interessadas nas operações de saque e troco instantâneos, podendo elevar as vendas;
- receita: cada transação realizada de Pix Saque e Pix Troco é remunerada, conforme a tarifa acordada com as instituições financeiras;
- recebimento instantâneo: quando o cliente paga uma compra ou realiza saque via Pix, a transferência é feita de forma imediata na conta do estabelecimento, diferentemente de outras modalidades de pagamento que demoram mais a serem compensadas, como operações via cartão, por exemplo;
- gestão de numerário: ao repassar o dinheiro em espécie para o cliente e receber a mesma quantia na conta bancária, o estabelecimento reduz os custos com circulação e controle de valores, diminuindo, assim, riscos relacionados a perdas ou a segurança.
O ponto de atenção é o que já foi sinalizado pelo Banco Central: por questões de segurança, o estabelecimento deve avaliar a conveniência de ofertar o serviço e os valores que estão mais adequados ao seu perfil.
Estabelecimentos que já recebem pagamentos via Pix só precisam adaptar seus sistemas. Já os pontos que desejam começar a ofertar os serviços instantâneos agora devem verificar a compatibilidade de seus sistemas para fazer a adesão.