Final de ano é aquela época boa para fazer um balanço interno de tudo que aconteceu, avaliar as experiências e planejar um novo começo em 2021. Também é o momento para analisar as finanças, deixar os maus hábitos financeiros para trás e buscar melhorar a sua relação com dinheiro.
A pandemia da covid-19 foi um verdadeiro tsunami na vida de todos, especialmente para as pessoas que perderam emprego e renda. Se você ficou enrolado com as finanças, não se martirize, pois foi um ano realmente difícil. Lembre-se que os erros também são formas de aprendizado e agora você tem a oportunidade de descartar práticas ruins e adotar novas ações para ter saúde financeira nos próximos anos. Veja a seguir quais são os hábitos financeiros que você precisa deixar em 2020.
Não fazer planejamento financeiro
Fazer um orçamento para saber quanto você ganha e para onde vai o seu dinheiro são passos fundamentais para conhecer a sua realidade financeira. Assim, você consegue fazer um planejamento financeiro para começar a realizar os seus sonhos.
Não esquecer de fazer o controle financeiro
Com o orçamento e planejamento fica bem mais fácil fazer o controle financeiro e evitar gastos desnecessários. “Quem não possui uma visão detalhada das finanças atuais e a dos próximos passos segue em qualquer caminho, e isso faz a ansiedade aumentar na corrida diária de ganhar e sair pagando”, diz Odinéia Silva, educadora financeira.
Gastar mais do que recebe
Viver um padrão de vida acima da sua realidade financeira é um dos piores hábitos para as suas finanças. Isso porque se você gasta mais do que ganha, poderá faltar dinheiro para pagar as outras despesas e você acabará caindo em um mar de dívidas.
“Você tem que gastar menos do que você ganha. Se todo mundo tivesse esse hábito, talvez o impacto da pandemia nas finanças pessoais não tivesse sido tão grande porque as pessoas teriam constituído uma reserva de financeira”, avalia Breno Salvadori Júnior, planejador financeiro pessoal.
Compras por impulso
A incerteza com o amanhã, todas as preocupações com a crise financeira e a pandemia da covid-19 podem desencadear sentimentos negativos, como a ansiedade e a necessidade de preencher um vazio efêmero. Nesses momentos, fique bem longe do cartão de crédito, débito e os sites das lojas que você gosta.
Camila Carvalho, instrutora de finanças na Udemy, alerta que é necessário agir com bastante serenidade em relação ao dinheiro. “É normal sentir o impulso de gastar com itens supérfluos numa tentativa de compensação por todo o estresse que estamos passando. Há também aqueles que decidem começar a investir, mas de forma precipitada sem ter estudado sobre o assunto e seguindo apenas conselhos da moda. Infelizmente, essas atitudes impensadas só vão agravar a situação de quem já não está tão bem assim financeiramente. Quem acha muito difícil se controlar pode dificultar as próprias compras. Deixe o cartão de crédito guardado e utilize apenas para emergências, por exemplo”, orienta.
Outra dica para lidar com as compras por impulso é deixar o item no carrinho da loja online e fazer outras coisas, como dar uma volta dentro de casa, mudar de ambiente, entre outros. Deixe passar algumas horas para refletir e se ainda assim você decidir comprar será com mais consciência.
Não guardar dinheiro
A terceira edição do Raio X do Investidor Brasileiro, feita pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), mostrou que 62% dos brasileiros não economizaram em 2019 e entraram em 2020 sem qualquer reserva de emergência.
A crise financeira deste ano reforçou a necessidade de ter uma reserva de emergência para lidar com as eventualidades da vida. Para algumas pessoas pode ser difícil, mas o hábito de guardar um pouquinho de dinheiro todos os meses é transformador. Comece com um valor pequeno para sentir a experiência e aumente gradativamente.
Como ter uma relação saudável com o meu dinheiro em 2021?
Carvalho reforça a necessidade de ter um planejamento financeiro e aproveitar as festas de final de ano para estudar e entender como gasta o próprio dinheiro. “Observe a fatura dos seus cartões e analise o seu extrato bancário. Coloque os gastos dos últimos três meses no papel e pense: todas aquelas compras foram mesmo necessárias? Dava para ter poupado parte desse dinheiro? Então, uma ideia é montar um orçamento para janeiro e copiá-lo para os meses seguintes. Nada muito sofisticado. Um controle simples é melhor do que nenhum controle. É possível começar pequeno e ir se empolgando”, conclui.